Capítulo Final

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Aquela era uma criatura do reino dos pesadelos. Set a invocará do pior lugar do Reino dos Demônios, o Pântano da Perdição. Era a personificação da criatura de energia criada por Set em seu primeiro ataque, mas vê-la em carne e osso embrulhava o estômago de Horus.

Ele tentou correr na direção de Quensu, mas Set o bloqueou. Eles trocaram golpes de espada, mas Horus percebeu que o inimigo brincava com ele. Seu desespero em alcançar sua amada nublava sua razão. Tornava seus golpes lentos e suas reações, tardias.

O Animal Set saltava sobre Quensu e tentava rasga-la com suas garras e presas. A Maga da Lua tinha travado um círculo no chão, que brilhava, criando um campo de força para protegê-la, e lançava ataques lá de dentro. Horus sabia que ela era poderosa. Seus ataques jogavam a criatura para longe.

Quensu uniu as mãos e as afastou. Uma poderosa bola de energia de formou.

— Vingança da Rainha Celeste! Extinção Lunar!

A energia disparada pelo poder de Quensu causou uma explosão onde o Animal Set estava. Alívio percorreu as veias de Horus. Ele podia se concentrar em Set sem temer pela vida de sua amiga.

— Ah, a felicidade e determinação nos seus olhos são deliciosos — disse Set, enquanto se esquivava de um ataque de Horus e estocava com sua espada, forçando o príncipe a recuar. — Sabe, tem uma coisa interessante sobre o meu bichinho. Ele foi criado da troca de pele da serpente Apofis, algo que acontece de mil em mil anos. E, como o eterno inimigo do faraó, ele se alimenta de magia arcana. Então, a não ser que sua amiguinha tenha lançado um ataque com energia dos deuses superiores...

Os olhos de Horus se arregalaram. Ele se virou para ajudar Quensu. Ignorou que dava as costas para Set, que só gargalhava. O lorde do caos não se dignou a ataca-lo. Olhou para a coluna de fumaça que impedia de ver o que aconteceu com o Animal Set, e, quando voltou os olhos para Quensu, viu que ela arfava com as mãos nos joelhos.

— Agora, meu servo — disse Set.

O Animal Set saltou do meio da explosão. Seu pulo ultrapassou Horus. Quensu arregalou os olhos quando, ao tocar a barreira com suas patas, a criatura causou uma rachadura. A besta passou a arranhar e morder. Quando Horus estava chegando, Seus olhos e os de Quensu se encontraram. Ela deu um último suspiro, e sorriu para ele.

— Eu amo você — ela disse.

O Animal Set estraçalhou a barreira. Não restava poder nas veias de Quensu. A criatura atacou com garras, presas e o rabo em forma de serpente. Horus usou suas espadas para cortar seu flanco. O ser do Reino dos Demônios ganiu e se afastou, indo para o lado de Set.

Horus se ajoelhou ao lado de sua amiga. Daquela que tinha conquistado seu coração. Da pessoa mais corajosa e determinada que conheceu. Não tinha como estancar tanto icor prateado, que escorria e criava uma poça embaixo do seu corpo.

Ela tentou falar e não conseguiu, a garganta cortada. Ele tentou falar e não conseguiu, tomado por soluços.

O poder de Horus se extinguiu. Seus olhos criados com o poder lunar se apagaram. Por isso ele não pode ver a mão de Quensu fazendo um último movimento. Lançando sua última magia.

O poder do desejo de Quensu de estar para sempre ao lado de Horus se revelou. O sentimento foi mais poderoso que as garras da morte que a puxavam. De dentro do seu peito, algo saiu flutuando. O centro do poder dos etherianos. Um órgão que ficava ao lado do coração.

O núcleo.

Envolto em uma luz prateada, o núcleo de Quensu se transformou. De uma peça oval desenhada, se tornou redondo. Passou a pulsar e, como se atirado por uma flecha, disparou para a órbita esquerda de Horus.

Nasce Hórus, o VingadorOnde histórias criam vida. Descubra agora