[Atualizado]
A luz era intensa, cortante, uma presença abrasiva apesar de ainda não ser manhã. Viktor sentiu as retinas queimarem com a luz fria que se infiltrava pela janela. Instintivamente, levantou a mão à frente dos olhos, como se pedisse à luz para se apagar, mas a cegueira que ela causava parecia mais uma punição do que uma simples reação natural.
Resmungando, ele se levantou, seu corpo pesado como se estivesse imerso em um líquido viscoso. Cada movimento era um esforço hercúleo; seus músculos tremiam, suas articulações estalavam com a dor de um corpo que não reconhecia mais como seu. Quando olhou para baixo, viu-se deitado na cama, a confusão tomando conta dele. O quarto era estranho, desconhecido, mas familiar ao mesmo tempo, como um lugar que ele sabia de algum jeito, mas não conseguia lembrar como chegara ali.
ㅤ— Eden... Eden? Amor, está aí...? — Sua voz saiu rouca, como se estivesse tentando chamar alguém que não podia ouvir. Mas a resposta que ele recebeu foi um som baixo, vindo da sala. A caixinha de som, tocando uma melodia suave, quase insuportavelmente calma. O som se espalhou pela casa como um eco que parecia persegui-lo, e ele não pôde deixar de sentir um arrepio gelado subir pela espinha.
Ele se levantou devagar, o corpo ardendo como se estivesse em chamas, uma dor que queimava até os ossos. As mãos tremiam incontrolavelmente, mas ainda assim, ele estava funcional. Como se estivesse se movendo através de um pesadelo, colocou uma calça e uma blusa da academia, que estavam espalhadas no chão do quarto. Dirigiu-se à sala, onde tudo parecia fechado, escuro, exceto pela luz pálida que se refletia na caixinha de som sobre a bancada. O ambiente estava morto, mas ainda assim, parecia vivo de algum modo, como se algo o observasse.
ㅤ— ... Eden? Está aí? — Sua voz ecoou pela sala, mas não houve resposta. Apenas o som baixo da caixinha que tocava, como se zombasse da sua busca.
Sentando-se lentamente ao lado da caixinha, o olhar de Viktor caiu sobre o frasco transparente da academia. Dentro dele, cinzas. E um caderno, que parecia estar ali desde sempre. O peso da memória o atingiu como uma onda. Ele se lembrava de ajudar Eden, mas o que acontecera depois? A linha do tempo estava fragmentada, distorcida.
ㅤ— ... Que droga... me perdoem... — O lamento escapou de seus lábios, carregado de uma culpa insuportável.
ㅤ— A culpa não foi sua... — A voz, suave, mas penetrante, fez Viktor se estremecer. Ele se virou rapidamente, e o choque foi tanto que sua mão metálica bateu contra a mesa, derrubando-a ligeiramente. O som metálico foi o único barulho no ambiente, mas sua mente insistia que havia algo mais ali. Alguém mais.
Ele olhou em volta, mas não viu nada. A sala parecia normal, mas a sensação de que havia algo escondido entre as sombras o fez sentir um calafrio que lhe percorreu a espinha.
ㅤ— Onde você está, Eden? — Sua voz estava baixa, mas cheia de pânico não contido.
ㅤ— Você me chamou de amor... eu nunca escutei isso de você... Achei fofo... continue, amor. — A voz soava ainda mais próxima, como se estivesse dentro dele, ecoando em sua cabeça. Uma sensação de déjà vu, mas distorcida.
ㅤ— Eu continuo, mas venha aqui. Quero te ver. — Viktor se levantou, pegando a muleta e andando pela casa, os passos lentos, como se estivesse se movendo dentro de um pesadelo que não podia escapar. — Foi você que me trouxe para casa?
ㅤ— Você e a Sky. Vocês dois são bem leves de carregar. — A voz de Eden respondeu com um tom estranho, quase divertido, uma pausa antes de continuar. — Por que quer me ver, querido?
ㅤ— Quero ver se está bem, se está normal. — A ansiedade se arrastava em sua garganta, como se ele não quisesse acreditar no que estava acontecendo, mas o medo o consumia.
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Iɴғɪɴɪᴛʏ。ー Aʀᴄᴀɴᴇ
Fanfiction"𝚙𝚘𝚛𝚚𝚞𝚎 𝚎𝚞 𝚝𝚎 𝚊𝚖𝚘 𝚙𝚎𝚕𝚘 𝚒𝚗𝚏𝚒𝚗𝚒𝚝𝚘" ー [ᴠɪᴋᴛᴏʀ x ᴍᴀʟᴇ!ᴏᴄ] ㅤ─ Você tem um nome tão bonito, e o significado combina com você. ㅤ─ Bem eu... nunca entendi esse nome, é meio incomum, mas o que significa então? ㅤ─ De fato é um nome r...