Qual era a cor do cabelo dela?

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16:00 horas
Apartamento da Hinata e do Naruto
Hinata on

  Eu e Naruto estávamos atrasados pro curso, dormi demais e quando acordei ainda fui acordar ele. Nos arrumamos às pressas e saímos pro ponto de ônibus.
— Naruto-kun, preciso falar hoje a noite com você. — Eu disse.
— Eu já paguei o aluguel do mês.
— Não ia te cobrar, bobão. É um assunto sério.
— Tudo bem, chegamos, hai Sasuke. — Ele cumprimentou Sasuke.
— Hai Naruto, Oyasuminasai, Hinata-chan. — Olha só, parece que ganhei moral com o Sasuke, já tava na hora né.
— Oyasuminasai, Sasuke-kun, como está se sentindo hoje? — Perguntei.
— Estou bem, sua prova foi hoje não é? Eu te vi na TV, Naruto não perde uma.
— É verdade. — Eu dou um sorriso.
  O trio lindo entrou no ônibus, nós três pareciamos amigos de longa data. Talvez o Naruto e o Sasuke sejam. Mas enfim, chegamos logo no curso, e pasmem, vez por outra eu preciso ver a cara do Kiba. Ele sempre baixa o olhar e sai com pressa, mas dessa vez eu tenho que perguntar algo pra ele.
— Inuzuka-san, por favor, me dê um minuto. — Eu chamo e faço sinal pro Naruto e pro Sasuke que estava tudo bem.
  Ele desacelera um pouco o passo.
— O que você quer? Anda logo. — Ele disse
— Quero te fazer uma pergunta, se me responder com honestidade eu nunca mais incomodo você.
— Desembucha.
— Naquele dia da festa de boas vindas do curso, a qual eu fui pra sua casa. Nós fizemos algo naquele dia? — Eu perguntei.
— Putz, você não se lembra? — Ele finalmente me olhou nos olhos, e eu vi o quanto ele era triste e eu não percebia.
— Bebi demais. Eu preciso saber.
— Não rolou nada, fica de cabeça fria. Por favor cara, não fala comigo de novo, tô tentando esquecer você. Me bloqueia nas coisas, não quero ver você feliz com outros manés. — Ele me respondeu e saiu quase correndo.
  Oxe, alguém me explica o cara, ele falta me chamar de demônio e agora me vêm com essa?
  Às vezes eu penso nesse negócio com o Kiba, não que eu vá voltar nem nada, só reflito em como isso tudo da máfia atingiu ele, ter perdido a mãe e a irmã não deve ter sido fácil, e parece que ele e a Kin eram como irmãos, e ele acabou perdendo ela também, é uma coisa bem complicada.
  Fiz sinal pro Naruto que íamos conversar mais tarde em casa, ele fez ok.
  A aula se passou normal, como todas, já aprendi muita coisa e espero encontrar logo um emprego. Quando dei por mim, já eram 21:00 horas e eu já estava indo pra casa com Naruto, voltamos de ônibus de novo. Ele queria muito saber o que eu falei com o Kiba, mas eu disse que iria conversar só em casa.
  Chegamos, esquentamos a comida e começamos a comer.
— Vai me matar de ansiedade se continuar deixando pra depois. — Ele disse.
— A curiosidade matou o gato, come primeiro, te conto depois. — Eu disse.
  O cara engoliu a comida, nem mastigou, juro.
— Fala, fala. — Ele disse, me arrastando pro sofá, sentamos e eu comecei.
— Se lembra daquele dia que eu fiquei bêbada e fui pra casa do Kiba? — Ele assentiu. — Então...
  Contei toda a história que eu achava que tinha acontecido e a história que o Kiba contou.
— Cê sabe que se ele tivesse feito isso, teria sito estrupo né? — Ele perguntou.
— Eu sei, mas o que mais me intrigou foi a ultima parte.
— Sério? Isso é fácil, ele viu o que perdeu e agora tá tentando te esquecer.
— Esse é seu palpite? Não acho que ele se apaixonou por mim, ele me O-DE-I-A.
— Tem varias coisas né. — Ele deu de ombros e levantou. — Vou indo.
— Nada disso, vai sentar que eu não falei com você. — Eu disse.
— Vish, lá vem bomba. Fala aí. — Ele disse sentando.
— Quero saber o que está acontecendo, eu não sou de me meter nas suas coisas, mas é que você ultimamente anda meio mais pra lá do que pra cá.
— Ah, não é nada. Quer assistir um filme?
— Quero que seja sincero comigo.
  Ele levou um minuto pra pensar e respirar  fundo antes de começar.
— Eu não consigo dormir bem faz um mês.
  Eu tinha percebi algo estranho nele, mas não imaginei que ele teria insônia.
— E você tem pesadelos? — Perguntei.
— Sim
— Quer me contar?
— Minha mãe morreu há cinco anos de câncer no estômago, descobrimos tarde demais, e pra ser sincero, puxei minha teimosia dela, Kushina Uzumaki odiava a dieta que o médico deu e comia o que não podia, mas permanecia forte. Até o último suspiro de vida eu nunca vi ela abatida ou se reclamando. — Ele já estava com os olhos azuis cheios de lágrimas, mas continuou.
— Depois disso meu pai se transformou em outra pessoa, acho que ele não soube lidar bem com a morte dela e começou a me bater, ou melhor, espancar. Ninguém queria chegar perto de mim na escola, exceto o Shikamaru e na mesma rua que eu morava o Sasuke. Essa foi minha vida até um ano atrás, quando eu decidi fugir, não foi literalmente uma fuga, mas eu saia correndo quando ele queria me bater. Até que conheci você, que me salvou disso tudo. Eu contei tudo isso porque já está na hora de você saber, e também porque os meus pesadelos são em torno de toda essa história. — Ele terminou.
  Quando ele enfim acabou de contar, seus olhos já estavam vermelhos, o nariz do mesmo modo. Eu o abracei mesmo sentada no sofá, e foi aí que ele desabou. Acho que aguentar tudo isso calado fez formar uma bola de neve dentro dele.
— Por favor Hinata, não me deixa, eu não posso perder outra pessoa. — Ele disse em meio às lágrimas.
— Shhhh, tá tudo bem, eu estou aqui, vai ficar tudo bem, vem aqui. — Coloquei ele deitado comigo numa posição em que ele fica de frente pra mim e comecei a fazer café. — Qual era a cor do cabelo dela?
— Hm? — Ele perguntou, ja com as lagrimas secas no rosto.
  Peguei alguns lenços e fui passando no rosto dele.
— Da sua mãe.
— Ela era ruiva, meu pai era apaixonado pelos cabelos de fogo dela, grandes e fortes.
— Você iria ficar muito bem de vermelho.
— É mesmo? — Ele pareceu melhor.
— Sim. — Eu sorri.
  Então inesperadamente ele me beijou, e por alguns instantes eu fiquei estática e ele afastou os lábios dos meus.
— Desculpa, eu não deveria... — Ele começou a falar, porém eu o interrompi.
— Tudo bem, vou deixar passar essa, fica aqui. — Eu disse em tom de brincadeira, na verdade eu sabia que uma hora isso iria acontecer, só não imaginei que fosse agora, mas nesse momento o meu amigo precisa de mim.
  Ele continuou ali e eu o observei adormecer, sereno e tranquilo, não combinada nada com ele.

Um amor inesperado #NaruhinaOnde histórias criam vida. Descubra agora