Prólogo

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- Não! Por favor, não faça isso. Eu não aguento mais! – com lágrimas nos olhos e o corpo tremendo, isso foi tudo o que consegui dizer antes de ver a vida de minha mãe ser tirada bem diante dos meus olhos. O chão sob meus pés já não existia mais. Uma completa escuridão se apossou de mim. Toda minha família agora jazia morta no chão da sala, e eu não pude fazer nada, ou será que fui fraca demais?

- Não seja tola pequena. – o homem que acabará de exterminar minha família se aproximava de mim em passos lentos e precisos, sem vacilar.

Não pude ver seus olhos , nem qualquer feição.  Tudo o que gravei do mesmo foi sua voz rouca, como a de alguém que fuma muito.

Em reflexo a sua aproximação,  me arrastei para trás na falha tentativa de escapar, entretanto percebi ter sido um ato em vão, quando ao encostar na parede , com os olhos fechados, senti sua respiração quente em meu rosto e uma mão coberta por luvas acariciando minha face.

Estava em choque. Meu corpo não me obedecia por nada, qualquer tentativa de move-lo se tornava falha. O medo me consumia a cada segundo, os batimentos acelerados, a respiração entrecortada, as mãos soando.

- Olhe para mim criança. – um arrepio percorreu cada parte do meu corpo até Se instalar em meu cérebro como um aviso. Um aviso no qual a mensagem era clara, eu não deveria olhar. Dizia para eu me encolher e esperar o pior, esperar minha morte. O aviso insistia em me consolar dizendo que tudo não passava de um pesadelo.

Contudo, a curiosidade é uma das causas da Ascenção e da queda do ser humano, e por essa mesma curiosidade ignorei todos os avisos e encarei seus olhos.

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Mês que vem teremos o primeiro capítulo.

Espero que gostem da nova estória.

Parada no TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora