Episódio 11: Halloween II

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Mike e Will chegaram a casa dos Wheeler.

_ Mãe! Pai! Nancy! Tem alguém em casa?_ o jovem gritou, olhando em volta, percebendo que estavam sozinhos. _ Devem ter saído... Vamos lá pra baixo.

O jovem assentiu e o seguiu até a entrada do porão.

O pequeno ficou parado, olhando para a porta, como se decidisse se entraria ou não.

Era como se ele visse o mundo invertido do outro lado, com tons em vermelho, como se estivesse relampejando e escuro dentro do porão, ainda que o amigo tivesse acendido as luzes.

_ Will, você vem? _ Mike chamou, despertando-o de seu pesadelo acordado.

_ Huhum.

O Wheeler segurou a mão do amigo, que ainda estava paralisado, olhando para dentro e o levou até embaixo, onde os dois se sentaram em um sofá velho.

_ Desculpa. Por minha causa não pegamos nenhum doce. _ rompeu o sardento. _ É que eu não queria ficar lá depois do que aconteceu...

_ Não tem importância. Eu também não queria. _ o menor disse olhando para baixo.

_ Tá tudo bem, Will? Você anda estranho... _ rompeu o Wheeler, fitando o Byers nos olhos.

_ Eu tô bem. Não é nada...

_ Não. Não está. Eu te conheço. O que tá rolando?

_ Eu... eu não sei, Mike. Eu... às vezes... eu sinto como se estivesse ficando louco.

_ Como assim? _ Mike franziu a testa.

Will inspirou e expirou, buscando as palavras certas.

_ É que... Mesmo depois de ter saído do mundo invertido, eu ainda tenho visões de lá. São visões muito reais e... eu tenho medo...

_ Medo de quê? _ perguntou, preocupado.

_ Eu não sei... Às vezes, eu sinto que não sou eu mesmo. Como se tivesse um outro lado de mim que eu sou fraco demais pra conseguir controlar.

_ Você não é fraco, Will. Todos temos medos e inseguranças, mas o modo como lidamos com elas é que mostra o que realmente somos e você foi e é muito corajoso. Mais do que pensa. Você me dá força pra ser a minha melhor versão.

_Sabe, às vezes, parece que eu ainda estou lá ou que algo de lá me acompanhou até aqui e isso me assusta. Entende?

_ Entendo. Quero dizer... Eu não posso dizer que sei o que você passou, porque eu não estava lá. Mas, pelo pouco tempo que estive, sei o quanto deve ser traumatizante. Eu não queria que você tivesse passado por nada daquilo. _ o mais alto dizia, com lágrimas nos olhos. _ Queria poder te fazer esquecer... Eu também sinto que tô ficando louco, porque eu fico imaginando você sozinho naquele lugar, por minha causa e isso me deixa maluco. Queria poder voltar no tempo, naquela noite que você me beijou, bem aqui, e ter te beijado de volta e não ter deixado você sair daqui. E nada daquilo teria acontecido...

_ Não é sua culpa, Mike.

_ É sim! Eu errei em não ter te beijado antes e estou errando de novo em não te beijar agora. _ afirmou o maior, se aproximando do outro.

Mike se inclinou e colou os lábios aos do amigo que, mesmo após ele ter alertado que o beijaria, demonstrou-se surpreso, com as bochechas rosadas.

_Você é muito fofo, Will Byers!

_ Você que é.

_ E se nós estamos ficando loucos, vamos ficar loucos juntos. Certo? _ O Wheeler disse, como se fosse uma confissão de amor.

Looking for Will ( Byler )Onde histórias criam vida. Descubra agora