CAPÍTULO 2

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Sabe aqueles eventos que tem chances de acontecer? Mas as chances são de uma em um milhão?
Esse é um desses eventos.

Não consigo entender o motivo pelo qual  eu tenha o encontrado, depois de tanto tempo. Pra piorar, o mesmo tem um filho. Um filho com aqueles mesmos olhos.

- Senhorita Castilho, está se sentindo bem? - ouvi um dos dois perguntar, mas não consegui identificar a quem pertencia a voz.

- Sim, estou bem. - sai do transe e me sentei, indicando que ambos fizessem o mesmo. Tomei uma postura mais séria. Não vou deixar que ele me intimidar novamente.

- Sou Daniel Dantas, e esse é meu filho Theodoro. Como sabe, sou dono das empresas de tecnologia Dantas's Technology. Estamos com projetos de expandir nossos negócios,  nos associar a novas empresas e decidimos marcar essa reunião. - A voz desse velho tá me irritando e ele nem percebe - Vi que sua empresa tem crescido bastante nesse ramos nos últimos dois anos. Queremos oferecer nossos produtos.

- Entendo senhor Dantas. E qual seria sua proposta? - indaguei ainda sendo o mais formal possível. Vi seu filho, que até então estava quieto pegar algo na pasta sobre a mesa.

- Aqui está um contrato explicando tudo. Iremos fornecer os produtos a vocês, para comércio, é claro. Quarenta por cento dos lucros será da sua empresa e os 60% nosso, uma vez que fazemos todo o processo de fabricação e aquisição de matéria prima.

Enquanto lia, muitas coisas passavam na minha mente. Esse contrato parece bom de mais pra ser verdade.
De fato, eles são uma empresa muito grande, de influência, querem expandir e de cara me oferecem 40% dos lucros? Tem algo errado.

- Senhor Dantas, peço que me dê um prazo de uma semana para que eu possa me reunir com minha equipe e analisarmos o contrato. - coloquei as folhas sobre a mesa e olhei diretamente em seus olhos - Realmente é um contrato promissor e espero que possamos trabalhar juntos. - Eu só quero sair dessa sala.

- Como desejar senhorita Castilho. - após sua fala, ele e seu filho se levantaram e se despediram de mim. Quando estavam na porta, ele parou e me encarou, sustentei o olhar e ele sorriu, fez um gesto com a cabeça e saiu, fechando a porta logo em seguida.

Joguei meu corpo sobre a cadeira, apoiei meus cotovelos sobre a mesa e escorei minha cabeça nas mãos, pensando.
Minha vida estava bem, eu ainda tinha pesadelos, mas ainda sim eu estava bem.
Porque agora e tão de repente? O universo deve estar brincando com a minha cara.

Levantei-me e sai da sala de reuniões. Pedi a minha secretária que entregasse o contrato para o setor financeiro e administrativo, para eles analisarem e me dar um parecer em relação a veracidade do mesmo.

 Pedi a minha secretária que entregasse o contrato para o setor financeiro e administrativo, para eles analisarem e me dar um parecer em relação a veracidade do mesmo

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Alguns dias havia se passado, o pessoal da minha equipe analisou o contrato e disse que estava tudo certo, os advogados da empresa disseram o mesmo.

Depois daquele dia, decidi que seria bom ter aquele monstro por perto. Preciso acabar com ele, mesmo que eu morra no processo.

Sei que há um motivo oculto para ele ter aparecido assim, sem motivos aparentes. Provavelmente suas intenções é terminar o que começou. Embora ele pudesse ter me matado, não o fez.

Não estou fazendo isso exatamente por vingança. Sinto falta dos meus pais, isso é evidente, mas há em mim uma pergunta que só ele pode responder; "por quê ele matou meus pais e me deixou viver?".

Imagino que ele seja só mais um daqueles doidos que se divertem com o sofrimento alheio.

Essa semana teremos mais uma reunião e sendo sincera, não tenho nenhuma vontade de vê-los novamente. Me pergunto quem foi a louça que teve um filho com aquele ser humano asqueroso.

Como era de se esperar, os pesadelos só pioraram. Então, ou eu mato eles ou eles me matam, e eu não pretendo morrer agora.

Cheguei à empresa, olhei a agenda e felizmente a reunião não será hoje.
Comecei a ler alguns contratos e outros papéis que eu precisava assinar. O tempo passou rápido e quando dei por mim, estava na hora do almoço.

Decidi que iria almoçar em um restaurante diferente hoje, uma vez que eu sempre vou no mesmo que fica a uns dez minutos a pé da empresa.
Peguei minha bolsa e chave do carro.
Entrei no elevador que por sorte estava vazio. Apertei o botão do térreo e aguardei. Enquanto o mesmo descia, olhei para o espelho na intenção de checar minha aparência. Alguns poucos fios de cabelo estavam fora do lugar. Continuei a encarar meu reflexo e do nada aqueles olhos apareceram no meu campo de visão.

Talvez antigamente eu me assustasse e corresse pra longe, com medo. Mas eu apenas permaneci o encarando, e quando as portas do elevador se abriram, os olhos desaparecerem.
Revirei meus olhos e saí indo em direção ao meu carro.

Após destravá-lo, me acomodei no banco do motorista e fiquei olhando pra frente. Olhei para o retrovisor e pude ver aqueles olhos me encarando novamente.

- O jeito é eu me livrar de você. Não por exata vingança, mas pela minha paz. - disse como se ele pudesse me ouvir.

Saí com o carro do estacionamento e fui em direção ao restaurante que escolhi. Esse ficava uns vinte minutos de carro, era em um local mais afastado e próximo a uma pequena aglomeração de árvores. Estacionei o carro e desci, logo me encaminhando para a entrada do restaurante.

O mesmo era todo de madeira, em um estilo levemente rústico. Janelas de vidro e mesas de madeira com um pano vermelho. A atendente me levou até uma mesa mais afastada. Decidi pedir apenas uma água e aguardar.

Não demorou muito e uma pessoa se aproximou da minha mesa. Um homem alto e agora conhecido.

- Posso me sentar? - perguntou

- Fique à vontade. - indiquei para que o mesmo sentasse na cadeira em minha frente.

- E então, já sabe o que vamos fazer para acabar com ele? - perguntou logo de cara.

- Calma Theodoro. As coisas não acontecem assim e você sabe disso. - bebi mais um pouca da água e o encarei - Agora me tire uma dúvida. O que seu querido papai fez pra você querer se livrar dele?

- Ele matou minha mãe!

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Hello Humanos!
Peço desculpas pelo grande atraso.

Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Mas enfim, uma nova atualização.
Lembrando que esse livro não será longo.

Faltam dois capítulos apenas.

Comentem, curtam, compartilhem.

Até mais humanos!!!

Parada no TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora