[ANTERIORMENTE:]
Seus olhos não conseguiam ver nada e Eric estava chorando e, no desespero, ele ouvia Joseph gritando, até que a voz se calou.
A dor aumentou e então sentiu que já não mais flutuava nos céus como antes; a chuva continuava furiosa, mas seu corpo caía do alto. Sentia um alento estranho e pensava em Joseph. Por favor, pedia. Que isso seja um pesadelo.
Não era.
Como se emergisse do fundo do oceano, Eric acordou dentro de seu quarto, em Aurora. A respiração era pesada e nunca tinha estado tão descontrolada como agora. Olhou para os lados e estava sozinho no imenso quarto. Pensou, por fim, que tudo poderia realmente ter sido um pesadelo, mas as lembranças do olhar brilhante de Joseph e de seu sorriso eram tão vívidas que ele descartou essa possibilidade o mais rápido possível. Tudo de fato tinha acontecido. Correu até a porta do quarto, queria saber o que tinha acontecido, como tinha parado lá; o que tinha acontecido com Joseph, embora sua mente, lá no fundo, já soubesse que a resposta não seria agradável. Ao sair do quarto, esperou encontrar Ramson por um instante, mas lembrou que nem o guarda, nem Joseph, nem os serviçais tinham muita chance de terem sobrevivido a tudo aquilo.
Andou desesperado pelos corredores gigantes do castelo e antes que encontrasse alguém, ainda no segundo andar, antes do início das escadas, ouviu a voz da mãe na sala do trono logo abaixo deles.
— Bem, já sabíamos que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. — Eric não viu com quem a mãe estava conversando logo de início. Mas conhecia a voz da pessoa que falou depois:
— Não devíamos tê-lo mandado para tão longe, principalmente depois de um momento tão marcante para ele — Disse Lilian, a conselheira Real.
— De todo modo — A voz que falava agora era cansada e rouca — Já tratei para que menos pessoas possíveis saibam do desastre. — Eric reconheceu a voz, era do General Frost.
— Podem usar disso contra nós, como sempre usaram. Já não bastasse a Rainha “comum”, agora com certeza eles usarão o poder destrutivo de Eric contra nós.
Eric estremeceu ouvindo a voz forte da mãe. Descia as escadas lentamente. Ia entrar na conversa, mas continuaram falando antes que ele pudesse adentrar a sala do trono.
— Quanto aos corpos, já demos um jeito também. E vamos notificar a família dos guardas e, enfim, de todos os mortos. Oficialmente, morreram bravamente tentando proteger o príncipe.
Eric ficou parado, não conseguia se mover nem respirar. Por fim, como se estivesse a ponto de explodir, soltou o ar preso.
A mãe virou-se e o viu.
Correu na sua direção.
— Está tudo bem, meu amor.
Uma quarta pessoa saiu da sala do trono e se aproximou. Eric conhecia a garota curvada e magra; ela estava ali para impedir que ele fizesse tudo aquilo novamente.
Ele desejou que Joseph, seu olhar reconfortante e seu sorriso carinhoso estivessem ali para confortá-lo, mas se lembrou que isso não seria possível, pois ele tinha acabado de matá-lo.
Lembrar disso fez com que seu coração acelerasse. Um raio caiu sobre o castelo.
— Eric... — Sua mãe disse, o abraçando. O corpo do príncipe já estava tremendo.
Ventos invadiram onde estavam.
Mas a garota curvada já estava próxima demais dele e ele sentia um peso forte. Os olhos da menina estavam brancos, e eles invadiam-no de uma forma dolorosa. Seu corpo estava pesado e seus olhos já não enxergavam mais que um borrão. Quando a menina tocou a mão em seu rosto, tudo ficou absolutamente escuro.
Absolutamente silencioso e escuro.
[Essa história é um prelúdio de uma outra que estou finalizando. Se vocês tiverem gostado, por favor, comentem :) e salvem essa história ☺️🥰]
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O conto do Príncipe e da Tempestade [Romance Gay] [Concluída]
Fantasy- O que é isso? - A Rainha entrou no quarto onde Eric tropeçava nos móveis com a camisa suja e a calça rasgada. Ele sorria enquanto olhava para a mãe. - "Isso" sou eu, mãe - o príncipe respondeu, bêbado e sorrindo. O príncipe Eric, do Reino de Auror...