🦋- Capítulo:9

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Coloquei minha mão na maçaneta com um pressentimento ruim

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Coloquei minha mão na maçaneta com um pressentimento ruim. Estava tão feliz, e novamente toda minha alegria momentânea foi embora!

Quando saio de casa nunca aviso a ninguém, principalmente para o meu pai. Não tenho celular, não tenho como me comunicar com as pessoas e meu pai não ligar para minha existência.

---ONDE VOCÊ ESTAVA? -Sentir uma mão pesada me puxar para o chão quando fechei a porta de casa. Meus olhos encheram de lágrimas quando sentir meu bumbum bater contra o chão frio, meu braço tinha a marca avermelhada de sua mão.

Olhei para cima sentindo um cheiro de álcool e cigarro vindo dele, é um cheiro horrível. Seus olhos estavam vermelhos e suas vestimentas sujas de poeira. Acho que ele passou a noite na ruda, deve ter caindo em algum beco pela rua enquanto bebia.

---ME SOLTA PU FAVO! -Gritei desesperada quando sentir suas mãos puxarem meu cabelo com uma força absurda e fui levantada do chão com agressividade.

---CALA A BOCA, SUA VADIA DE MERDA! -Gritou enquanto me arrastava até a cozinha. Meus pés tropeçam nos móveis, não conseguia acompanhar seus movimentos que me causou um tapa na cara.

Minha respiração ficou acelerada, sentir minhas pernas tremer de medo. Ele vai me bater, até eu não aguentar mais! Eu não quero isso!

Meu corpo foi jogado no chão novamente, sendo que dessa vez tinha cacos de vidro em baixo de mim. Meu choro ficou cada vez mais alto quando sentir meus joelhos, pulsos e cotovelos sagrar sem parar.

Mãezinha...tá doendu! Ajuda eu!!!

---SUA INÚTIL! NEM PARA FAZER UMA COMIDA DECENTE. VOCÊ É UMA VERDADEIRA ABERRAÇÃO! -Gritou enfurecido enquanto destruiria vários tapas pelo meu rosto. Sentei colocar meus bracinhos em cima do meu rosto na intenção de proteger, mas ele foi mais forte e me deu um soco no estômago me fazendo gritar desesperada de dor.

---PALA! PALA! TÁ DOENDU! -Minha voz falhava a cada minuto.

Sua tortura durou mais alguns minutos, até que ele simplesmente parou de me bater e saio correndo em direção a rua. Me levantei daquele chão com muita dificuldade enquanto apoiava o peso do meu corpo na mesa.

Minhas perninhas sagraram, minha cabeça dói e eu estou completamente destruída. Me arrastei até o banheiro mais próximo e liguei o chuveiro.

Gritei de dor quando sentir a água gelada bater contra meus ferimentos levando meu sangue. Abaixei minha cabeça chorando tudo que tinha guardado, estava soluçando e meu peito não parava de doer.

---Eu naum aguento mais mãezinha...julo que naum fui uma menina má! -Murmurei enquanto tirava os cacos de vidro do meu corpo com muita dificuldade.

julo que naum fui uma menina má! -Murmurei enquanto tirava os cacos de vidro do meu corpo com muita dificuldade

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Coloquei um remédio no algodão e passei em meus ferimentos profundos. Com as agressões constantes do meu pai, aprendi a cuidar dos meus machucados. Não é fácil, dói bastante mas é o único jeito de não ficar doente e toda machucada.

Conseguir me calmar aos poucos por causa da minha chupeta, só meus soluços eram ouvidos pela casa. Meu corpo todo dói muito, minha mente só tem pensamentos negativos e estou me esforçando para não regredir.

Sempre que acabo regredindo, não lembro de absolutamente nada e quando acordo, estou muito machucada e vermelha. Sei que meu pai me bate quando começo a agir como um bebê, mas fico aliviada em não lembrar de suas palavras que machucam mas do que seus tapas.

--Mãezinha, eu consegui cuida dos dodói! Tá doendu muto, mas acho que vai melhoła. Obigada pu me deixar viva, mesmu com esses machucados. -Deitei no colchão com dificuldade. Meu quarto é rosa, mas não tem cama e nem um lugar para estudar.

Antes de nascer, quando meus pais eram felizes, meu quarto foi muito bem organizado. Infelizmente, meu pai vendeu minha cama para conseguir mais dinheiro para beber. Tenho apenas um colchão confortável, um ursinho velhinho que uso como travesseiro, uma mantinha que tenho desde de pequena e minhas poucas roupas ficam guardadas em caixas de madeira que achei no lixo perto de casa. Eles estavam novinhas e não vi problema em pegar!

Sempre estou conversando com minha mãezinha, sei que ela me escuta e está me protegendo onde ela estiver. Mesmo tudo isso acontecendo, acredito que dias melhores viram. Minha mãezinha sempre dizia que não posso perder a minha esperança!

---Ah... -Murmurei enquanto esticada minha mão até uma pasta onde ficava meus documentos. Peguei a carta que minha mãezinha deixou para mim e comecei a ler sugando minha chupeta rapidamente.

"Minha pequena Emma, quero começar dizendo que te amo muito e sempre vou te proteger. Desculpe por não poder acompanhar seu primeiro relacionamento, sua primeira menstruação, momentos importantes da sua vida. Desculpe por não estar ao seu lado pequena, eu queria que as coisas fossem diferentes mas infelizmente eu não posso fugir do meu destino."

"Eu te amo, amo cada pedacinho seu. Você é um pedaço de mim, meu amor mais puro e minha jóia rara. Meu melhor momento enquanto pego você em meus braços, literalmente o mundo mais puro e perfeito estar em meus braços! Nunca esqueça de como eu te amo, nunca vou cansar de dizer...você é minha menina!"

"Mesmo que tudo esteja difícil, continue enfrente! Você consegue aguentar, no final das dificuldades existem maravilhas guardada para você. Eu estou sempre ao seu lado!"

"Estou escrevendo essas cartas para você ter uma memória minha, tem fotos guardadas debaixo da sua certidão de nascimento. Viva intensamente, minha jóia rara."

---Te amo mãezinha... -Fechei meus olhos me estragando a escuridão.



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♡︎🧁𝐎𝐮𝐫 𝐋𝐢𝐭𝐭𝐥𝐞 𝐒𝐭𝐮𝐝𝐞𝐧𝐭♡︎🧁 Onde histórias criam vida. Descubra agora