Prólogo

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Seis anos antes

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Seis anos antes


— Alguém viu o Ian? — pergunto, passando por várias pessoas pela festa, e não tenho respostas.

Onde foi que ele se meteu?

A casa está cheia e não o vejo em parte alguma. Começo a ficar apreensiva com o que pode ter acontecido com ele. Há pouco tempo, estava comigo, dançando na pista de dança e com um piscar de olhos, sumiu de vista.

Hoje meus pais preparam uma festa para a minha despedida, por isso o casarão está tão cheio. Com muito esforço e dedicação, consegui passar no vestibular de Medicina, em uma universidade que fica a seis horas de distância daqui. Embora esteja radiante de felicidade por estar realizando um sonho, meu coração está apertado por partir.

Não só por largar a cidade em que cresci e a minha família, mas como ter que me despedir dele.

Ian Bastos é tudo para mim.

Nos conhecemos quando eu ainda estava no primeiro ano do ensino médio, e ele no terceiro. Ian sempre foi o garoto problema, aquele que sempre se meteu em confusão no colégio, mas só eu sei como tem o coração do tamanho do mundo.

Meu pai não aprovou o nosso relacionamento, por pensar que ele não é bom o bastante para mim, mas eu continuei o encontrando escondido e seguindo meu instinto, porque ele faz bem demais para mim.

Ian tem um jeito todo torto de ser e eu consigo compreendê-lo como ninguém. Na verdade eu consigo enxergar uma parte dele que ninguém mais vê.

Continuo procurando-o pela casa, até ter a informação de que ele seguiu para os fundos. Meu coração acelera dentro do peito, temendo pelo que ele pode estar fazendo ali, e, quando chego aos fundos da casa, eu o vejo saindo da escuridão esfregando o nariz.

Ah, não...

Meu coração dispara ainda mais e eu preciso puxar o ar forte para dentro dos pulmões.

— Alana... — Ele se assusta ao me ver e seus olhos vermelhos já me dizem tudo.

— O que você estava fazendo ali, Ian? — pergunto, fazendo um esforço enorme para não chorar.

Não, não...

Ele prometeu.

— Alana...

Seu olhar triste me perfura e eu fecho os olhos, sentindo uma lágrima me escapar.

— Você prometeu — afirmo, abrindo os olhos novamente.

— Desculpa, eu...

— Você prometeu, Ian!

Desfiro uma sequência de socos em seu braço , enquanto grito e choro. Ele nem mesmo tenta me impedir, o que me deixa ainda mais nervosa.

— Por quê? — pergunto quando o solto e ele desvia o olhar do meu.

Essa é a única parte que eu odeio no meu namorado.

Eu não sei quando ele começou a usar drogas, mas sei exatamente o dia em que me prometeu que não ia mais usá-las. Eu ofereci ajuda diversas vezes, tentei aconselhá-lo, mas Ian nunca me ouviu. Até o dia em que me prometeu que iria fazer isso sozinho, que ia conseguir por mim.

E pelo visto eu não fui o motivo para isso...

Meu coração se aperta e dói tanto, mas tanto, que eu preciso me segurar na parede para não cair.

— Eu te pedi para fazer uma escolha, Ian... — digo quando recupero o fôlego e olho em seus olhos azuis que estão tão fora de si.

— Alana...

Toca meu braço e eu o afasto em um puxão.

— E pelo visto você já fez a sua.

Viro as costas para ele e saio correndo em direção a casa, passo pelas pessoas, trombo nelas e escuto meu nome saindo de algumas, mas não quero saber.

Não quero ver ninguém, não quero ouvir, eu só quero...

Corro pela casa e subo as escadas até o meu quarto. Quando entro, tranco a porta e me jogo na cama, chorando de soluçar.

Eu não acredito que perdi a melhor pessoa da minha vida para as drogas.

Eu não acredito que ele jogou fora toda a nossa história por uma carreira de pó.

Eu tentei ajudá-lo tantas e tantas vezes... Tentei fazer de tudo por ele.

Mas ele nunca quis a minha ajuda.

Eu estendi a minha mão e Ian simplesmente recusou.

E eu que cheguei a pensar que um dia fosse importante para ele.

Cheguei a pensar que eu fosse mesmo todo o seu mundo, como me disse tantas vezes.

Ah, Alana...

Como você estava enganada.

No fim das contas, eu nunca fui sua prioridade, nunca fui sua primeira escolha.

Aperto os olhos com força e sinto as lágrimas descerem ainda mais, junto com meus soluços.

Bem que o meu pai me disse uma vez que nós dois éramos incompatíveis.

*****


E está dada a largada, amores!

E aí, o que acharam desse Prólogo? Forte demais, né?

Essa história promete!!

Quarta volto com mais!

Um beijo,

Fê Santana

Incompatíveis - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora