19 De Junho: Dia Do Cinema

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Me olho no espelho, avaliando meu visual simples, porém, apresentável para uma noite mais tranquila na companhia de amigos. Escolhi para a ocasião uma bermuda jeans clara e camisa básica preta. Era noite do cinema e o filme escolhido foi decidido pelas mulheres do grupo, o que me causava um pouco de receio, já que só havia mina aspirando romance no nosso grupo.

Então preparei minha carteira, pois iria me entupir de comida do que propriamente assistir ao filme.

Sou um cara solteiro, por preferência, não por falta de oportunidades. Mesmo que às vezes soe arrogante, eu sou até popular com as mulheres. Malho toda manhã, tenho uma alimentação parcialmente saudável, tiro boas notas na faculdade de Administração. E ainda sou jovem, 24 anos. Não estou com pressa para nada, na verdade. Dou prioridade aos meus estudos e nos fins de semana busco tirar o estresse na companhia de quem gosto.

Hoje, iria Carl e mais duas meninas do nosso grupo. O restante dispensou o cinema e preferiu o futebol na praça. Eu também preferia, mas fui ameaçado pelas July e Bruna caso eu não fosse.

Você não vai querer deixar essas duas irritadas, vai por mim.

Após passar meu perfume e arrumar meus cabelos negros que necessitavam de um novo corte, saí de casa, seguindo direto para o cinema que não era tão longe, mas mesmo assim, fui de carro.

Ao chegar lá, avistei Carl na entrada, encostado na parede e com uma feição irritada enquanto mexia no celular.

Carl e eu somos amigos desde o Ensino Médio, quando nos tornamos imbatíveis nos jogos de basquete. Não tinha para ninguém. Eram bons tempos, que se tornaram boas lembranças. Desde então, não nos desgrudamos mais. Carl é uns 3cm mais alto que eu, mais musculoso pelo fato de que treina desde o ensino fundamental, segundo ele. Tem cabelos castanhos e é de longe o mais cafajeste do grupo. E já levou para a cama July e Bruna. Mas nenhuma delas sabe sobre a outra. Carl simplesmente não deixa passar nada e nem ninguém.

— E aí? Desistiu de ver o filme e virou segurança do cinema? — Provoco ao me aproximar dele, dando um tapa de cumprimento em seu ombro. Ele me olhou, com certo desgosto, virando a tela do celular para mim, exibindo as mensagens do nosso grupo, onde as meninas diziam que tiveram "emergência feminina" e não puderam vir ver o filme.

— O que raios significa "emergência feminina"?! O que diabos elas têm para resolver de tão importante para nos deixar plantados?! — Ralhou, irritado. Apenas sorri, dando de ombros. Não é como se isso fosse o fim do mundo. Mas qualquer coisa já era motivo para Carl fazer uma tempestade em copo d'água.

— Sei lá, cara. Depois perguntamos. Já estamos aqui, vamos entrar logo. Tem os ingressos? — Questiono e ele revira os olhos, guardando o celular e me entregando um dos ingressos.

— Se eu soubesse, teria comprado para Jogos Mortais. Que droga de filme é esse que elas escolheram?! — Questionou e eu dou de ombros, sorrindo tranquilo.

Sonífero masculino, talvez. — Brinco, vendo Carl ri pela primeira vez desde que cheguei. Então compramos dois baldes grandes de pipoca, refrigerantes e lanches. Então adentramos a sala do cinema. Mesmo naquela escuridão, se notava que havia poucas pessoas. Uma em cada canto do local. Sinal de que o filme não deveria ser lá essas mil maravilhas. Escolhemos a última fileira. Assim eu poderia esticar minhas pernas e dormir sem ser incomodado após encher minha barriga. Os trailers sem dúvidas seriam mais interessantes que o filme.

Motivo de ainda estarmos aqui para assistirmos?

Simples, a Judy ameaçou contar para as amigas que transou com Carl. E ele não quer que seu segredo de ter pegado as duas venha a ser descoberto. Por isso está aqui e me arrastou junto, porque não basta ele se ferrar, precisa levar eu como apoio.

HAPPY DAY - Coletânea I: Datas ComemorativasOnde histórias criam vida. Descubra agora