Episódio 08: Em Busca do Will

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O caucasiano se levantou, deparando-se com aquele lugar sinistro.

Era como a Floresta das Trevas, só que mais escura e fria e tinha, o que parecia flocos de poeira, flutuando no ar.

Mike lançou mão de sua lanterna, olhando em volta, mas logo percebeu que ela estava fraca.

Era como se aquele lugar detestasse a luz, que ia morrendo, aos poucos.

_ Will! Eu tô aqui! _ ele gritou. _ Will, eu vim te salvar! Cadê você?!

Nenhuma resposta.

O amigo deveria estar se escondendo do monstro, ele assumiu, enquanto, internamente, torcia para que não fosse tarde demais.

_ Se eu fosse o Will e precisasse me esconder, onde eu estaria? Onde eu estaria? _ disse a si mesmo, olhando em volta, analisando aquele lugar sinistro. _ Já sei! Já sei!

Mike correu para onde ficava o castelo Byers, se assustando, ao encontrá-lo aos pedaços.

_ Não pode ser! WILL! WILL! CADÊ VOCÊ?!

Mike se desesperou, caindo de joelhos no chão, em meio aos pedaços de madeira.

Ele se levantou e deparou-se com uma trilha de sangue.

Seguiu, enquanto temia que o pior tivesse acontecido e pedia, mentalmente, para que não.

Contudo, precisava ver com seus próprios olhos e não saíria dali antes de ter certeza do que havia acontecido com o desaparecido.

Ele seguiu a trilha que dava na biblioteca de Hawkins.

Entrou pelas portas, que estavam abertas, se deparando com corpos desmembrados, espalhados pelos cantos, com tentáculos escuros saindo pela boca.

_ Por favor, Will. Esteja vivo. _ ele pediu, esperançoso. _ Esteja vivo.

Mike se assustou ao se deparar com o corpo de Barbara, coberto de vermes.

Aquilo o deixou mais temeroso pelo Byers.

Seguiu para dentro da biblioteca, percebendo as estantes cheias de livros, cobertos por gosma.

Foi então que ele o avistou.

Will estava no fundo da biblioteca, bem no centro dela.

Estava com uma espécie de tentáculo preto em sua boca, erguido, enrolado por raízes escuras, que o protegiam como um casulo.

Os olhos fechados e a coloração pálida, como se estivesse morto.

_ WILL! _ ele gritou, correndo até ele, desesperado. _ Will! Sou eu! Eu tô aqui! Eu vim te salvar!

O amigo lançou mão do canivete e o usou para libertar o menor, que caiu em seus braços finos.

Puxou o tentáculo da boca do pequeno e o lançou longe, vendo-o esgueirar-se para o fundo da sala.

_ Will! Acorda, Will. Fala comigo! Você não pode morrer! Não agora! Não agora que eu te achei. Não agora! _ ele gritava com o amigo em seus braços, aos prantos, enquanto alisava seu rosto. _ Por favor, não faz isso comigo! Não faz isso comigo!

Num impulso, ele colou os lábios aos dele, mas não era um beijo romântico.

Mike tampava o nariz de Will, com os dedos polegar e indicador, e soprava ar em sua boca, na tentativa de reanimá-lo.

O jovem nem se mexia.

_ Fala comigo, Will! Acorda! Eu te amo! _ ele confessou, aos prantos, enquanto o apertava em seus braços com toda sua força. _ Eu te amo! Eu te amo tanto! Eu te amo desde os meus sete anos de idade. Eu não sei porque demorei tanto tempo pra entender e aceitar isso. Mas eu te amo! Você não pode morrer! Isso não é justo! Isso não é justo! Você precisa acordar, Will. Você precisa acordar. Volta pra mim, Will! Volta pra mim!

Looking for Will ( Byler )Onde histórias criam vida. Descubra agora