Capitulo 1- Tranquilidade.

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Calor.

As finas e calorosas luzes do sol banhavam parte do meu corpo, a qual estava apoiado no tronco de uma velha árvore, suas folhas já amareladas com o tempo e úmidas pelas gotas da recém chuva. 

O tempo estava novamente frio, mesmo o sol não aquecia o suficiente com sua luz, estava em uma longa e grande montanha, esse era um dos lugares que eu vinha para ficar sozinho. Tinha luz, sombras e acima de tudo e o que mais prezava, a tranquilidade.

Sabia que uma hora ou outra ela iria acabar, que eu teria que voltar para minha "vida" novamente, fingindo ser alguém que não era, fingindo e agindo como alguém normal, vendo meus "pais" e "irmãos" fazerem as mesmas coisas, dia após dia. Depois de um tempo, ao longo de um grande e longo tempo, já não me importei com mais nada, era como se meu cotidiano tivesse virado isso, fingir. 

Todos lá sabiam uma boa parte do que se passava comigo, e também com o tempo, pararam de se importar, tão pouco eu.

Foi apenas com o toque suave de meu relógio de pulso que eu finalmente me levantei, saindo com passos lentos e cansados daquele lugar silencioso.

15 anos….

Foram 15 longos e ao mesmo tempo curtos anos sem estarmos todos juntos ao mesmo lugar novamente. 

Minha amada e complicada família.

Não posso mentir, sentir um pouco, uma miserá sensação de saudade. 

Da tranquilidade de Carlisle.

Do sarcasmo do Jasper.

Da irritabilidade de Rosalie em se impor a tudo e qualquer coisa que falo, claro que sei seus motivos em boa parte, mas isso não era algo que seria muito esperado a senhora da ração.

Também das brincadeiras de Emmett e claro da incrível(ironia) sabe tudo e vidência de Alice.

De tudo, sem dúvida, sentia a falta da habilidade de Jasper em me trazer um pouco do sentimento de felicidade. Eu sabia, como os outros, que aos poucos esse sentimento ia perdendo o caminho até mim. Como se algo a bloquear-se no meio do caminho, antes que virasse a última curva, depois de eu a ver e antes de finalmente a tocar.

Porque na minha alma vinha crescendo uma melancolia terrível por causa de uma circunstância que já estava infinitamente acima de todo o meu ser: mais precisamente ocorrera-me a convicção de que no mundo, em qualquer canto, tudo tanto faz.

Às vezes isso me preocupava e outras, tanto faz.

O brilho do sol e da lua às vezes me encantava, e outras muitas vezes, tanto fazia que tanto faz.

Melancólico, eu? Talvez, talvez não, a minha existência era como um vazio a muito tempo. Tanto que mal me lembro…Talvez. Talvez eu realmente me lembrasse, mas feliz de verdade? Relaxado e tranquilo de verdade? Não. Isso eu não me lembro.

Minha família era um dos meus maiores porto seguro, onde eu sabia que a qualquer momento podia chegar e ficar, ali eu tinha todos eles comigo, mas aí é que estava. Cada um deles tinham com quem ficar, seu companheiro, seu amante, seu marido, o que querem dar de nomes para suas relações, menos eu. 

Desde o momento em que "acordei" como sou hoje, boa parte do que me lembrava de minha outra vida sumiu, meus sentimentos e emoções triplicaram de intensidade, mas o tão falado amor, nunca o senti, talvez amor de pais e irmãos um pouco, mas foi também em parte com o tempo enfraquecendo, assim como minha vontade de permanecer existindo.

Minha lua - Edward CullenOnde histórias criam vida. Descubra agora