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Haviam se passado dois dias desde a conversa com Minho.
Felix se manteve em órbita, pensando e questionando o que faria diante de palavras tão sábias.
Entendia o risco e estava disposto a se colocar diante dele, isso porque faria de tudo para receber o carinho de Hyunjin.

Por esse motivo ele estava ali, com flores em mãos conforme caminhava ansiosamente em direção a sua Lua. Hyunjin estava no mesmo lugar de sempre, havia chamado Felix para conversar consigo, pronto para jogar as cartas na mesa. Hwang estava cansado de ouvir todos os meninos falando diariamente como Felix estava apaixonado em si. Sinceramente? Hyunjin iria colocar um fim nisso, e seria hoje.

O raio de sol parou, a poucos metros de distância, com as costas do moreno voltadas para si. Felix suspirou, uniu sua coragem e com delicadeza tocou seus ombros. Hyunjin se virou com um sorriso simpático nos lábios, Lee pensou que iria derreter mas conteve seus sentimentos.

- Oi, Felix. - Hwang deu um tapinha no lado livre do que banco qual estava sentado, desfazendo o sorriso conforme notava as flores na mãos do australiano.

- Hyun... - Lee sorriu mais ainda, e se sentou ao seu lado. Estava otimista, não se deixaria abalar. - Eu queria conversar contigo. - Felix pensou e guiou lentamente sua mão quente até os dedos frios de Hyunjin, segurando a palma dele com carinho.

Hwang não repugnou o toque, mas também não foi algo que lhe agradou, apenas permitiu. Queria ouvir logo o que o menino tinha a dizer e poder se livrar de vez daquilo.

- Eu sei, por isso te chamei. Bang, Minho e Jeongin falaram comigo sobre você.

- Imaginei. Então já deve suspeitar sobre o que venho falar.

- Felix... - Hyunjin tentou impedir o menino de começar com tudo aquilo, Hwang não queria magoa-lo mas tinha certeza que não iria o corresponder, então queria evitar-lhe o desgaste de ter que explicar tudo mas Lee não se permitiu ser interrompido.

- Já tem um tempo desde que comecei a nutrir sentimentos por você Hyunjin. Meu peito se aquece toda vez que vejo sua face e meu interior vibra com a necessidade de ama-lo a cada mísero segundo da minha existência. Me disseram várias vezes para não fazer isso mas eu ainda quero tentar. - Ao dizer tal coisa Felix se afastou, ajoelhando diante o menino e tocando sua mão com carinho. - Hyunjin, venho te pedir para me dar uma chance, quero ser teu, me tornar aquele quem aquece seu coração. Aceita namorar comigo?

Assim que ouviu tais palavras Hwang fechou os olhos, se arrependendo amargamente de tê-lo chamado até ali. Hyunjin sentiu seu rosto se aquecer, constrangido pela situação do menino. Aquele garoto conseguia ser tão estupidamente romântico quanto era possível, e Hyunjin não sentiu nada além de vergonha por ele.
Não poderia ser capaz de aceitar, seria ignorância de sua parte, então logo tratou de quebrar as expectativas do jovem sol, com o pensamento de que assim ele desistisse de vez de si.

- Sabe que não sinto o mesmo por ti, não posso aceitar.

- Hyunjin. - Imediatamente os olhos do loirinho se embaçaram em lágrimas e Hwang tomou sua mão de volta. Repugnando todo o calor que Felix emanava, Hyunjin gostava do frio. Não precisava disso, achava aquilo tão estranho. Namorar uma bola quente que nem toma banho?

Imagino só, tenha dó!

- Meu coração não pertence a ninguém. - A Lua disse, com frieza na voz doce. Queria convencê-lo de que era uma péssima ideia.

- Eu sou a inspiração de todos os casais, dos grandes poetas aos mais normais. - Felix tentou argumentar, pensando em mudar sua mente.

- Sai pra lá rapaz! - Hyunjin falou com desprezo, dando um passo para trás quando viu Felix tentar lhe tocar novamente.

- Por favor Hyun. Sabe que posso te ensinar a amar...

- N-ão, eu não sei... Me dá um tempo!!

Felix sentiu algo dentro de si se romper com aquelas palavras, ao contrário dele, Hyunjin bufou. Não queria ter que lidar com todo o drama daquele menino, não o amava e ponto final. Se recusava a ficar ali e ver toda a choradeira que sabia que seguiria a partir dali, então logo tratou de dar as costas e caminhar para longe.

Aquelas palavras atingiram o sol com força, como um tiro certeiro em seu coração. Ele não tinha reação alguma diante daquilo, fora avisado várias e várias vezes mas recusava-se a aceitar que não seria amado como amava.

O sol sem saber mais o que fazer, com tanto amor para dar começou a chorar e a derreter. E começou a chover, e a molhar, e a escurecer...

 E começou a chover, e a molhar, e a escurecer

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