Eu tava ouvindo uma música que chama "Hotel Caro" (escutem enquanto leem se possível) aí aproveitei que tava meio pra baixo ontem e escrevi isso.
Boa leitura espero que gostem.• ── ✦ ── •
– Você mente Zoro. – ele começou. – Não consegue olhar na minha cara, age com todo mundo como se nada estivesse acontecendo. – Sanji acabou de lavar a louça e acendeu um cigarro; se virou para o outro que tinha acabado de entrar na cozinha e estava a procura de uma bebida.
– E o que eu deveria fazer, seu cozinheiro de merda? Ficar de melação não é minha praia. A gente não tem mais nada, esqueceu? – A cozinha não estava vazia quando ele entrou, Robin, Luffy e Chopper estavam lá, depois que Zoro respondeu eles começaram a sair um por um; primeiro Luffy, depois Robin e Chopper. – Podia ter esperado eles comerem antes de começar com a palhaçada; não seja tão egoísta.
Sanji deu uma batida na bancada. Zoro pegou a bebida, abriu e tomou um bom gole. Todos sabiam o que viria a seguir, Zoro sabia, Robin sabia, Chopper sabia, até Luffy sabia; e o capitão também sabia que esse assunto era algo que só dizia respeito a eles dois.
Fazia pouco tempo que eles se separaram de forma definitiva; resolveram que realmente não dariam certo. A intimidade os deu liberdade para falar muito, sobre si mesmos e sobre sentimento mas falar muito também engloba as brigas, essas que se tornaram mais calorosas, mais pesadas, as ofensas aumentava, cada vez que eles se aproximavam; eles não queriam perder o que tinham, mas também não podiam continuar daquele jeito.
Da parte de Sanji havia um cansaço imenso; ele se sentia a boneca de prazer de Zoro, depois das últimas ilhas a situação estava pior, deitado na banheira de um hotel da ilha que estavam, ele pensava nisso, não tinha motivo para não ter descido na ilha, e não tinha motivo para estar deitado na maldita banheira vazia, apenas queria um pequeno refugio enquanto não acabava o cigarro. Zoro mal olhava para si, só o procurava pra transar, ele não o beijava, e aquele maldito ego o impedia de pedir de pedir desculpas por qualquer merda que ele já tenha feito; o impedia de dar explicações sobre o porquê daquela mulher não sair de sua cola, e sobre o porquê dele não a afastar. Ele estava sério sobre ela? Sabia que a mulher em questão tinha dormido com Zoro uma vez; o que tinha mais pra pensar.
Sentiu o rosto molhar, não sabia quando tinha começado a chorar; aquele maldito, ele prometeu, os dois tinham prometido que, se um dos dois se apaixonasse o outro seria o primeiro a saber. O cigarro ainda não tinha acabado, e as lágrimas também não; já fazia algum tempo desde o tal episódio da senhorita, mas Zoro não se explicou, e Sanji não perguntou, apenas esperou, e esperou, e esperou, mas a explicação nunca veio;
Porque? Porque Sanji se sentia culpado? Porque ele se sentia culpado de não conseguir negar Zoro nenhuma das vezes que o espadachim ia atrás dele? Porque ele sempre sentia seu coração apertava quando acordava sozinho? Porque queria ele por perto? Porque não conseguia apenas esquecê-lo?
Da parte de Zoro, bom Zoro percebeu que Sanji se afastava cada vez mais, talvez o loiro precisasse de um tempo pra si, mas isso doía; ele queria ver Sanji nem que fosse apenas nas noites de transa; Zoro sempre bebeu muito, mas o afastamento havia feito ele perder noites e noites a fio acordado bebendo, treinando e fugindo do loiro; não conseguia tira-lo da cabeça, o sentimento de querer bater a cabeça até derrubar o mastro do navio ou apenas fingir que o maldito cozinheiro não existia era cada vez mais presente. O espadachim saia pra qualquer lugar que não fosse perto de Sanji, talvez Sanji não o quisesse mais, as brigas sem motivos plausíveis e a insistência em algo tão idiota e banal que Zoro nem se lembrava do que fosse.
