~10 invernos após o marcante dia~
-El? Elwin tá aí? Me responde...aaah que susto!- Disse o garoto saindo em disparada atrás da irmã.
-Eu não tenho culpa que você é um medroso!- Respondeu ainda correndo e fazendo careta para o menino. – Não acredito que você é a mais velha...parece a mais nova!- Resmungou o menor, já parando de correr e sentando no gramado que ficava próximo ao ateliê que tinham na parte de trás da casa e que pertencia a garota.
-Afinal o que você veio fazer aqui? Sabe que não deve ficar muito tempo no lado de fora...- Perguntou a ruiva, já imaginando a resposta. – Vim te chamar...a vovó quer falar com você. – Disse o irmão ainda sem fôlego sentado na grama arrancando os pequenos dentes de leão, que às vezes ali nasciam.
- Diga que quando terminar irei... não tô’ muito afim de falar com ela agora...- Enquanto o mais novo continuava no chão a irmã começou a andar de volta ao ateliê, pois ainda tinha um quadro para finalizar. Estava pintando uma das filhas do chefe do clã onde moravam e por coincidência a morena fazia aniversário no mesmo dia que sua falecida, ou assim ela pensa, irmã.
- O Taz tá aí- disse o garoto chegando sorrateiramente ao lado da menina- E ele quer te ver...sabe ele trouxe um presente! – finalizou com euforia, achava o máximo a ruiva ter um pretendente porém tinha conhecimento que criar raízes em um lugar não era o apropriado para a atual situação.
- Diga a ele que morri...- revirou os olhos, já imaginando o que sua avó estaria dizendo ao garoto. – E outra, a vó já deve estar colocando ele para fora. – a menina estava tão convicta de que a senhora não deixaria o moreno permanecer por muito tempo, que simplesmente paralisou com a fala de seu irmão.
- Engano seu...na verdade ela está servindo chá para ele. – O mais novo teve que correr para alcançar a ruiva, pois assim que saiu do transe, não esperou nem um segundo e como um furacão seguiu rumo a sua residência.
Chegando na porta, a cena atual era; sua avó, que sempre frisava o quão importante era não deixar que nenhum aldeão se aproximasse demais da sua casa, estava servindo chá ao charlatão da cidade, que vivia de enganar rapazes e moças pelas regiões onde passava. Mesmo assim Piah, estava sorrindo e tratando-o bem...bom bem até demais, foi aí então que a menina começou a prestar atenção ao seu redor e viu que, as ervas em cima do balcão eram ervas de ouro, que são extremamente mortais para a espécie do jovem rapaz e muito parecidas com as lavandeiras, erva doce que desperta alguns sentidos temporários a quem a consome.
Já tendo ideia do que viria a seguir, pediu ao irmão que ajuntasse e guardasse todo o material de seu ateliê, sabia que isso levaria um tempo a ser concluído e daria a elas os minutos que precisavam.Assim que o garoto se foi, ela adentrou a casa, passando pela sala e vendo a lareira acessa em pleno verão, ainda em direção a cozinha preparou-se com o melhor sorriso falso e disse: -Uau que surpresa o senhor aqui! – ainda aproximando-se sentou a mesa junto deles. – O que faz aqui, confesso que desde a última vez quando te expulsei a vassouradas, acreditei que não viria mais aqui.- Disse tentando soar o mais inocente possível mesmo que sua fala fosse uma alfinetada.
- Minha neta não seja indelicada, o jovem rapaz só está aqui para corteja-la. – Como se não estivesse prestes a arquitetar seu plano a senhora soou suave como uma pluma. E fora questão de segundos até o homem começar a se sentir tonto e cair em cima da mesa.
- Depressa arrume suas coisas, logo o Ethan vai chegar e levar esse crápula, não sabia mais quanto tempo conseguiria enrolar ele, logo o chá faria efeito- Logo após sua fala a senhora começou a guardar todos os seus chás, frascos e ervas. Sendo esses os únicos itens necessários que a mulher havia deixado para guardar depois, já que sua visita não poderia desconfiar de nada.
- Quando vi as ervas de ouro já desconfiei, só me questiono uma coisa... porque ele? Entendo que era um charlatão mas que mal ele nos oferecia?- Questionou a garota ainda tentando entender as razões de sua avó.
- Certo, acredito que tenhamos um tempinho até Ethan chegar...
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Os Primeiros Filhos Da Terra
Science FictionEm uma terra onde elementares são seres sagrados capazes de criar vida, mas que estabelecem regras de convivência e interferências para não interromper o livre arbítrio de suas criações. A elementar da terra se vê em um abismo quando seu povo está...