My Favorite Gângster

1- 𝖗𝖞𝖆𝖓 𝖍𝖔𝖋𝖋𝖒𝖆𝖓𝖓

Abri a porta do meu escritório abruptamente, assustando o velhote que estava sentado na droga da minha cadeira, a enchendo de sarna. Ele me olhou e sorriu, exibindo seus dentes podres, devido ao grande uso de cocaína. Exibi minha melhor cara de nojo, já que a visão fez meu estômago revirar e quase jogar fora todo o café da manhã que Patty, minha empregada, havia feito. Fui caminhando em passos firmes até minha grande cadeira giratória, que estava atrás da mesa central do meu escritório.

- Te dei dois meses e você ainda não chegou com meu pagamento. Acha mesmo que perdoarei a dívida?

- Não, não! Claro que não. - Ele disse, mostrando medo em seu tom de voz. - Vou lhe pagar, só que eu não tenho dinheiro...- Ele mal acabou com sua fala, pois eu dei a volta pela mesa e o segurei pela gola de sua camisa encardida, sentindo seu cheiro podre impregnar em minhas narinas. Tirei minha 38 do coldre e coloquei em sua testa, vendo os olhos do sujeito arregalar de medo. Chegava a ser cômico, mas mantive minha cara fechada.

- COMO VOCÊ VAI ME PAGAR? DEIXANDO MEUS SOLDADOS COMEREM SEU PRECIOSO? MAS ISSO, É DE GRAÇA! EU QUERO MEU DINHEIRO, SEU MERDA! - Eu gritei. Já estava de saco cheio desse pentelho. O joguei no chão, e limpei minhas mãos na calça jeans preta que eu vestia.

- Escute bem... - Ele começou, incerto, sabendo que eu poderia estourar seus miolos a qualquer momento. - Darei Claire, minha filha, como pagamento da dívida. Ela é linda, com apenas dezenove anos, é loira e branca como a neve. Certeza que pode servir para algo aqui. Tudo já foi acordado com ela. - Essa parte certamente era mentira. Nenhuma moça, no auge de seus dezenove anos concordaria com isso.

- Acho que você está com uma pica no ouvido. - Eu Rider, guardando a arma novamente. Esse encosto nem vale o trabalho que meus homens terão para limpar seu sangue imundo. - Escute bem, te dou mais duas semanas para que acerte essa dívida. Se não, amarei dar a merda dos seus órgãos para meus cachorros comerem. - Exclamei, observando o mais velho me olhar apavorado. Como era bom impor medo. - Levante-se e vá embora, antes que eu te elimine agora mesmo. - Ele se levantou rapidamente, indo embora da minha sala com as calças borradas. Covarde!

Não se passou nem dez minutos e ouvi os passos de Kevin vindo até minha sala. Eu sabia que era ele, com o tempo, tudo o que fazíamos e quem éramos, aprendi a distinguir os integrantes da minha equipe apenas pelo som dos passos que soavam no assoalho de madeira da mansão onde morávamos, em Toronto.

- O velhote me parou lá fora para me contar a ideia dele. E olha, não é tão ruim... - Ele já entrou dizendo, enquanto se dirigia a minha prateleira de bebidas e se servia com um whisky.

- Não estou para brincadeiras hoje, Kevin. - Eu disse, enquanto tentava ler melhor o e-mail que me foi enviado, me convidando para competir em um racha.

- Estou falando bem sério, Ryan. Pense comigo, você sabe bem que homens na sua posição e, principalmente, homens da sua família assumem casamentos entre vinte e três e vinte quatro anos. Você, meu belo amigo, já tem vinte e dois. Come uma mulher por noite, mas nenhuma delas serve para casar com você, nem mesmo num casamento por contrato, pois todas são prostitutas famosas em nosso meio. Agora, uma mulher desconhecida, mesmo que em um casamento por contrato, é um bola dentro, sabe que te trará ainda mais respeito ter uma mulher ao seu lado, mesmo que de mentira. - Merda! Não precisava pensar muito para admitir que Kevin tinha razão. Caralho! Odeio tomar uma decisão e voltar atrás.

- Ache o bueiro que esse rato se esconde e organize a negociação. - Eu disse seco, já que não queria admitir que tinha sido burro. Kevin riu sarcasticamente de mim, já que me conhece muito bem, e sabia exatamente o que eu estava pensando e como estava me sentindo. Ele terminou sua dose de whisky e saiu do meu escritório, me deixando só de novo.