Talvez Zoro precisasse de algo mais forte do que saquê pra conseguir esquecer de vez o homem que não saia de sua cabeça.
Ele disse mesmo sem Zoro ter pedido (o moreno nunca pediria para o outro mudar seu jeito de ser) que iria tentar evitar ficar cantando toda mulher que ele visse na frente. Mas não faz muito tempo que Zoro descobriu que Sanji quase se casou, com uma pessoa que não era ele, uma mulher que ninguém conhecia; era cansativo, ele não conseguia se ver com outra pessoa, mas não era sustentável sua relação. Era como Ícaro, quanto mais feliz e mais próximo do magnífico Sol, mais perto da tragédia. Sanji brilhava antes para ele, mas não mais; hoje Sanji brilhava para todos menos para ele; quando ele disse que Sanji que o loiro seria seu fim não era disso que ele estava falando.
Mais bêbado, mais magro, mais mal-humorado (ninguém achava que era possível, mas aparentemente era;) menos horas dormidas, mais coisas pra pensar. O espadachim estava acabado; mas nada disso eram coisas que Sanji reparava; nenhum dos esforços pra manter uma conversa decente com o amante, nenhuma das tentativas de tentar fazer o cozinheiro se acalmar e ter um tempo pra si; era exaustivo, era ruim. Zoro não choraria, ele pensava, mas não sabia se ia conseguir sair dessa ileso; o oponente não era espadachim, mas tinha olhos que faziam inveja no azul do mar e do céu, cabelos loiros que ficam cada dia mais lindos com os raios da manhã, um rosto com o qual ele não se importaria em ficar olhando por horas, a luta já estava perdida antes mesmo de começar.
Eles se sentaram pra conversar um dia depois que todos foram dormir, mantiveram uma conversa por cinco minutos antes de Sanji sair pra fumar um maço de cigarro em menos de uma noite e Zoro ir acabar com o estoque completo de bebida;
–Não dá pra continuar. – Sanji começou.
Zoro se espantou, seus olhos se fixaram em um ponto da mesa, era assim mesmo que era? Se levantou, ainda sem responder. – É isso que você realmente quer? Não quero brigar hoje. – ele parou em frente a janela, Sanji não via a expressão dele; doía, o nó na garganta o coração atrapalhando nas batidas com medo da resposta. Com medo? "Eu sou papético."
– Não é isso que você quer? – Sanji sentou numa das cadeiras; se segurando, o mesmo nó na garganta.
– Eu perguntei primeiro Sanji, e por favor não minta. – 'Por favor veja como eu me sinto, me diz que você ainda me quer por perto'
– Eu... não quero mais você, não dá mais; não me procure pra nada que não seja essencial.
– Então... vai ser assim mesmo? – 'Diga que não'
– Sim Zoro, vai ser assim; se não tem mais nada pra falar, pode sair. – Zoro parou ele não teve tempo de pensar muito; saiu, esperou Sanji sair da cozinha, e foi até a despensa pegando todas as garrafas que tinham.
Voltando pro momento atual, depois disso eles negaram até o último fio da cabeça que sentiam falta um do outro, mas o conteúdo das brigas estava se tornando aquilo.
Eles mentiam, fingiam, e até o final fariam de tudo pra negar; as brigas não teriam fim, e nenhum dos dois perguntariam, nenhum dos dois iriam explicar, nenhum daria o braço a torcer em começar a ter uma conversa decente.
E assim o barco continuou seguindo. Com dois péssimos mentirosos, dois homens que mascaravam seus sentimentos com fingimentos e ego infantil.
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É isso deixei meio em aberto eu acho mas espero que tenham gostado.
Vou passar a escrever mais, (mas tô mais ativo em outra plataforma vulgo Spirit; o user é o mesmo do daqui.)
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Prioridades
FanficEra cansativo, tudo pra eles tinha se tornado cansativo. Não tinham mais pra onde correr, nem como levar isso mais pra frente. - Não tem final feliz - One shot