Saímos da casa do Damien as 10:00 da manhã para comprar algumas peças e ferramentas na loja do centro de minha cidade, Mérgara, no Kentucky. Prometi ao Damien que iria reservar o meu dia para ajudá-lo a concertar seu carro. Meu relógio já marcava 21:30 da noite. Voltaria para minha casa andando, pois naquele ano de 1964 na cidade de Mérgara, os ônibus públicos rodavam até as 21:00. Disse ao Damien que precisava ir embora, pois já estava tarde.
Damien disse:
-Por que não dorme aqui, Andreas ? Os noticiários e jornais estão nos alertando sobre desaparecimento de pessoas próximo a Mérgara.Respondi a ele:
-Meu Pai trabalha no período da noite, Damien. Não posso deixar minha mãe e minhas duas irmãs sozinhas em casa. Ainda mais com essas notícias.Damien compreendeu minha preocupação mas insistiu:
-Não sei, cara. Já está tarde, vai pegar cerca de 20 minutos de caminhada nessa estrada pouco iluminada. Se tivéssemos finalizado a manutenção no carro ainda hoje, te deixaria em casa. Como não é possível, sugiro que fique e parta pela manhã.Respondi:
-Fica tranquilo! Vou correndo, chegando em casa eu ligo para avisar que cheguei.Me despedi de Damien, fui até a sala e me despedi de seus pais que me sugeriram para que eu ficasse também, o que me fez responder o mesmo que respondi ao Damien.
Então parti naquela rua mal asfaltada, repleta de terra e com baixa iluminação daqueles postes de fracas luzes.
O caminho até minha casa realmente durava cerca de 20 minutos, uma estrada de uma reta só, que me levava ao bairro que morava. Uma estrada vazia, haviam árvores nos arredores da estrada, gramado, silêncio absoluto e pouquíssima iluminação no percurso.
Estava tranquilo e parecia que já haviam se passado uns 10 minutos de caminhada. Senti um calafrio, um certo incômodo enquanto caminhava pois senti aquela angustiante sensação de que havia alguém me acompanhando ou me observando. Resolvi acelerar meus passos pois não estava muito longe de casa. Durante essa caminhada que ja parecia ser sem fim e mais longa do que o comum, a sensação de estar sendo acompanhado me perseguia, um frio na espinha, me fez olhar pra trás rapidamente e ver alguém parado lá atrás naquele escuro da estrada. Estava cerca de 20 metros de distância de mim, levei um susto absurdo pois naquele horário, não era comum alguém na rua, ainda mais parado daquele jeito, com roupas que não consegui reparar com detalhes, pareciam velhas e sujas. Não fiquei olhando para trás, apertei meus passos um pouco mais. Dei uma averiguada na retaguarda novamente e já não estava mais lá. Sentia ainda estar sendo observado, senti um medo absurdo mas não havia mais ninguém naquela estrada além de mim, dentro do meu alcance de vista.
O desespero tomou conta de mim, andando olhando para trás e numa dessas olhadas, ao virar para frente, vejo a mesma silhueta, agora parada cerca de 10 metros a minha frente.
Muito próximo de mim do que a última vez, fui forçado a parar aquela desesperada e atordoante caminhada.
Um homem, aparentando ter seus 40 anos de idade, cabelos médios ondulados, bagunçados caindo ao rosto. Pele branca, olhos fundos como se não dormisse há dias. Era magro, tinha certa de 1,85 de altura. Seus olhos... eu não conseguia vê-los, talvez por conta da baixa iluminação, apenas via um borrão escuro.
Ele estava com um sorriso no rosto, direcionado a mim.
Perguntei:
-Ola ? Posso ajudar ?
Senti uma angústia muito forte, olhava para os lados e não havia nada, nem ninguém. Ao voltar os olhos para frente, aquele ser já não estava mais ali parado, nem em lugar algum.
Corri no sentido de minha casa, desesperadamente, faltavam cerca de 8 a 10 minutos pra chegar em casa.
Naquela maratona angustiante, fui surpreendido com aquele homem parado de frente a mim, mano de 1 metro de distância, com o mesmo sorriso assustador no rosto. Seus olhos, eram como se não houvesse os olhos, eram pretos por completo, incluído a íris de seus olhos.
Segurou no meu pescoço com uma força tremenda com apenas uma mão.
E atacou meu pescoço com os dentes como um cão feroz, com um ódio profundo por sua presa. Senti a pior dor possível que um ser humano pode sentir. A sensação de ter a garganta dilacerada enquanto ele rosnava como um animal.
A dor não passava por um segundo, estava prestes a decepar minha cabeça de meu corpo, sentia uma dor imensa por todo o meu corpo, como se estivesse sendo queimado vivo por completo.
Passaram-se cerca de 5 minutos desse ataque, a dor não aliviou nem por um instante. Senti toda a sensação de como se minha cabeça estivesse sendo arrancada do meu próprio corpo.
E então... eu morri.
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The Past Millenia (Os Milênios Passados)
VampirosA imortalidade lhe fornece uma eternidade de angustia, onde deseja o fim todos os segundos de sua vida. O ponto de partida para eu começar a viver foi minha morte, a imortalidade me proporcionou amar, odiar, matar para viver, matar para me alimentar...