1700; Inevitável

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Elisa chorava em seu quarto tristemente, lamentando seu inevitável destino não teria como confrontar sua mãe, quando a rainha queria uma coisa ela conseguia. A irmã mais nova de Elisa, Emma, uma menina de cabelos castanhos claros quase loiros, entrou correndo em seu quarto e mergulhou na cama da irmã a abraçando.

- Eu sinto muito irmã - ela diz com tristeza. - tem que ter alguma coisa que possamos fazer - ela disse oque só fez Elisa chorar e soluçar ainda mais, enquanto Emma acariciava seus cabelos.

A irmã nunca a vira assim, Elisa estava encolhida deitada no colo de Emma, a fazendo parecer tão pequena.

- Talvez Pedro não é tão ruim assim - Emma disse depois de um tempo, tentando consola-la.

- Quem dera o problema fosse somente Pedro - A irmã responde entre soluços.

- Qual o problema então irmã? - Ela pergunta.

- Nunca quis me casar - Elisa respone e Emma vendo que falar estava a ajudando continuou :

- Se não queria se casar, quais eram os seus planos?

- Queria ser uma boa rainha para meu povo e quem sabe, viajar o mundo - ela respondeu se sentando ao lado de Emma.

- Mas ainda poderá fazer isso mesmo se casar-se. - Emma diz.

- Não irmã, não poderei, esta era minha única chance de ser independente, se um dia eu e Pedro chegarmos a ser rei e rainha ele cuidará de tudo, tomará todas as decisões sobre o país e eu apenas serei um rosto bonito para acenar para o povo - Ela diz com tristesa e raiva em sua voz.

- Sinto muito que as coisas não possam ser diferentes pra você irmã - Emma lamenta.

- Talvez para você ainda haja tempo, poderá se casar por amor - Elisa diz acariciando o rosto da irmã esboçando um sorriso.

- Oque você vai fazer? - ela pergunta. - Não quero te ver infeliz.

- Temo que isto é inevitável irmã - Elisa responde enxugando as lágrimas. - irei me casar com Pedro, será o pior dia de minha vida e naquele dia, minha vida chegará ao fim e virá a ruina. - ela diz sombria.

[...]

Uma semana depois, Elisa achou que sua cabeça fosse explodir de tanto matutar sobre o casamento e de alguma forma, também não conseguiu parar de pensar em Pedro e se ele estava pensando sobre o noivado tanto quanto ela, pensou tanto que resolveu escrever-lhe uma carta.

Querido Pedro,

Não consigo parar de pensar neste casamento, precisamos impedi-lo de alguma forma, você tem alguma idéia? se sim venha ao meu castelo sábado as três da tarde.

Elisa.

Ela enviou a carta na quarta e teve a resposta de Pedro quase que de imediato da quinta.

Querida Elisa,

Mal casamos e já está pensando em mim?.
Na verdade tenho algumas idéias sim, mas irei apenas se admitir que precisa de mim. Devo entrar pela porta da frente? sua mãe não desconfiaria?

Pedro.

A caligrafia de Pedro era deplorável, ele provavelmente não sabia escrever de letra cursiva então escrevia de letra de forma, o simples fato de ler aquela carta deixou Elisa com vontade de dar a Pedro algumas aulas de caligrafia, mas ainda assim ela sorriu ao lê-la.

Pedro seu bastardo,

Em primeiro lugar sua caligrafia é horrível. E em segundo lugar pensei que fosse claro que preciso da sua ajuda já que (infelizmente) estamos nessa juntos, mas se quer tanto ouvir esteja aqui no sábado. Entre pelos fundos, irei pedir aos guardas que deixem você passar do jardim.

Elisa.

Ela enviou a carta no mesmo dia que recebeu a de Pedro e novamente a resposta não tardou a chegar.

Elisa,

Oque é caligrafia? E como entrarei pelos fundos se seu castelo é todo cercado de muros?

Pedro.

A resposta de Elisa foi curta e ríspida.

se vira.

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