deja vu - Deidara

(2) - coffee and dates;

Já era manhã, mais um dia de trabalho vinha, Lily sempre dizia que não havia nenhum motivo ruim o bastante para impedi-la de ir ao trabalho.

Nem mesmo o punho machucado.

Nem mesmo sua instabilidade emocional.

Ela agora fingiria que a noite passada nunca aconteceu, como era de costume, a única prova de que aquela noite aconteceu, eram seus punhos, completamente destruídos, seus dedos inchados e doloridos. Porém, ela não deixaria isso estragar mais um dia de trabalho, ela não era daquelas pessoas que se importava com o trabalho mais que tudo, mas, ela adorava a cafeteria, sempre conseguia ocupar a mente por lá, mesmo que cheia de trabalho.

Após um longo banho quente, no mesmo banheiro em que passara a madrugada chorando em posição fetal, ela já se sentia bem melhor, e agora, nessas duas horas que restavam antes de ir para a cafeteria, ela iria pôr uma compressa de gelo para desinchar seus dedos, e fazer um curativo em suas mãos.

Pôs o seu uniforme, e então passou um corretivo e um blush, já que, segundo ela, seu rosto estava acabado.
Com as mãos doloridas, ela pega a sua bolsa e destranca a porta do quarto.

A acastanhada se assusta com um peso que acabara que cair sobre seus pés, e voltando o olhar para baixo, sua expressão mudou para um olhar preocupado, ela acabara de perceber do que se tratava, ou melhor, de quem se tratava.

Konan.

A arroxeada estava ali, caída na porta de seu quarto, dormindo, com seu celular na mão e as mesmas roupas que vestia ontem.

Ela não havia saído dali, durante toda a madrugada.

Lily leva a mão a sua boca, sentindo culpada por ter sido o motivo de tanta preocupação da amiga.

Soltando sua bolsa no chão, ela se abaixa e hesitante, põe a mão no ombro da amiga, que acorda assustada, e sem dizer nada, apenas a abraça.

- Você passou a noite aqui?

A mais velha afirma com a cabeça, esfregando as pálpebras, ainda sonolenta..

A garota suspende a respiração por dois segundos, e sem dizer nada, apenas a abraça.

- Por que passou a noite aqui? - Lily pergunta com a voz falha, sem se soltar do abraço de Konan.

- Eu fiquei... preocupada. - a mais velha diz com sua voz sonolenta, desfazendo o abraço. - Eu vi como você ficou, esse foi o ataque de raiva mais violento que você já teve, Lily, eu tive medo.

Lily já sentia seus olhos cheios d'agua e então mordeu sua própria língua, para impedir as lágrimas de caírem.

- Você sentiu medo... de mim?

- Não! - em um sobressalto, Konan desperta e balança as mãos rápido na frente do rosto, como sinal de negação. - O meu medo era do que você poderia fazer consigo mesma, Lily.

Lily suspira, culpada, e fecha os olhos com força, levando as mãos ao rosto.

- Lilie... suas mãos. - Konan tomou as mãos da amiga, que grunhiu pelos machucados doloridos.

- Eu não pensei direito... Eu... Descontei toda a minha raiva na primeira coisa que vi pela frente... Eu não consigo conter isso...

- Você não pode ir trabalhar assim.

- Sim, eu vou, não posso perder um dia de trabalho só por isso. - Lily se levanta indo em direção a cozinha, e pegando uma compressa de gelo no freezer.

- Eu não tô falando apenas dos seus machucados! - Konan levanta do chão indo atrás dela - Você não está bem pra trabalhar, Lily, olha o seu estado, você não pode ignorar o que aconteceu ontem a noite.