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Olhos brilhantes
e
inocentes
🐞

Capítulo 1: Jeon Jungkook


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Estava na hora de dormir. Mas Jungkook não conseguia nem por um segundo ficar com os olhos fechados.

Ele estava com medo de dormir e acabar sonhando com um monstro que lhe puxaria para debaixo da cama e o machucasse. Por causa do filme de terror que viu com seu irmão, Jay, ele estava com medo de dormir sozinho.

Pediu, implorou e chorou para dormir com seus pais, mas eles não deixaram, alegando que estava velho demais para dormir na mesma cama que eles. E seu irmão? Ria enquanto ia para seu quarto dormir tranquilamente, sem peso na consciência ao deixar o irmão sozinho com medo.

Jungkook tinha apenas oito anos, fazia sentido ele estar com tanto medo após assistir um filme horroroso que viu logo depois que seus pais saíram de casa por insistência de seu irmão. Se ele fechasse os olhos, ainda conseguia ouvir os gritos da mulher que era queimada viva pelo monstro, e das tripas que saíam do marido dela, e até do sangue que para ele parecia tão realista.

Aquilo era demais para uma criança, mas seus familiares não entendiam aquilo.

Então Jungkook foi deitar e dormir, deixando quase todas as luzes de seu quarto acesa e a janela fechada e completamente coberto pelo cobertor, mesmo que estivesse muito calor.

Ele adormeceu sem perceber, enquanto tentava descobrir se a sombra perto da porta era algo inventado de sua mente ou apenas a sombra de algo de seu quarto.

Ele rezou para que fosse o abajur.

Mesmo que ele estivesse longe o suficiente para sombrear aquela parte do quarto.

Apertou os olhos, confuso com a luz forte bem perto de seus olhos, se perguntando se havia aproximado demais seu abajur da cama. Mas descartando aquela opção após abrir um de seus olhos e observar o ambiente que, naquele momento, já não era mais seu quarto.

Tudo estava quente e ele não conseguia respirar direito, até pensou não estar mesmo respirando.

Se sentou com as costas doendo, resmungando com um bico e choramingando por sua mãe, com os olhos brotando lágrimas ao ver que estava longe de casa.

Muito, muito longe.

Ele não sabia onde estava, não estava consciente o bastante para diferenciar que aquele já não era o seu mundo, e sim, algo que ele nunca deveria ter consciência apenas com aquela pouca idade.

Mas, infelizmente, o destino não estava colaborando com sua inocência.

— Ei, garoto. — Alguém gritou alto, lhe arrepiando e o fazendo olhar para trás no mesmo instante, encontrando um homem que nunca havia visto na vida. — Você acabou de chegar aqui, não é?

— S-Sim... Eu... — Ele não estava entendo muita coisa, até estranhou sua voz ter saído mais grossa que o normal.

— Que bom, a barca não está cheia o suficiente para chegar até o outro lado, iria receber menos por isso. — Suspirou realmente aliviado, mas deixando a expressão dura novamente, encarando o garoto.

O homem vestia roupas simples e modernas, uma camisa branca transparente que dava para ver sua pele clara e musculosa, calças jeans meio rasgadas e sapatos sociais pretos e bem polidos. Ele parecia um CEO que parecia haver acabado de sair de algum compromisso importante.

Mesmo que ele houvesse acabado de sair de um enorme buraco bem atrás dele após sentir uma "respiração" por aquele lado. Buscando por mais seres como ele.

O Limbo do Garoto Perdido Onde histórias criam vida. Descubra agora