HAPPY DAY - Coletânea I: Datas Comemorativas

12 De Junho: Dia Dos Namorados!

Era finalmente a data mais esperada do ano, ao menos para mim. O dia dos namorados é a data em que eu posso passar o dia ao lado de Heitor. Estamos juntos há dois anos, e será justamente no dia dos namorados que iremos completar 3 anos juntos. Ele é um recém empresário que assumiu os negócios do pai, enquanto eu ainda estou estudando. Me formarei ano que vem em Artes Cênicas.

Ao sair da universidade, logo avisto ele, parado encostado em seu carro, mexendo no celular, mas parou ao me ver, abrindo seu belo sorriso e acenando para mim. Acenei de volta, rindo. Queria poder comemorar com ele esse dia tão especial e celebrar mais um ano juntos.

— Não acha que está saltitando demais por esse imbecil?! — Me assusto quando vejo Sam aparecer do meu lado, olhando com desgosto para meu namorado. Sam é meu melhor amigo. Nos conhecemos desde que me entendo por gente e ele sempre colocou defeito em todos os namorados que já tive. Ele, ao contrário do Heitor, não pensa tão longe. Ele comanda uma oficina de carros, vive sujo de graxa e cheirando a óleo de motor. Já perdi a conta de quantas vezes já reclamei com ele.

— Você deveria arrumar alguém. Hoje é o dia dos namorados! Claro que eu estou saltitante! — Exclamo, animado. Sam revirou os olhos, em desgosto.

— Isso é idiotice! Mas não quero mais falar daquele imbecil… E aí? Vai me ajudar hoje com aquela parada? — Questionou, o que fez meu sorriso morrer, o olhando rapidamente.

— Sam…

— Você prometeu, Ben! — Apontou, o que me fez morder os lábios.

— É que… eu planejei passar o dia todo com o Heitor e… você vai se sair bem sem mim… você que entende dessas coisas. — Justifico e ele fecha a cara, me olhando chateado.

— Beleza. — Ele me virou as costas e foi embora, sem me deixar pedir milhões de desculpas que não serviriam de nada. Esse "beleza" dele era a forma de Sam dizer que nada estava beleza e que ele preferia ir embora do que ficar e xingar todo mundo. Suspiro, sabendo que teria que resolver isso depois.

Sigo até Heitor, sendo recebido com um selinho e vendo ele abrir a porta do carro para mim, em um gesto já comum dele que me fazia sorri sempre. O vejo dá a volta, deixando o celular apoiado ao seu lado no banco e dando partida.

— O que planeja para hoje? — Heitor questionou, e eu prontamente sorri, animado.

— Pensei em jantarmos fora, ver um filme, comer besteiras… — Falo, rindo. Ele ponderou, me olhando por alguns segundos e voltando seu olhar para a rodovia.

— Pode ser na minha casa. — Falou, me deixando receoso por alguns segundos, mas confirmei. Nesses 3 anos, nunca fizemos nada além de beijos e algumas vezes uma mão boba. Eu ainda era virgem, mas não era por falta de vontade que ainda não havia me entregado a ele. Éramos muito ocupados. Quando Heitor subiu a CEO da empresa, a vida dele virou uma loucura de trabalhos a fazer. E eu… bem, sou universitário. Isso já diz muita coisa.

Quando saímos, não pensamos em sexo, mas no curto momento que arrumamos e aproveitamos ao máximo. Acabou se tornando rotina. Mas talvez isso mude hoje…

O toque de notificação do celular de Heitor chama a minha atenção ao ver a tela ligar, exibindo a notificação de uma mensagem.

"B."
Vamos comemorar daquele jeito hoje, querido?

— Quem é? — Aponto e ele olha para o celular, rapidamente o desligando e forçando um sorriso para mim.

— Minha tia. Ela é uma solteirona que não me deixa em paz por não querer ficar sozinha. — Falou, e eu apenas assenti, não acreditando muito, até porque ele nunca pareceu ser muito próximo dos seus parentes. E que tia é essa que chama o sobrinho para comemorar algo no dia dos namorados?!