Harry acordou assustado com um barulho horrível no meio da noite, tinha dormido a pouco tempo, como sempre seus pesadelos tirando seu sono.
Colocou os óculos e saiu correndo para ver o que era, e o barulho vinha do quarto de Edwiges, o garoto ainda atordoado de sono abriu a porta, e um vento frio o fez tremer.
Viu que o sol nascia lá no fundo, deixando uma faixa laranja no céu escuro pela janela do quarto que sempre ficava aberta, mas quando viu a coruja, seu coração quase parou.
As penas brancas da ave agora estavam cheias de sangue e ela estava jogada no canto do quarto nem se mexia.
Harry ajoelhou-se ao lado dela e não sabia o que fazer, sentiu então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. "Edwiges por favor... por favor fica comigo" ele falou baixinho para a conjura que parecia ter perdido o controle ao entrar pela janela e caído ali mesmo.
Ele correu até o banheiro e pegou uma toalha de banho e com cuidado enrolou a coruja nela, pegou as chaves apressado, colocou seus chinelos e saiu do apartamento, quando ia saindo pela recepção deu de cara com Hagrid que entrava no prédio, desta vez sem o Canino.
"O que houve?" Ele falou olhando para a coruja nos braços do garoto. "Não sei encontrei ela assim de manhã, eu preciso ir para um veterinário, sabe que horas tem ônibus?" Ele falou olhando para cima para conseguir encarar o enorme homem, segurando as lágrimas.
"Que ônibus menino, não seja bobo, vamos eu te levo." Harry não iria recusar isso, seguiu ele correndo e entrou em sua caminhonete, ela tinha a impressão de ser mais velha, e seu banco tinha pelos de cachorro. Ele entrou com dificuldade no carro, por ser bem alto e logo Hagrid entrou e saiu cantando pneu, o que fez o coração do garoto ficar ali na calçada.
Ele segurava Edwiges contra o peito, e escutava como ela respirava com dificuldade. "Já vamos chegar", Hagrid tranquilizou o garoto enquanto dirigia igual doido e Harry quase desmaiava em cada curva.
Quando eles chegaram, Harry agradeceu ao homem e foi cambaleando ainda por causa da viagem e entrou desesperado no local e foi direto para a recepcionista. "Minha coruja... ela está machucada" o garoto quase gritou nervoso, e logo os veterinários vieram buscar a coruja, Harry tentou ir junto mas os médicos mandaram o garoto ficar ali fora esperando.
O garoto andou de um lado para o outro, a recepção estava vazia, amarrou seu cabelo em um coque bagunçado, tinha 3 bancos escorados em cada parede e vários produtos na vitrine onde estava a recepcionista. Ele andava inquieto sem conseguir sentar, até que o celular tocou: era Draco.
"Bom dia meu bem, eu só queria me desculpar por..." a voz do loiro ecoou em seu ouvido, mas ele o interrompeu. "Bom dia, eu não posso falar agora" acho que Harry deixou muito explícito em sua voz sua preocupação. "Você está bem?" Draco logo pediu também parecendo preocupado.
"É Edwiges... achei ela machucada hoje de manhã no quarto dela, e agora estou esperando... estou preocupado com ela"
As lágrimas começaram a correr de novo em seu rosto, mas ele as conteu.
"Calma meu bem... onde você está?" Harry gaguejou o nome do veterinário em que estava. "Tudo bem... calma meu bem vai dar tudo certo...já nos falamos tá? Só fica calmo." E ele desligou.
Ele ficou sem saber o que fazer, enfiou o celular no bolso e continuou a caminhar.
***
"Pansy, será que eu posso ir até o veterinário esta manhã?" O loiro simplesmente invadiu o escritório da garota que se concentrava em alguma coisa em seu computador.
"Eu sou sua mãe agora? E por que você quer ir para um veterinário?" Ela falou sem tirar os olhos da tela do computador. "É que eu preciso saber se eu tenho tempo para isso."
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Uma vida sem magia- Drarry
RomanceComo seria a vida do salvador do mundo mágico se a magia na verdade nunca tivesse existido, e ele fosse só Harry Potter, um garoto comum sem magia? E a de seu rival da escola, um gostoso de cabelos loiros e um olhar extremamente debochado? E por que...