Conselho 35

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Como ser um bom papai; 

Um guia para um pai 
solteiro de primeira
viagem ser perfeito. 

Por Luke Hemmings. 

Conselho 35: Halloween é o que as crianças querem!

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Luke Hemmings

30 de outubro, 2018


Domingo.

Domingo eu fui à casa de Zarah, dei a ela um bonequinho do filme que ela gosta – me sinto idiota até agora por isso, sei lá, me parece uma coisa muito infantil, talvez seja por coisas como essa que todos, inclusive Pezz quando era viva (que Deus a tenha), vivem me chamando de trouxa – e fiquei, relativamente, a tarde toda com ela.

Foi uma tarde estranha.

Eu já estava sentindo falta dela aquele dia, louco para poder vê-la, beijá-la, abraçá-la, ouvir sua voz doce e sua risada. Mas… Mas…

Sam tinha feito eu me dar conta de que realmente gosto de Zarah e aquilo mudou algo em mim.

Mudou algo em mim e começou a fazer eu enxergá-la diferente.

E a agir diferente.

Depois que eu dei para ela o mini Bolton, nos sentamos no sofá e ela me disse como tinha sido seu fim de sábado e começo de domingo. Me disse sobre os medos dela quanto a nossa situação com sua chefe e eu tentei o meu melhor para acalmá-la, embora eu também estivesse cheio de medo. Porque, convenhamos, o que vai acontecer com a gente se a diretora realmente tiver nos visto? Afastei as paranoias de minha cabeça antes que eu começasse a surtar na frente dela. 

Nosso tópico de conversa foi para outro assunto, ela me disse que tinha almoçado com sua família e o quanto sentia saudades de seu irmão mais velho que mora em Marrocos. Eu também disse que sentia falta do meu irmão que morava nos Estados Unidos, mas que a minha saudade seria por pouco tempo, visto que ele visitaria a gente no aniversário da mamãe semana que vem.

Me preparei para o turbilhão de perguntas que ela faria, porque eu sabia que ela faria, sabe? Ela é muito enxerida! Isso me incomoda às vezes.

Mas ela não fez nenhuma, me pergunto até hoje se eu fiz uma cara feia para afastar a curiosidade dela e ela se sentiu intimidada por isso.

Acho que sou muito rude com ela às vezes. 

O silêncio tomou conta daquele sofá e tive que encarar aquela boquinha por um tempo.

Linda, minha doce doçura, gosto de paraíso. Sou viciada naquela boca. Ainda assim, fiquei paralisado. Meu coração parou, voltou a bater, parou e depois voltou a bater de forma bem frenética. É sério! Eu nem sabia que essas coisas eram possíveis! Como eu estou vivo? Será que sou um fantasma?

Eu estranhamente conseguia sentir o sangue correr nas minhas veias e me prendi a essas aleatoriedades bizarras que dominavam o meu corpo em vez de olhar para os olhos dela. Ah, e sim, eu estava nervoso, mas acho que isso é um pouco óbvio, certo?

Eu não tinha coragem. 

Eu não conseguia mover um músculo.

Como eu disse antes, comecei a não só enxergá-la diferente como também a agir diferente. Sam fez isso comigo no momento que arrancou aquela confissão de mim.

Eu não conseguia puxar Zarah para mais perto, afundar meu nariz em seu pescoço, abraçar sua cintura, sentir sua pele na minha palma e seu gosto na minha língua.

How to be a dad { l.r.h }Onde histórias criam vida. Descubra agora