8. Free him

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17.02.22
MIN YOONGI

Sayuri era uma pessoa enérgica. Muito sociável, bonita, inteligente e um pouco convencida. Quando a conheci na escola, há dois anos, percebi de cara que seria mais uma extrovertida a me adotar, assim como foi com Hoseok.

Formamos um trio inseparável durante um ano, até que ela teve que se mudar. Nesse tempo, eu sempre percebi que Sayuri e Hoseok tinham mais papos entre si, mas sempre imaginei que fosse porque eu não era tagarela mesmo. Mas com os dois sentados em minha frente, na tão costumeira sorveteria que só abre para nós, já que cada minuto que se passa faz mais frio, vejo que fui bem lerdo em não descobrir antes sobre eles.

— Eu ia te contar. — Hoseok disse. — Mas a Sayuri pediu pra esperar.

— Ei! — ela fez um bico. — Assim me faz parecer malvada. Eu só tava esperando o momento certo pra contar. Não queria que nossa amizade ficasse estranha.

— Na verdade, eu to super de boa. — peguei uma colherada do meu sorvete de menta com chocolate. — Quer dizer, vocês podiam ter me contado antes, mas tranquilo.

Mas sem acreditar em mim, Sayuri continuou a dizer:

— Não quero que se sinta excluído por isso.

— Isso nem me passou em mente.

— Também não quero que ache que vim pra Daegu só pra ver o Hoseok.

Fiz uma careta.

— Isso também não tinha passado pela minha mente. Agora tô meio na dúvida.

— Viu? Eu disse que ele não ia reagir de forma ruim! — Hoseok exclamou. — Agora dá até pra sair de casal.

— Verdade! Como foi seu encontro ontem? — Sayu se animou.

Eu não queria me lembrar do encontro. Não que estar na companhia de Taehyung tenha sido ruim, na verdade, eu até queria de novo, mas a parte em que eu quase morri no final da noite foi realmente traumatizante.

Mal consegui pregar os olhos durante a madrugada. Passei todo o tempo em fóruns extremamente bizarros e na busca de livros que pudessem me ajudar a como lidar com a situação. Era difícil porque, em grande maioria, eram apenas dicas de pessoas que não faziam ideia do que estavam falando. Acabei dormindo só quando amanheceu, já que meu corpo implorou por um pouco de descanso. De qualquer forma, mal dormi duas horas, já que acordei por culpa de um pesadelo:

"Eu estava no meio de uma floresta. Era cheia de árvores de troncos finos e galhos retorcidos.

Segui o caminho de pedras, ouvindo o barulho de um rio próximo. Depois de tanto caminhar pelo mesmo caminho que parecia não ter fim, cheguei em uma parte cercada, no topo de um penhasco. A placa dizia que era proibido atravessar, mas eu pulei os arames farpados e segui em frente.

No topo, dava-se para ver com clareza o pôr-do-sol. Era lindo, mas tinha algo de melancólico no ar.

Depois de alguns minutos admirando, ouvi passos atrás de mim e, quando me virei, enxerguei uma sombra com um par de olhos pretos que me empurrou penhasco abaixo."

Estremeci só ao lembrar. Aquele pesadelo me fez ficar em minha cama, encolhido por horas, temendo que algo acontecesse até que eu recebesse uma mensagem de Hoseok pedindo para encontrá-lo na sorveteria.

— Foi divertido. — dei de ombros.

— Hum, eu conheço essa cara. — Hoseok apontou o dedo em minha direção. — Ta se fingindo de indiferente, mas você ta caidinho, não é?

Caçador de demônios ໒ kth + mygOnde histórias criam vida. Descubra agora