Capítulo 7

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Tem que ser você, mesmo se eu nascer de novo
Tem que ser você, mesmo que o mundo desmorone.
Meu mundo é suficiente apenas com você.
Então, tem que ser você.

Peter decidiu que explorar lugares do castelo onde nunca tinha ido seria uma boa ideia para passar o tempo. Foi assim, depois de tantas voltas, ele foi parar no estábulo, que ficava apenas alguns metros longe do castelo. Nunca tinha se aventurado naquela parte da propriedade e nem sabia quem trabalhava por ali. Mas a curiosidade matou o gato.

Não precisou chegar muito perto para ver a figura ''brincando'' com um potro. Peter sorriu ao observar a cena, encostou-se na madeira da cerca e decidiu ficar por ali até que o outro notasse sua presença. John não estava com suas vestes habituais, aquelas dignas de um príncipe. Ao contrário, ele usava roupas um pouco maltrapilhas, sapatos sujos de terra, suor escorrendo pelo seu rosto e seu cabelo estava completamente desarrumado. Qualquer um que o visse naquele estado jamais diria que aquele era um príncipe.

Thompson estendia sua mão com pequenas maçãs para o potro comer e ele tinha um sorriso em seus lábios. Foi a primeira vez que Peter o viu sem aquela faixada de príncipe prepotente. O homem que estava em sua frente parecia leve, bem humorado e cheio de vida. O moreno soube que podia admira-lo o dia inteiro se quisesse.

Depois da constatação chocante que fizera na noite em que encontrou John no corredor, Peter não se permitiu pensar muito sobre isso. Talvez ele estivesse apaixonado pelo príncipe. E era isso, não havia mais nada que ele pudesse fazer, porém, havia mais de 200 anos entre eles, ambos pertenciam a mundos completamente diferentes. Mesmo que Coleman estivesse ali naquele momento, ele não sabia quando tudo aquilo iria acabar. E se tudo aquilo fosse um sonho? E se estivesse no purgatório? E se ele fosse arrastado de volta para o século do qual veio? Tinha tantas perguntas sem respostas.

Ao mesmo tempo que ele não queria se permitir estar apaixonado pelo príncipe, tudo que ele queria fazer era ficar admirando John pelo resto da vida.

Foi tirado dos seus pensamentos quando o rapaz notou sua presença. Thompson automaticamente olhou para suas próprias roupas, lembrando-se de que não estava vestido adequadamente. Não era como se Peter se importasse com isso, na verdade, ele adorava os botões abertos da camisa que o de olhos azuis estava usando naquele momento. Provavelmente seria o motivo de seus sonhos eróticos durante a madrugada, mas ninguém precisava saber.

- Então, você gosta de animais?- Coleman perguntou encostando-se mais ainda na cerca. John deu uma última maçã para o potro e caminhou na direção onde o moreno estava.

- Hmmm...sim.- a resposta foi baixa, mas felizmente Peter tinha uma boa audição.

- É ele ou ela? Qual o nome? Quantos anos tem?- perguntou, apontando pro animal logo atrás de John. O príncipe pareceu confuso com o tanto de perguntas.

- É ele. Não tem nome. Tem 2 anos.- respondeu tudo na mesma ordem em que as perguntas foram feitas.

- Não acha que devemos dar um nome a ele?

- Hmm...- Peter tinha certeza que aquele ''hmm'' tinha sido uma forma de John consentir com a sua ideia. Pensou em algumas possibilidades de nomes, mas não chegou a lugar algum.

- Quando eu encontrar o nome perfeito eu te digo.- Coleman falou e Thompson assentiu vagarosamente.- Bom, eu nunca tinha visto cavalos tão de perto antes de chegar aqui. Mas eu não sou o tipo de cara que gosta de cavalos, esse tipo parece mais com você. Eu sou o tipo de cara que gosta mais de coelhos, eu sempre os adorei. Mamãe me deixou ter só um quando eu era muito pequeno e... vou parar de falar.- Peter percebeu que quando estava ao redor de John sua boca não tinha filtro, ele sempre falava a primeira coisa que aparecia e sempre acabava falando mais do que deveria.

Somewhere Someday - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora