Linstead - Prometemos sempre

Capítulo 13

Capítulo 13 - Um pouco de luz

"A mudança chega como a brisa que franze as cortinas ao entardecer. Ela vem como o perfume furtivo das flores silvestres escondidas na relva."

- John Steinbeck

Não foi uma surpresa dizer que Lindsay passou o resto da madrugada em claro, ela pode jurar que não dormiu uma hora inteira desde que chegou. Em NY ela ainda era a pessoa que dirigia, mas não como antigamente, não tinha as provocações que ela tinha antes com uma pessoa em específico. Ela até gostaria de dirirgir novamente pelas ruas de Chicago, mas ela preferiu apenas ir atrás com sua filha e observar desta vez.

Olhar para aquelas ruas, prédios e restaurantes de sua cidade era nostálgico. Ela lembrou de suas épocas de patrulha, de seus momentos de adolescente - essas em partes não foram boas memórias, mas ela sorriu ao se lembrar de seus momentos com Hank a ensinando dirigir. Ela lembrou de sair para o Molly's ou em dias quando o Cubs ou Blackhawks estavam jogando e ela ia ao estádio com Jay e os amigos. Passaram várias memórias em sua cabeça e então ela avistou o Purple Pig e suas memórias foram direcionadas para alguém muito específico.

Ela lembrou das corridas matinais, se lembrou de encontros noturnos ou as vezes nem era um encontro em que eles se vestiam todo e iam para o restaurante, eles apenas gostavam de caminhar até a pizzaria e fazer o pedido deles.

Quando sua filha se mexe em sua cadeirinha ela se lembra do bebê que ela perdeu, lembrou de momentos naquela época em que via casais passeando com seus filhos na rua e se imaginava assim com Jay e seu filho, mas ela não teve isso e não pode odiar tanto assim o destino, pois ela amava Charlotte e sentia que a vida deveria ter um propósito em junta-las.

No hotel Erin se despediu dos amigos e foi para a suíte, para a sua sorte Charlotte dormiu a noite toda, mas ela não conseguia parar sua mente de reviver sua vida em Chicago, os bons e maus momentos, tudo o que ela renunciou, tudo o que ela deixou para trás e quem ela deixou para trás.

Ela pensa no dia seguinte, em como ela será recebida por sua antiga equipe, ela sempre disse a sua filha que eles eram sua família, mas será mesmo? Ela se pergunta, ela merece ser da família deles? Ela sabe que teve seus motivos para ir e não olhar para trás, mas agora que está de volta ela está com medo de como será recebida e como tudo ocorrerá.

Ela também se lembra da última vez que esteve em Chicago e esse é mais um dos segredos que ela guarda. Sua última vez não foi em 2017, a última vez foi quando Al se foi, bem ela perdeu o funeral e tudo e esse foi um dos motivos pelo qual ela e Hank se afastaram. Erin ficou sabendo sobre a morte dele apenas meses depois. Não, não foi por falta de comunicação por ela estar na Bolívia, pois ela foi informada quando o caso foi reaberto e ela já estava em missão. Voight e Olinsky a impediram de voltar, bem, não só eles como o FBI, além de ela estar em missão na época ela ainda estava sob o acordo e esse foi apenas mais um dos motivos pelo qual ela sabia que precisava sair o quanto antes da unidade contraterrorismo.

Então, após a missão que quase levou a sua própria morte, que a levou a abrir um processo contra membros do Contraterrorismo e foi por tudo isso que ela acabou conhecendo Marshall Sánchez. Ela teve uns dias para voar para Chicago e visitar Alvin e Nádia, ela não falou com ninguém pois imaginou que não seria bem recebida depois de tudo.

O tempo passou e ela acabou adormecendo com seus pensamentos. Não foi Charlotte, a luz solar ou seu despertador que a acordou, foi um pesadelo. Foi uma noite agitada para ela e agora ela teria que enfrentar seu passado de frente. Ela logo se levantou e levantou Charlotte. Uma coisa que ela aprendeu lendo os livros de maternidade era deixar seus filhos terem autonômia e ela deixava sua filha ter a sua e a deixava escolher suas roupas, claro que para momentos como hoje a menina tinha limites, pois se deixasse Charlotte se vestiria de princesa todos os dias.