Capítulo 8

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A madeira do bar decrépito estalou sob as botas de couro do homem que adentrou o local. Todos que estavam ali foram atraídos pelo som. Não era comum ter forasteiros por aquelas bandas, ainda mais alguém tão diferente do bando de motoqueiros que ali estava. Os olhos azuis analisaram todos os rostos presentes, sem realmente se fixar em um.

"Quem é você?" perguntou um velho barbudo que estava no canto, claramente o líder daquela gangue.

Quando localizou seu alvo, o recém chegado apenas ignorou o homem que havia falado com ele e seguiu calmamente até o bar, onde outro ser de cabelos negros bebia tranquilamente.

"Vejo que conseguiu chegar até aqui, mesmo que não devesse. Recomendo ir embora. O que procura... não terá." bateu o copo no balcão, jogando algumas notas em direção ao homem atrás do bar e levantou-se, pronto para ir embora.

Teria seguido seu caminho, se o visitante indesejado não houvesse segurado seu braço. Viu irritação nos olhos daquele ser, porém ele mesmo já estava irritado.

"Onde está?" grunhiu o outro homem de cabelos negros e jaqueta.

"Eu não sei do que está falando..." fez menção de puxar o pulso, porém o moreno de olhos azuis apertou ainda mais o mesmo.

"Ambos sabemos que não é tão burro assim."

Sorrindo, Shiryu apertou o pulso de Bruno com a mão livre, fazendo-o soltar o seu. "Vá embora. Se ela quisesse você por perto, não teria apagado sua memória." o dragão, ainda com um sorriso vitorioso, deu as costas ao outro homem e foi embora rapidamente.

Bruno se levantou no mesmo instante, seguido porta a fora, porém não encontrou o moreno em lugar algum.

Bufando, convocou Rickenbacker. "Você pode seguir o cheiro dele ou sentir o poder dela?"

A fera azul parou, parecendo pensar um pouco e então farejou o ar. Após alguns momentos, aprumou as asas e, sorrindo, Bruno montou em suas costas.

"Sabia que sempre posso contar com você. Vamos encontrá-los." afinal, Rickenbacker quem havia o levado até ali. Tinha fragmentos de suas memórias, mas o que seus pais lhe enviaram fora útil.

Sabia o rosto do dragão da mulher de seu sonho. Era incrível que podia virar humano e, ao mesmo tempo, nojento.

Não demorou muito até que ambos estivessem sobrevoando uma mansão localizada em um local remoto, em meio a uma clareira e cercado por árvores. Bruno fez seu dragão pousar no telhado e, usando seus poderes, entrou na residência.

Um longo corredor escuro se estendia à sua frente. Seguindo sua intuição, o moreno caminhou rapidamente até o final do mesmo. Não entendia o porquê de seu coração bater rapidamente, nem o motivo de se sentir ansioso. Se deparou com uma enorme porta. Assim que tocou nas maçanetas, a mesma se abriu.

O lugar estava bem iluminado por um lustre que ficava no centro. Seus olhos rapidamente foram até o ser parado em frente a janela. Uma calça de moletom abraçava seu quadril maravilhosamente bem, enquanto seu tórax estava coberto por um cropped.

Bruno sentiu sua boca secar e o coração bater ainda mais rápido. A mulher se virou, os olhos se encontrando.

"Sério isso, idiota?" ela bufou, sentando em um sofá.

Com certeza aquela não era a recepção que ele esperava. Caminhou tranquilamente até o sofá em frente ao dela, olhando em seus olhos antes de responder.

"Lógico. Você roubou minhas memórias, deixou suas coisas para trás e não queria que eu viesse atrás?" falou de forma calma, porém ele estava bem longe de estar calmo. Precisou lutar contra a vontade de levantar e pegá-la em seus braços.

[Nome] não estava muito diferente. Desde que sentiu a presença de Bruno na cidade queria falar com ele, porém esperou que fosse atrás dela. E quando o viu, sua vontade foi de pular em seus braços e nunca mais soltá-lo. Mas precisava manter a calma...

"Se eu as roubei, foi por um bom motivo. Não deveria ter vindo atrás de mim, Bruno." ela suspirou, estalando os dedos. Assim que fez isso, comida e café surgiram na mesinha entre eles. Aproveitou para servir uma xícara bem cheia para si e lançou um olhar para o moreno. "Pode comer e beber. Não está envenenado."

"Eu sei disso. Por algum motivo, eu sei." bufou, pegando um pãozinho. "Se levou minhas memórias, por que não levou esses sentimentos? Por que não levou tudo?"


Aquilo doeu na mulher, mas ela não falaria em voz alta. "Porque eu não fiz de forma consciente. Minha magia se libertou e fez o que achou conveniente para proteger aqueles que eu a-" se interrompeu na última palavra. "Aqueles com quem eu me importava."

"Você ia dizer ama." Bruno estreitou os olhos, mordendo seu pão.

"O que você quer aqui, Bangnyfe?" suspirando, [Nome] se levantou, largando sua xícara na mesa e voltou para a janela. Estar tão perto e não poder tocá-lo, doía. Corroía sua alma e seu coração. E vê-lo deixava tudo pior.

"Eu quero o que perdi naquele dia. Quero que me devolva minhas memórias." bufou o moreno, levantando-se também e se aproximou da mulher.

Suspirando, [Nome] ficou de frente para ele. Olharam dentro dos olhos um do outro por tempo demais. "Retirar o que sobrou é mais fácil e menos doloroso." sussurrou, quase se entregando completamente para os sentimentos que tentavam consumi-la.

Bruno se aproximou ainda mais, segurando o rosto dela com uma mão, sem quebrar o contato visual.

"Você me deixa nervoso. Só de estar em sua presença, quero te beijar. Passar os meus braços ao seu redor, sentir sua pele e seu cheiro... eu quero me lembrar. Eu quero você." ele sabia como ascender todas as partes de [Nome], mesmo sendo um idiota. O homem aproximou os lábios dos dela, raspando delicadamente.

"Você é um idiota."

O moreno viu quando as defesas dela caíram por terra. Viu quando se rendeu e aproveitou para passar seu braço pela cintura da mulher. Não pode deixar de dar um sorriso convencido. "Você me lembrou isso desde que cheguei aqui." impediu Ackworth de falar algo, selou suas bocas juntas.

Primeiro ela resistiu, porém logo cedeu passagem. O beijo era desesperado, faminto, cheio de saudade e conhecimento...

Eles conversariam depois, mas agora, precisavam se conectar de outras formas que seus corpos e almas ansiavam desesperadamente. 

Hellooooou!

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Hellooooou!

Como estão?

Então... rabisquei esse capítulo e fiquei com vontade de postar.

Espero que gostem!

Amo vocês ❤️

Beijos de luz e até a próxima!

Dépaysement (Bruno Bangnyfe x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora