Capítulo 32

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Capítulo 32 - Você e eu

"Dizem que não dão valor ao que se tem, até perder. Eu acho que não sabia o quanto sentia sua falta, até você estar na minha vida todos os dias."

- One tree hill

Hank Voight sempre foi a figura de segurança, de amor e proteção para Lindsay. Ela o via como intocável, indestrutível e por mais que muitos pensem que Lindsay fecha os olhos para muitas coisas que ele faz, eles não sabem o que ela viu, o que ela vivenciou, do que o homem a tirou e o contraste com a vida da qual ele proporcionou a ela.

Ele sempre representou uma estabilidade que ela gostava de ter. Uma da qual ela tinha medo de voltar e sabia que lutaria para nunca mais voltar. Naquela época, ele tinha toda influência sobre ela, que perdurou por muitos anos. E ele não soube afastar a dependência de Lindsay das pessoas - a lealdade cega. Antes de Hank, Erin só tinha Bunny e depois Charlie, duas pessoas que usavam o amor, a ingenuidade e a lealdade cega dela para benefício próprio.

A jovem na época, encontrou algo totalmente diferente no homem que ela via como figura paterna, mas essa dependência emocional não foi embora com facilidade. Ela era frágil e tinha medos tão obscuros dentro de si.

Antes da terapia, as palavras como as de Hank tinham o poder de deixar com que Lindsay se sentisse insegura. No entanto, ela e sua terapeuta lutaram muito para afastar Lindsay da lealdade cega e das dúvidas impregnadas nela e dessa vez, tudo o que Hank Voight disse, não foi suficiente. Não quando ela não tinha mais essa dependência emocional por ninguém.

Mesmo que pensasse que muitas das coisas que ele falou fosse verdade, não era realmente, não era o que ela acretitava e não por ingenuidade, porque mesmo que secretamente ela pensasse em tudo o que ele disse, ela não deixava que isso interferisse em sua vida, não mais.

Lindsay não deixou que sua filha e Jay se aproximassem com a intenção de que se tornassem pai e filha, deixou eles se aproximarem porque sabia que Jay era uma excelente pessoa. Ela não podia prever que se dariam tão bem. E ela estava ciente de que se fosse embora a probabilidade de Charlotte sofrer seria grande, mas a criança entendeu quando teve que deixar Nick, Tess e Mac e ela passava muito mais tempo com a babá. Ela era uma criança com sentimentos que Lindsay claramente validaria, mas ainda era alguém que dependia de Erin e ela quem tomava as rédeas.

Ver sua filha dançando nos braços de Jay mexeu com ela como sempre, mas dessa vez, as palavras de Hank foram apenas isso, palavras, porque ela sabia que não importa o rumo que tomassem, não existe nenhuma possibilidade de que ela se tornasse Bunny e na verdade, tudo que mais a afetou nas palavras dele foi ouvir elas de Hank. Assim como ela entendeu que era dependente na terapia, Hank a via do mesmo jeito. Não que ela não fosse uma adulta com responsabilidades, mas aparentemente, para o homem, ela provavelmente era instável.

Deixando a conversa escondida no fundo de sua mente e nem mesmo se dando conta de como foi parar lá, a mulher se encontrava nos braços de Jay dançando alguma música instrumental ao fundo e sua filha no sofá sentada observando a cena. Mesmo que ainda seja muito pequena, a memória afetiva que está sendo criada nesse momento era excelente e provavelmente, será uma lembrança que não se apagará da memória de Charlotte.

- Ok, minha princesinha. Porque não vamos dormir? - Lindsay diz após os três terem dançado um pouco juntos.

- Eu quero que o Jay me ponha para dormir. - ela pede sem nem mesmo reclamar que tem que ir para a cama.

E a surpresa deles, na verdade foi o pedido dela, já era costume Jay a colocar na cama, mas não era comum que ela pedisse por isso, principalmente com sua mãe por perto. No entanto, nenhum dos dois questionaram e enquanto Lindsay esperava na sala Jay levou a menina para se preparar para dormir.

Linstead - Prometemos sempreOnde histórias criam vida. Descubra agora