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"Mesmo que tenha dormido "descansada" o pressentimento ruim ainda não tinha desaparecido e eu corria o mais rápido que podia, claro, com o máximo de cuidado que conseguia ter naquela situação agonizante."
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1°: Crueldade N° de palavras: 918 Ponto de vista: Kamado Nezuko Local: Monte Kumotori ──────────────────────────
... Tinha acabado de amanhecer e eu e Tanjirou estávamos tendo uma pequena discussão, tudo porque o ruivo não queria que eu fosse entregar carvão no lugar dele
- Mas Nezuko eu estou bem! - Ele estava insistindo nisto à quase 10 minutos.
- Não, não está! Você sabe que não está conseguindo andar bem então apenasme deixe ir em seu lugar! - E eu estava insistindo nesta ideia à quase 10 minutos
Nossa mãe já farta daquela discussão interviu.
-Tanjirou, seus irmãos estão com saudades, porque não deixa a Nezuko vender o carvão enquanto você passa o dia com eles - (Obrigada por me ajudar Okaa-san).
Hm?, oh, se você diz que é o melhor a se fazer Kaa-san então tudo bem - Ele claramente não estava concordando com aquilo, não pude deixar de soltar uma risadinha com a cara emburrada que o mesmo fez discretamente.
- Obrigada Tanjirou - Eu e minha mãe dissemos ao mesmo tempo.
Saí do cómodo para arrumar as coisas já que eu já estava completamente arrumada.
Estava tudo pronto então me despedi de minha família calmamente.
- Nezuko - Minha mãe me chamou e rapidamente me aproximei dela vendo a mesma retirar um pequeno pano de seu avental o levando até meu rosto - Seu rosto está sujo - Ela falou calmamente limpando a sujeira de meu rosto, assim que acabou guardou o pano novamente - Pronto, vá com cuidado sim?.
-Tá bom Kaa-san, tomarei cuidado, até logo família! - Falei a última parte depois se ter uma pequena discussão com meus irmãos mais novos que queriam vir comigo, mas, novamente minha mãe me ajudara e os fez parar de insistir na ideia.
Antes de começar a descer a montanha vi Tanjirou se aproximar, em uma mão ele segurava uma moleta e na outra segurava Rokuta que dormia descansado por ter seu irmão consigo.
-Tome cuidado Nezuko já disse que não precisa ir, mas, se realmente vai, vá com cuidado sim? E não desça a montanha a correr! - Ele falou tudo tão depressa que tive dificuldade em entendê-lo, claramente estava preocupado e nervoso.
- Vai ficar tudo bem Nii-san não se preocupe, descanse e aproveite seu dia! - Eu falei lhe lançando um sorriso, comecei a me afastar acenando para toda a minha família que acenava devolta.
Comecei a descer a montanha com cuidado, meus pés afundavam na camada grossa de neve que cobria o chão a cada passo que eu dava, realmente, tomar cuidado e andar devagar era a melhor opção ali, senão o risco de eu cair era gigante. Andei por longos e demorados minutos finalmente vendo a aldeia que ficava no sopé da montanha.
Assim que cheguei pude ver pessoas me cumprimentando e perguntando sobre o Nii-san, claro respondi a todas as perguntas enquanto vendia o carvão.
Finalmente acabei de vender todo o carvão e de fazer algumas coisas a mais para ajudar os aldeões. Estava indo pra casa, já escureceu a lua brilhava no céu iluminando tudo oque estava aberto ao lindo céu estrelado daquela noite.
- (Fiquei demasiado tempo na cidade...) - Pensei para mim mesma um pouco apreensiva
Passando em frente à casa do velho Saburo ouvi meu nome ser chamado.
- Nezuko! Não me diga que vai voltar à montanha! - Ele tinha uma face preocupada em seu rosto - É muito perigoso a essa hora.. - Meu corpo se arrepiou por um momento, perigoso?
Ao contrário de Tanjirou, eu não tenho um bom olfato se acontecer algo.
Entrei na casa do solitário homem, sinto pena dele, na próxima direi a Tanjirou e irei trazer nossos irmãos.
- A noite pertence aos demônios. - O senhor falava preocupado
- Demônios? Mas demônios não existem
-Sim eles existem e a noite os pertence, são seres devoradores de humanos. - Estremeci com a ideia daqueles seres, a vovó já tinha falado deles, mas nunca acreditei. Minha família estaria bem?
- Mas bem, vamos dormir. - O senhor falou e eu concordei, me virando no futon para achar uma posição confortável e aquele pressentimento ruim passar.
Assim que amanheceu eu comecei a subir a montanha, agradecendo ao homem gentil acenando para ele.
Mesmo que tenha dormido "descansada" o pressentimento ruim ainda não tinha desaparecido e eu corria o mais rápido que podia, claro, com o máximo de cuidado que conseguia ter naquela situação agonizante. Como queria ter o olfato de Tanjirou numa situação destas, mas não podia parar, uma coisa que eu sempre tive boa é a minha velocidade e agilidade, sempre que eu e meus irmãos brincamos de pega-pega eles nunca querem que eu seja a pegadora.
Meus pés voltavam a afundar na neve meio escurregadia Quase caio mas me mantenho firme em meu caminho.
Não... eu estou vendo coisas certo? Eu não estou vendo sangue pois não? Kami-sama me diz que isso não é sangue...
Arregalei meus olhos, meu irmão, meus irmãos, Tanjirou, Rokuta, estavam os dois ali, deitados no chão, ensanguentados. Corri até eles, meus irmãos estavam... mortos? Não... não pode ser verdade Olhei para dentro de casa e me arrependi instantâneamente Minha família estava ali... morta...aquilo parecia um massacre.
Um urso? Não, eles estão hibernando agora no inverno. Mas e se um não conseguiu hibernar por fome?
