Looping (Capítulo especial).

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⚠ Looping: repetição automática de uma ocorrência; andar em círculos ⚠


Estar na biblioteca da faculdade as oito horas da noite nunca foi seu plano para começo de conversa.

Primeiro, você achava aquele lugar macabro demais e sabia claramente que os livros que você precisava não seriam de fácil acesso, afinal aquele lugar era enorme e não tinha a menor organização. E ainda para completar a bibliotecária, que era a única que podia te ajudar, foi embora mais cedo naquele dia por não estar se sentindo muito bem.

Também, com tanta poeira impregnada em cada prateleira, cadeira, mesa e livros, ficava difícil não passar mal. Era tanto acaro e poeira naquele lugar, que você as vezes se perguntava se alguém não tinha a brilhante ideia de contratar alguém para limpar aquele lugar.

Bom, mas voltando ao atual momento ou voltando para suas lamentações, você se encontrava na mesa central da biblioteca foleando um livro sobre biologia marinha. A única razão por você não trancar a faculdade era fazer algo que você gostava, porque se dependesse da quantidade de trabalhos e provas você já teria trancado há muito tempo.

Enquanto você foleava aquele livro, vendo a imagem de alguns animais, algo chamou sua atenção no fundo da biblioteca. Era uma luz de lanterna, como se fosse a de um celular procurando por algo entre as prateleiras. Era como se a pessoa estivesse quase que desesperada, balançando freneticamente a lanterna para cima e para baixo de uma prateleira especifica.

E como se já não fosse estranho o suficiente, você se lembrou de uma informação muito importante. Só você poderia entrar naquele lugar, naquela noite, então ninguém além de você poderia estar ali naquela hora.

Oh, certo, vamos explicar isso um pouco melhor. Você acabou fazendo amizade com a bibliotecária e se atrasou na entrega de um trabalho, que era para a tarde seguinte aquela noite. Antes de ir embora procurar um hospital, a mulher deixou a chave com você e desejou boa sorte em seu trabalho.

Por esse motivo você estava com as chaves.

E se você se lembrava bem, você trancou a porta antes de se sentar.

Outra informação muito importante passou por sua cabeça enquanto você parava para pensar em algumas coisas. Um garoto morreu naquela biblioteca, apenas um ano atrás.

Pelo que você soube foi um acidente, ou quase isso. O garoto estava exausto e acabou caindo da escada, em frente a uma prateleira, que acabou cedendo e caindo em cima dele.

A faculdade até tentou abafar o caso, mas não funcionou por muito tempo. O garoto estava no último ano e fazia parte de um grupo de amigos próximos ao seu. Se você não se enganava, o nome do garoto era Manjiro Sano e pelo que seus amigos diziam ele tinha uma queda por você.

Pelo que você se lembra ele tinha cabelos platinados e era muito bonito. Quando você resolveu que daria uma chance a ele, todo aquele acidente aconteceu. Foi uma perda e mais do que isso, foi um pesadelo para quem tinha medo de fantasmas conviver naquela biblioteca.

Pelo que seus amigos diziam, Mikey ainda andava pelos corredores, mas você não acreditava muito naquilo.

Não até você perceber que aquela lanterna estava se movimentando para cima e baixo exatamente no corredor recém reformado que Mikey morreu.

Certo, era apenas coisa da sua imaginação, mas você não iria lá para conferir. Enquanto você tentava se concentrar na leitura, você acabou ascendendo todas as luzes da biblioteca por precaução e conforme seus olhos passavam por cada corredor, você teve a certeza de que estava sozinha.

Naquela altura do campeonato você não sabia dizer se isso era bom ou ruim. Bom.... Parando para pensar naquela lanterna, isso era bem ruim.

Você decidiu focar em seu trabalho para sair logo daquele lugar e continuou lendo, até ser interrompida por alguns livros caindo de alguma estante. Quando você olhou na direção, era aquela bendita estante, onde Mikey morreu.

Aquilo só podia ser brincadeira.

Você decidiu levantar e andar até aquele corredor, enquanto segurava os livros e colocava novamente nas prateleiras. Se a bibliotecária visse alguma bagunça ela ficaria bem chateada com você.

Então você viu, no fim do corredor, o que parecia ser uma sombra com cabelos curtos, de altura mediana.

Sua reação foi correr até a mesa que estava, não se dando ao trabalho de olhar para trás. Quando você finalmente chegou a mesa central, as luzes começaram a piscar e você jurava por Deus ter escutado alguém chamar seu nome.

A porta da biblioteca, antes fechada, se abriu enquanto você olhava para suas mãos, que agora estavam tremendo.

Merda.

Foi então que você viu, um garoto de cabelos platinados e altura mediana com a expressão cansada andando em sua direção. Ele tinha o olhar de raiva, amargo e ódio, como se estivesse culpando alguém pelo que aconteceu com ele.

Conforme ele se aproximava de você, sua reação foi tentar se mexer, enquanto as luzes da biblioteca se apagavam conforme os passos que ele dava. Um por um ele continuou andando até você, enquanto você gritava desesperada sem nem ao menos perceber que sua voz nem saia.

Você tentou se mover, você realmente tentou, mas a última coisa que se lembrava era do garoto colocar as mãos em volta do seu pescoço e sorrir macabramente, dizendo.


- Olá S/n... Bom finalmente tê-la comigo.


Você apertou os olhos, acordando na biblioteca da faculdade, enquanto respirava pesadamente. Droga, tudo aquilo foi um sonho.

Bom, graças a Deus.

Estar na biblioteca da faculdade as oito horas da noite nunca foi seu plano para começo de conversa. Você tinha certeza que estava começando a alucinar naquele momento.

Enquanto você decidia voltar a folear aquele livro, vendo a imagem de alguns animais, algo chamou sua atenção no fundo da biblioteca. Era uma luz de lanterna, como se fosse a de um celular procurando por algo entre as prateleiras. Era como se a pessoa estivesse quase que desesperada, balançando freneticamente a lanterna para cima e para baixo de uma prateleira especifica.

E como se já não fosse estranho o suficiente, você se lembrou de uma informação muito importante. Só você poderia entrar naquele lugar, naquela noite, então ninguém além de você poderia estar ali naquela hora.

Por esse motivo você estava com as chaves. E se você se lembrava bem, você trancou a porta antes de se sentar.

Um garoto morreu naquela biblioteca, apenas um ano atrás... Manjiro Sano.

Tokyo Revengers  x Leitora.Onde histórias criam vida. Descubra agora