Me peguei despedaçada
Não, despedaçada não,
Dilacerada
Me peguei dilacerada
No chão, abandonada,
e sozinha. Soluçando.
Soluçando porque os machucados doíam
Doíam tanto que eu ficava tonta
Tão tonta que podia jurar que não havia o amanhã
Adiante não havia nada que me pertencia.
Cheguei a pensar que jamais havia me pertencido alguma coisa.
Pois eu estava sozinha
e como eu podia valer algo sozinha?
É triste se sentir assim, desse jeito
Sentir que sua existencia é miserável,
porque ela se resume a voce
E voce é miserável
porque voce é voce
E voce se acha miserável
E é ainda mais triste pensar
O quanto me doei,
o quanto eu sacrifiquei,
o quanto me esforcei
na tentativa desesperada de ser
algo para alguém.
Querer receber validação externa é válido,
mas precisar dela é veneno.
É fatal.
E eu me matei.
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palavras que me formam
No Ficcióndigo com a mais completa convecção que as palavras salvam almas condenadas; pois salvaram a minha.