14.04.2018
MIN YOONGIDesde que meu avô se foi, o clima de casa melhorou. Não que meus pais não gostassem do meu avô, longe disso. Acredito que a melhora foi por causa do que ele me contou, então eu melhorei, e eu melhorando significa a melhora dos meus pais.
— Caramba, de novo? — Hoseok suspirou. — Como você consegue se machucar tanto assim?
Hoseok e eu permanecemos amigos. Ele ainda era meu único amigo e eu o dele. Foi incrível quando iniciamos o primeiro ano do ensino médio e descobrimos que, finalmente, caímos na mesma sala. Então a escola não era mais um horror.
Nós nos tornamos tão amigos que a segunda casa de Hoseok era a minha. As vezes ele aparecia de repente e passava a tarde toda jogando video game comigo. Outras vezes eu o chamava depois da escola e pedia para dormir lá.
— Foi um acidente, eu já disse. — menti. — Tentei fazer brigadeiro.
Hoseok sempre se preocupava quando me via com novos machucados. Esses machucados, em si, eram queimaduras. Eu nem chegava perto do fogo, mas tinha várias delas. Descobri que eram causadas por demônios. Quando a sombra toca em mim, uma queimadura se forma.
Desde o meu aniversário de quinze anos, encontrei muitos demônios nos cantos mais misteriosos das ruas. Eles me perseguiam por todo o caminho que eu fazia e eu tinha que fingir que não tinha nada acontecendo ou as pessoas me achariam louco. Nisso, eles adoravam me tocar e me fazer ganhar novas queimaduras.
Descobri que os demônios podiam desaparecer se eu fizesse com que a pedra roxa atravessasse o corpo deles. Ainda não sei dizer o porquê. Pesquisei o significado daquela pedra, mas não achei nada.
— Ah, claro. A panela espirrou brigadeiro no seu ombro. — Hoseok murmurou.
Ele nunca acreditava nas minhas desculpas.
— Eu vi na internet... — comecei, sem jeito. — Sobre uma vidente.
— Vidente?
— É. É uma loja mística e tem uma vidente. Eu fiquei curioso, sabe? Queria saber se ela é verdadeira.
— Podemos ir. — Hoseok deu de ombros.
— Mas meus pais não podem nem sonhar com isso. — avisei. — Eles não vão deixar eu ir.
— A gente vai escondido, óbvio!
Então, quando deu onze horas da noite e meus pais foram dormir, Hoseok e eu colocamos nossos casacos e saímos de casa.
Ele estava super animado. Eu também. Quer dizer, talvez a vidente tivesse as respostas que eu precisava. Se ela não fosse uma farsa, é claro.
O caminho até lá foi incrivelmente tranquilo. Mantive meus olhos atentos às ruas, mas nenhum demônio apareceu.
— É aqui? Uau. Que medo! — Hoseok juntou as mãos e fingiu tremer.
— Se ela perguntar, a gente tem dezoito, ok? — murmurei.
— Ok!
Adentramos a loja chamada Misty & Skkis. Ela era grande e coberta de prateleiras com pedras, enfeites, espelhos e plantas. Era toda da cor vinho, até no exterior. Caminhando pela loja, nos fundos, tinha um tecido vinho e dourado, e uma placa de madeira logo acima: Madame Medalaine.
— Não se acanhem, podem entrar. — a voz dela soou.
Hoseok e eu nos assustamos, mas adentramos o cômodo. Ali era um espaço pequeno. Não mais vinho, agora roxo escuro. Tinha diversas luminárias e almofadas espalhadas pelo chão. Uma mesa de pernas curtas com um baralho e um pote de pirulitos no centro e uma mulher alta e de aparência jovem por trás.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caçador de demônios ໒ kth + myg
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] E se você nunca tivesse sido uma criança como as outras? E se fosse uma criança que, aos nove anos, teve um primeiro contato com um terrível demônio e isso virasse sua vida de cabeça para baixo? Yoongi era essa criança. Ele vinha de uma...