Passados e adeuses

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Jack Higheart

— O caso desse professor ontem foi um ótimo respiro para tanta tragédia diária que esse serial killer anda causando não acha, Jack? – Eri indagava enquanto girava em sua cadeira.

— Sinceramente eu nem tive muito tempo pra olhar o jornal de hoje, esse dai foi aquele caso que o professor foi sequestrado e no final se libertou e sozinho derrubou os sequestradores? – Jack falava e folheava um calendário rapidamente circulando dias específicos.

— Ele mesmo, Arthur Lewin o nome do professor, pela foto que tiraram dele ao lado da... namorada acho, sei lá, ele parece um velhote, espero chegar na idade dele com essa energia que ele tem. – Eri ria enquanto dava uns socos no ar.

A sala ficou em um silencio momentâneo até que Jack se levantou em um grito de euforia e falou:

— A lua cheia caramba, ERA A LUA CHEIA. – Levando os calendários para o Eri, Jack apontou para as datas e prosseguiu falando em êxtase – Olhe, a diminuição do numero de policiais ocorre sempre no segundo dia após o início da lua cheia é um padrão desde de os primeiros casos.

— Espera, se temos um padrão tão especifico... por que ele passou a matar todos os dias? O que o engatilhou? – Ele falava se levantando da cadeira empolgado.

— Não Eri, não foque nisso, perceba a polícia, os números, se é o mesmo assassino, por que a diminuição dos policiais apenas nos casos no segundo dia de lua cheia? Se são todos casos cometidos pela mesma pessoa todos os casos teriam o mesmo padrão, mas os assassinatos ocorridos na segunda lua cheia sempre possuem menos policiais, é quase como... como...

— Como se fossem duas pessoas diferentes agindo, uma que tem dinheiro para subornar os policiais e outra que passou a copiar o original e que é constantemente perseguida e ainda consegue escapar.

— Exatamente. – Disse Jack com chamas de empolgação queimando em seu olhar.

Os dois se abraçaram sentindo que haviam encontrado uma pista para compreender melhor o mistério da continuidade destes assassinatos, Jack em especial parecia estar tirando um grande peso de seus ombros. Alguns segundos se passaram e então Jack se distanciou e falou:

— Vamos sair pra beber um pouco hoje?

— Desculpa Jack, hoje eu prometi passar a noite com o meu pai, até porque o pessoal da construtora foi lá hoje, tá ligado como é.

— Ah sim, então amanhã se der nos saímos, qualquer avanço nesse mistério é algo que eu devo comemorar.

— Falando no meu pai, acho que já vou indo, vou levar esse jornal quentinho pra ler pra ele. Ah, e trata de beber por mim hoje. – Eri sorriu enquanto pegava o jornal sobre a mesa e partia.

— Pode deixar, se eu não aparecer amanhã pode ter certeza que a ressaca me derrubou. – Jack se virou, voltando para suas anotações, calendários e papeis largados ali.

Menphis

— Vou estar viajando essa quarta para a reunião, já comprei as passagens, não vou faltar dessa vez. – Falava Menphis ao telefone.

— Espero que não decida sumir de ultima hora por "motivos pessoais" como da última vez senhorita Menphis.

— Bartolomeu, eu já lhe disse que irei, então eu irei e se me permite estarei desligando, sou alguém ocupada, se lembra o que essa palavra significa?

Logo após falar Menphis desligou a chamada sem dar uma chance a Bartolomeu para responde-la. Seguir os concelhos de Arthur no ano anterior sem duvidas foi a melhor escolha, porem também gerou uma situação chata para Menphis, afinal, ao não ir no Concelho de Investimentos Privados na Educação em seu primeiro ano como convidada, Menphis conscientemente lhes deu a impressão de uma amadora, descomprometida e sem respeito, algo que os "investidores filantrópicos" do Concelho amariam devorar e sugar cada gota de dinheiro através de investimentos meia boca e fajutos, por isso sua presença esse ano era tão importante, mas pelos olhos de Menphis a situação era ao contrário, ao invés da gatinha amedrontada que ela fingiu ser, eles encontrariam esse ano uma leoa faminta. Um sorriso envenenado se formou na face de Menphis.

A Minha PazOnde histórias criam vida. Descubra agora