Too Late To Say Goodbye

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Eu acordei em um hospital, minha mente estava embaralhada. 'O que havia acontecido? Por que eu estava ali?'

Subitamente me lembrei de meus pulsos sangrando e de engolir remédios, muitos remédios. Minha última memória antes de desmaiar foi ouvir a porta de meu apartamento ser arrombada por alguém, mas não me lembrava quem.

Eu estava sozinho no quarto do hospital. Tentei me mover e notei agulhas em meus braços e meus pulsos enfaixados, assim como meu pescoço.

A questão era: 'Por que eu havia tentando de novo?'

A resposta era óbvia, mas por algum motivo eu não conseguia recordar. Bom, não até ver em cima da mesa de cabeceira um vaso de flores.

Havia um bilhete colado, nele estava escrito "Nunca mais faça isso, por favor!". Reconheci a letra, era de Keisuke, meu melhor amigo.

Aí estava a resposta, o motivo da tentativa de tirar minha própria vida, Keisuke Baji. Não ele em si, mas meus sentimentos estúpidos em relação a ele, a paixão aguda que eu sentia. Só queria me livrar desses sentimentos arrebatadores.

Tudo por que ele não me amava como eu o amava. 'Mas não o culpo, afinal, por que ele me amaria? Por que amar alguém como eu se ele pode amar alguém como ela?

Ela é gentil, amorosa, bonita. Ela é tudo o que eu nunca serei. Meus olhos nunca serão azuis como os dela, nunca terei cabelos longos e cheirosos como os dela, nunca serei perfeito como ela. Afinal, sou apenas um garoto estúpido.' Era o que eu pensava enquanto olhava para as flores.

Meu coração apertou novamente, eu li seu pedido Keisuke, mas infelizmente terei que negá-lo. Eu não consigo mais viver com esse sentimento em meu peito, não posso.

Arranquei as agulhas de meus braços e levantei, ainda fraco. Saí do quarto sem ser percebido e adentrei a porta que abriga as escadas de emergência.

A cada degrau eu sentia mais vontade de desistir, mas ao mesmo tempo sentia vontade de continuar. Eu subi dois, quatro, seis lances de escada e finalmente cheguei em frente à porta do terraço.

Abri a porta e senti o vento bater em meu rosto. Era de noite, a cidade estava linda. As luzes brilhavam nos prédios a minha volta, os barulhos dos carros, o vento, a lua. Era um sentimento horrível, porém maravilhoso ao mesmo tempo.

Sei que parece contraditório, mas essa era a sensação. O frio na barriga acompanhado da vontade de me entregar a morte e desistir de tudo. Desistir dele. Desistir de mim. Desistir de nós.

Caminhei lentamente até a borda do prédio. A roupa do hospital balançava com o vento assim como meus cabelos, enquanto lágrimas escorriam por minhas bochechas.

Eu me virei de costas para a cidade, olhei para a lua e sorri. Quando eu morrer, quero conhecer a lua. Será que os deuses me concederiam esse desejo?

De súbito, olhei para frente assustado quando escutei a porta do terraço ser aberta rapidamente. Era Keisuke.

- Não! Por favor, não faça isso! - Ele gritou enquanto corria em minha direção.

Sua feição me entristeceu, mas eu não voltaria atrás. Abri os braços e sorri, era um pecado ver seu rosto cheio de lágrimas de desespero. Por fim, me joguei.

Era tarde demais para dizer adeus.

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Too Late To Say Goodbye ᵒⁿᵉ ˢʰᵒᵗ (keisuke baji)Onde histórias criam vida. Descubra agora