Capítulo 5

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Entro na cafeteria, olhando tudo ao meu redor, e me pego pensando mais uma vez se isso não foi um erro

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Entro na cafeteria, olhando tudo ao meu redor, e me pego pensando mais uma vez se isso não foi um erro.

Nos últimos três dias, logo que saio do hospital, tenho passado aqui para ver se esbarro "casualmente" com Ian.

A verdade é que não paro de pensar nele.

Desde que o vi na moto tão perto de mim, me encarando de forma tão intensa, decidi procurá-lo e tentar acalmar um pouco o meu coração. Quero ouvir a voz dele, senti-lo mais perto, saber como está...

E, mesmo que eu já tenha descoberto onde é a sua oficina, não quero ir até lá por enquanto. Acho intimidador demais procurá-lo no trabalho e não quero que ele pense que sou uma psicopata perseguindo-o.

Por isso, tenho visitado essa cafeteria nos últimos dias na esperança de encontrá-lo por aqui.

Corro mais uma vez os olhos pelo local até avistar um ombro largo e braços tatuados de costas para mim, na fila do caixa.

Será...?

Ando em sua direção já sentindo as mãos tremerem pelo primeiro reencontro oficial depois de tantos anos e, como se me sentisse, ele se vira para olhar em minha direção.

Nossos olhares se fixam por um longo momento e meu coração parece que vai saltar pela boca quando o reconhece.

— Ian... — sussurro e ele fecha os olhos, apertando-os de leve antes de reabrir para mim.

Aqueles olhos azuis tão marcantes me encaram de forma tão intensa que parecem me despir.

Dou mais um passo em sua direção e já consigo sentir o seu cheiro.

É um misto de perfume amadeirado masculino, com cheiro de tabaco e do café que ele segura nas mãos.

Ian continua me olhando em silêncio e eu não consigo decifrar a sua expressão.

Ele está tão diferente...

— Você... — Raspo a garganta antes de continuar. — Vai se sentar para tomar o seu café? — pergunto, apontando para o copo em suas mãos.

Ian desvia o olhar para seu copo e logo volta para mim, parecendo pensar no que fazer.

— Na verdade, eu já estava de saída... — sua voz rouca, grossa, envia uma onda de arrepios pelo meu corpo e faz meu pobre coração bater ainda mais acelerado no peito.

— Ah...

Não consigo disfarçar o meu descontentamento e ele parece perceber, coçando a nuca em um gesto ansioso, tão familiar...

Deus, senti tanta falta dele...

— Eu acho que... vou me sentar ali.

Aponta para uma mesa no canto da cafeteria e eu nem consigo esconder um sorriso gigante que me escapa.

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⏰ Última atualização: Jul 18, 2022 ⏰

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