Capítulo 1

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Aquele dia foi extremamente cansativo para Takemichi. Ele passou o tempo todo com medo de encontrar o aluno novo que topou no corredor novamente, então teve que passar os recreios na sala de aula e aguentar as milhares e milhares de perguntas que seus amigos faziam. Sem contar o fato de que ele saiu correndo feito uma bala quando o sino de saída tocou. Ele realmente não queria encontrar aquele estranho mais uma vez.

Seu dia foi muito agitado, então Takemichi chegou moribundo em sua casa.

" Filhote, esta tudo bem?"  Morana, sua mãe, pergunta ao ver sua cara de moribundo.

" Sim, apenas tive um dia cansativo."

" Então tome um banho quente e me espere no quarto que irei contar uma história dos nossos antepassados, o que acha?" Ela abre um meio sorriso ao ver a face de seu filho se iluminar em alegria.

" Eu estarei esperando a senhora!" Takemichi começa a correr até seu quarto.

Se tinha um coisa que o Hanagaki amava era ouvir as histórias que sua mãe lhe contava sobre seus antepassados. Sempre são histórias emocionantes e sensacionais.

Poderia ser estranho um garoto de dezesseis gostar de ouvir histórias sobre seus antepassados, mas Takemichi não ligava para isso. Todos tem costumes estranhos e esse é o seu.













Takemichi já tinha tomado seu banho e agora estava sentado em sua cama e olhando ansiosamente sua mãe que estava sentada em uma das poltronas bege que fica em seu quarto.

" Então, que história a senhora vai me contar?" Ele pergunta cruzando suas pernas em cima do colchão de sua cama, fazendo a famosa pose de índio.

" Não vai bem ser uma história, e sim uma fato bem interessante." A mulher amava saber que seu filho gostava das histórias dos antepassados deles.

" E que fato seria esse?" Ele tomba sua cabeça para o lado, parecendo um cachorrinho curioso com aqueles olhos azuis brilhando em curiosidade.

" Eu já lhe contei sobre sua minha avó, que no caso é sua bisavó?"

" Não, a senhora quase nunca falava dela pra mim." Ele não se lembrava de nenhuma vez em que sua mãe lhe contou sobre sua bisavó, coisa que é estranha, já que ela sempre lhe contava histórias de seus antepassados, e sua bisavó também é um antepassados, mesmo que não esteja tão no passado assim.

" Então irei lhe contar uma história." Ela se ajeita no poltrona e começa a contar a história;

" Quando eu tinha por volta dos treze anos, acabei me furando com a faca sem querer, e como já era esperado, estava saindo muito sangue, mas sua bisavó chegou perto de mim, colocou sua mão sobre o machucado e sussurrou algumas palavras, e surpreendentemente, o machucado parou de sangrar e de doer." Era impossível não contar aquela história e não se arrepiar.

"Então, a senhora está querendo me dizer que minha avó era uma... feiticeira?" Aquilo parecia tanto coisas de livros, filmes ou jogos.

" Ela não era uma feiticeira, ela era uma bruxa."

" E tem diferença?" Pra ele, feiticeira e bruxa era a mesma coisa com nomes e poderes diferentes.

" Claro que tem, um feiticeiro nasce com o poder, mas a bruxa precisa fazer um pacto para conseguir o poder." Ela tenta explicar de um jeito resumido.

" Então... nós também somos bruxos?" Aquela conversa esta tão estranha, mas ao mesmo tempo está tão emocionante e vibrante.

" Não, um pacto não passa de sangue para sangue. Sua bisavó era bruxa, mas não somos." Morana tenta explicar para seu filhote que parecia tão confuso e alegre.

" Então tem pessoas que são feiticeiros por nascença?" Ele precisaria pensar sobre muitas coisas.

" Eu não acredito que exista feiticeiros" A resposta dela é simples e curta.

" Não? Por que não? Se existe bruxas devem existir feiticeiros." Ele não entendia quase nada desses assuntos, mas se um existe o outro também deve existir, certo?

" Meu amor...poder não vem de graça" Sua mãe fala isso calmamente.

Muitas pessoas poderiam ficar confusas, mas Takemichi entendeu muito bem.

Um feiticeiro nasce com o poder, mas a vida séria boazinha demais de dar esse poder de graça, então eles provavelmente não existem, e se existem, são apenas bruxos que querem dizer que o poder vem deles e não do pacto que fizeram ou do conhecimento que adquiriram atravéz de livros.

Todos podem ser bruxos, basta querer e ter vontade.

Poderia ser estranho, mas Takemichi queria ter conhecido sua bisavó para lhe perguntar como era ser uma bruxa.

Aquilo tudo era uma grande loucura.

" Mãe, o quanto minha bisavó era poderosa?" Essa era uma dúvida que estava em sua cabeça dês o momento em que descobriu sobre o que sua bisavó era.

" Ela era uma bruxa poderosa o suficiente para amaldiçoar uma geração por séculos, sem contar que ele viveu por cento e quatro anos."

" Ela viveu tudo isso?!" Takemichi pergunta impressionado, esquecendo totalmente a primeira parte do que sua mãe disse.

" Sim, ela quase te conheceu." Morana tinha um sorriso gentil nos lábios.

" Que legal!" A história é realmente impressionante.

" Bem legal, mas agora é hora de dormir, você ainda tem escola amanhã." Morana se levanta da poltrona.

"Boa noite" Ela desliga a luz antes de sair do quarto.

" Boa noite, mãe." Takemichi amou aquela história, mas ele também tem a certeza de que não iria dormir.

Era uma sensação estranha saber que sua bisavó era tão poderosa para fazer aquilo tudo. Ele só espera que ela não tenha usado esse poder todo para amaldiçoar alguém por aí, pois ele sempre ouviu o ditado; ' o feitiço vira contra o feitiço'...nesse caso seria uma bruxa, e os decentes da bruxa, já que sua bisavó está morta.

Ele espera do fundo de seu coração que o destino não pregue uma peça nele e faça ele pagar pelo que sua bisavó fez. Seria cansativo e devastador.

Mas também não é como se sua bisavó tivesse amaldiçoado uma geração e alguém dessa geração se apaixonaria por ele...ok, isso foi muito específico.

E foi assim que lá se foi a boa noite de sono de Takemichi, mas ninguém pode culpar ele por ter previsto o futuro sem querer.

Pobre Takemichi que irá pagar pelo atos de sua bisavó que ao menos chegou a conhecer...

O destino realmente não é justo...ou apenas escreve linhas tortas que são difíceis de entender para nós meros mortais.







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