Marcos mora em uma casa que há cômodos pequenos, mas o quintal do terreno é enorme, há uma piscina, um balanço e um escorregador, que são dos seus dois filhos, uma área de churrasco e pizza. Além disso, há dois corredores, um que liga a entrada da casa até a área externa e outra que fica do outro lado da casa, nessa parte fica a casinha do Tapioca, o buldogue de 6 anos.
Ao chegar, vemos o portãozinho do corredor aberto, ele sempre deixa assim quando está esperando os seus convidados. Do lado direto fica o portão preto da garagem e a porta da casa. Sua entrada contém várias flores, a Amanda, mulher do Marcos, sempre amou. Ela fala que só não colocou mais flores no quintal por conta do tapioca, ele nunca amigou com as plantinhas.
Conheci Marcos através do Henri, ele estudou na mesma escola que nós, mas em séries diferentes. Ele tem 25 anos e terminou sua graduação em direito no começo desse ano, seu pai, que é formado no mesmo curso sempre o pressionou a se formar e continuar com seus negócios, mesmo Marcos não querendo. No entanto, ele tem tudo que quer, casa, carro, viagens, só precisou obedecer seu pai.
Marcos e Amanda estão juntos desde os 15 anos, eles são o exemplo de casal felizes que eu tanto invejo. Amanda engravidou aos 22 anos, não foi planejado, mas a família toda ficou extremamente feliz. Marcos queria esperar terminar o curso para se tornar pai, para não escutar sermão do Sr. Cláudio, já que ele estava cursando direito ainda, mas se surpreendeu ao ver que ele foi o que mais ficou animado e feliz com a chegada dos gêmeos.
Ao entramos no corredor, já começo a escutar as conversar e risos vindo do fundo. Marcos está na churrasqueira, com seu avental de "super churrasqueiro", Amanda estava saindo da cozinha e trazendo mais quatro latinhas de cervejas, colocou na mesa que comporta mais de 10 pessoas, e começou a andar para dentro da casa, mas notou nossa presença.
- Finalmente chegaram - Amanda falou vindo na nossa direção e me puxou para um abraço extremamente apertado.
- Sabe como esse bocó é, né? Sempre se atrasa! - Falei zombando do Henri.
- Me erra garota! - Henri falou enquanto abraçava Amanda.
- Conheço bem o Henri - Amanda disse rindo - Fiquem a vontade, tem cerveja no congelador, pão, vinagrete e arroz estão ali -Amanda apontou para a mesa - E a carne começou a sair, nem preciso dizer para se sentirem em casa, pois vocês já sabem disso.
- Obrigada Amandinha, vou colocar a carne e a cerveja que compramos lá dentro - Henri disse pegando os produtos da minha mão - Já quer uma cerveja, Gaby?
Confirmei com a cabeça e comecei a andar até a mesa, que há mais quatro pessoas, todas amigos do casal. Amanda me apresentou, Júlia e o namorado Diego, Giovana e o Caio.
Henri logo me trouxe a cerveja e começou a se enturmar com os outros convidados. Marcos veio até nós, nos cumprimentar e logo voltou para a churrasqueira, que era próxima da mesa.- Vem mais gente? - questionou Henri.
- Vem sim, bom, era para vim - Amanda disse sentando na minha frente com um pratinho de vinagrete e farofa.
- Ele fez a pergunta errada, ele quer saber se a Laura vem.
Henri me olhou com uma cara de "cala a boca" e a Amanda começou a rir e disse - Ela confirmou a presença, além disso, Marcos convidou, acho que, uns dois amigos do trabalho dele. Ainda está faltando umas 5 pessoas.
Amanda nos contou que Marcos começou a trabalhar dois meses após o término do curso, ele ficou prestando atenção na nossa conversa e sempre acrescentava alguma informação na fala da sua mulher.
Depois ela começou a contar sobre a Helena e o Theo, seus filhos, que estão passando uma semana na casa dos avós, pais da Amanda. Eles moram em Uberlândia, cidade próxima de Uberaba.Ficamos conversando durante uma hora, os amigos do casal contavam alguma história pessoal, falaram da rotina, sobre trabalho, casamento e outros assuntos de gente grande.
Não que eu esteja me sentindo deslocada, mas meus amigos estão em outro nível da vida, já são pais, formados e trabalham, além de curtirem a vida. Enquanto eu estou indo para o meio do curso de psicologia, querendo sair do meu trabalho de vendedora e apenas vivendo para trabalhar e estudar.- Boa tardeeee - Disse uma voz feminina. Me virei e vi que era a Laura, entrou toda sorridente com três sacolas de supermercado na mão. Ao seu lado havia dois homens altos, com roupas típicas de um verão e com sacolas de mercado na mão.
Ela cumprimentou todos, guardou as coisas na cozinha e sentou ao lado do Henri. Amanda apresentou os dois moços, Carlos é colega de trabalho do Marcos e o Gustavo um amigo do casal.
Todas pessoas presentes são extremamente simpáticas. Enquanto os casais na ponta conversam com a Amanda sobre produtos de casa, Henri e Laura papeiam sobre coisas aleatórias do dia a dia, o sorriso no rosto não sai nem por um segundo.
Carlos e Gustavo , que se conheceram alguns segundos atrás, já começaram a conversar sobre cortes de carne com o Marcos, ambos estão na minha frente, mas de costas para mim e de frente para o meu amigo.Noto que além de estar mega deslocada, minha cerveja já havia acabado, decidi pegar a quarta latinha. Pego a velha companheira do homem e dou uma olhadinha na mesa com algumas comidas, meus olhos vão direto para o pote com patê de alho, há algo melhor que patê de alho? Faço um pratinho com pão, patê e vinagrete, na mesa que todos estão há uma tábua com carne e queijo, coloco ambos no prato também. Para cobrir o vazio da socialização, encho a pança com comida para vê se o rolê fica mais animado.
Coloco um pedaço de pão com patê na boca e começo a mastigar, fico concentrada naquele sabor extremamente gostoso, até ouvir uma voz masculina, que não é totalmente estranha. Olho para trás e vejo o moço da noite anterior entrando com um sorriso na boca, ele olha para Marcos e fala algo. Olho novamente para meu prato de comida e só consigo ficar parada, bebo um gole da cerveja para vê se o pão desce. Como Henri está do meu lado, aperto a coxa dele e fala extremamente baixo - é ele!
- O que você disse? - Henri fala em um tom normal.
- É ele! - Falo baixo, porém com uma voz mais alta do que a primeira vez e o rosto extremamente assustado.
- Ele quem? - Henri pergunta olhando para o moço que acabou de chegar.
- Gabrielly? - Fala o moço do meu lado - Que coincidência! - ele se curva para me abraçar.
Sinto sua pele macia, seu perfume é o mesmo de ontem. - Pois é né? - falo com um sorriso de nervoso.
Ele cumprimenta todos da mesa e vai em direção do Marcos para abraçá-lo.
- Você dormiu com ele? - Henri pergunta baixo, acho que finalmente a ficha dele caiu.
Apenas fiz "sim" com a cabeça, Henri expressa uma cara de chocado. Penso em começar a falar com ele sobre o assunto, mas noto que o peguete da noite passada senta do meu lado.
- E aí, como você está? - Ele pergunta com um sorriso extremamente maravilhoso.
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