thirty six

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"Eu não acredito que estamos aqui!" A minha mãe estacionou o carro. "Cala-te e mete os teus óculos" Eu coloquei os meus óculos assim como a minha mãe. "Mas nós não somos a CIA." Ela sussurrou alto. "Mas tu queres saber o que o pai anda a tramar, por isso somos uma espécie de CIA". "Oh, vês o pai está a ir para além." Eu continuei. "Mas aquilo é a casa da Farah" A minha mãe tirou os óculos da cara. "Quem é a Farah?" Eu perguntei confusa. "Uma ex-namorada do teu pai, o seu 1º amor." Ela informou-me. "O que está ele lá a fazer?" Eu perguntei. "Se tu não sabes muito menos eu."

"Espera está ali o Jason, ele mora naquele prédio, posso pedir-lhe para entrar." "Boa ideia" A minha mãe retorquiu. "Agora sinto-me uma agente da CIA, de vestido" Ela continuou.

"Olá Jason, a minha tia mora neste prédio, podes-me abrir a porta se faz favor" Eu usei os meus dotes sedutores. "Hm, sim claro" O pequeno Nerd abriu a porta do prédio. "Obrigada" Dei-lhe um beijo na cara e entrei no prédio. "Sabes o nº do apartamento?" Eu questionei a minha mãe. "Eu acho que é o 9, uma vez eu e o teu pai viemos cá jantar, jantares de negócios sabes?" "Não quero saber agora vamos" Nós subimos as escadas feitas de madeira até chegarmos ao 3º andar. Ao fundo do corredor ouvimos uns pequenos barulhos, mas que prédio mal isolado. "Donde vem estes barulhos" Eu perguntei. "Do apartamento 9" A minha mãe disse furiosa. "O quê? Impossível, o pai não te ia trair." "Como se o teu pai não fosse capaz disso." Ela começou a ficar com os olhos vermelhos, a qualquer momento os seus olhos azuis iam começar a verter água.

"Mas também não temos a certeza se é o pai" Eu tentei acalma-la. 'Oh Meu Deus, John, aposto que não fodes assim a tua mulher' Uma voz aguda soou. "Está aqui a tua resposta." Finalmente as lágrimas soltaram-se, e só tive tempo de a abraçar. "Estou aqui mãe!" A minha vontade de chorar também era muita, mas tinha de me manter forte perante a minha mãe. "Ele é um monstro." Ela gritou. "O que vamos fazer agora...?" Eu perguntei. "Fazer as malas dele, e atirá-las para o camião do lixo" Ela falou furiosa. "Eu ajudo."

***

"Jerry preciso que venhas a Narooma, é urgente!" Eu exclamei. "Já te disse que não posso Bea, não posso abandonar o meu posto de trabalho" Ele falou-me alto. "E eu já te disse que a mãe está a passar por um mau bocado" Respondi-lhe no mesmo tom. "Então diz-me o que se passa por telefone, custa assim tanto?" "É um assunto sério Jeremy." "Porque não vens tu e a mãe a Sydney?" Ele suspirou. "Porque secalhar eu fui arrastada para Narooma, e estou de castigo, não posso sair de casa" Enervei-me, ele sabia bem que eu não podia voltar a Sydney. "Então parece que não vou saber o que há de tão importante" Ele retorquiu sinicamente. "Prontos então, quando o pai te aparecer com outra ou assim não ligues!" Eu berrei. "o quê?" "Xau" Desliguei-lhe o telefone na cara.

"As malas estão feitas prontas para o camião do lixo" a minha mãe desceu as escadas com duas malas grandes nas mãos.

"O que se passa aqui?" O meu pai entrou em casa. "Vais viajar querida?" Ele tentou dar um beijo á minha mãe. "Não, tu vais viajar!" "Eu não vou, ninguém me ligou a dizer nada, ligaram para ti foi?". "Não, tu vais viajar para fora de casa e para nunca mais voltares" Ela cuspiu. "Mas o que se passa querida?" "Querida o caralho, querida é a tua Farah" Ela falou rude. "Eu posso explicar..." "Claro, quando há uma traição pode-se sempre explicar, não é?".

"Mãe o camião do lixo chegou!" Eu interrompi. "Se não te importas, vou deitar umas coisinhas ao lixo!" Ela sorriu e saiu apressadamente para fora de casa atirando as malas para o camião. "Essas eram as minhas roupas?" O meu pai perguntou. "Ups, acho que eram" Ela voltou a sorrir assim como eu. "E tu estás a sorrir para quê, continuas sob minha ordem, nem penses que vais voltar para Sydney!" Ele berrou comigo. "Ela já é maior de idade ela faz o que quer!" A minha mãe tentou defender-me. "Enquanto viver debaixo do meu tecto não." O meu pai saiu de casa e eu comecei a chorar, outra vez.

Desde que cheguei ainda não parei de chorar um segundo, eu não vou ser ninguém sem a Jazmyn, ou sem a Gemma, até mesmo sem o Jeremy, mas uma coisa tenho a certeza, a minha felicidade nunca mais vai ser a mesma sem o Ashton.

***

"Beatrice o que querias dizer com aquilo" O Jeremy iniciou a conversa, "O pai traiu a mãe, ela está destroçada." "O quê?" O Jeremy falou completamente estupefacto. "Acabaste de me ouvir, mas a mãe mandou as roupas todas dele para o camião do lixo" Eu gargalhei e ele juntou-se a mim. "Mas o lado positivo é que podes voltar a Sydney." Ele tentou animar-me e animar-se. "Não, não posso, o pai já falou com o advogado e ele tem metade da minha custódia para já" "Mas tu já és maior de idade podes escolher com quem ficar" "Não, só sou maior de idade daqui a dois meses" Eu corrigi "Seja como for o que interessa é o ano, não é." "Acho que não"

"Tenho tantas saudades tuas" Ele choramingou. "Também eu" "Aliás todos temos saudades" Ele completou. "E o Ashton como está?" "Destroçado, os olhinhos dele já nem são os mesmos" Mais uma vez, as lágrimas decidiram fazer um viagem pela minha cara abaixo. Comecei a soluçar. "Não chores, ele vai perceber um dia vais ver." Ele tentou confortar-me. "Eu já não sei nada"
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Desculpem a demora, e desculpem por não estar nada de mais, mas já sabem como funciona a matemática não é? :(

Amnesia - a portuguese Ashton Irwin's FanFiction (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora