SPECIALBOY | VEGASPETE

SPECIALBOY| IT'S OK

Vegas não acreditava em destino, nada nunca havia sido bom para si pois, até mesmo a família que foi destinado, não era e isso não iria mudar. Carregava aquele sangue até a morte, acreditava que ela já estava perto apesar de ainda ter vinte e seis anos apenas. Estava fardo da hostilidade de duas pessoas que somente observavam um ao outro, cheios de ódio e rancor mesmo sendo irmãos, e jogavam seus filhos em um ringue de combate, batendo-se até ter um locaute e haver um vencedor.

E mesmo se ganhasse alguma vez, ainda iriam escolher o perdedor ou até mesmo diriam que Vegas havia trapaceado pois, seria impossível alguém da família menor vencer a primeira família.

Mas, de alguma forma, o destino gostava de brincar com algumas coisas e aquela, era uma dessas vezes. Mal podia acreditar no que o destino havia colocado em seu caminho naquele infeliz dia, mesmo tendo certeza que aquilo havia sido ideia de Kinn, ainda podia desfrutar um pouco do quão ingênuo seu primo era. Um guarda da família maior ali, vigiando-o como se fosse algum tipo de animal desgovernado em busca de alguma caça para saciar sua fome e estava morrendo de vontade disso.

Ser machucado era uma coisa que fazia Vegas sentir raiva, ao ponto de descontar suas frustrações em novos machucados, agora feitos por si mesmo. Entretanto, sua raiva nunca ia embora realmente, parecia algo passageiro e quando atacava, parecia multiplicar seus sentimentos de um jeito que fazia seus olhos embasarem de ódio. Aquele era um dia que estava se sentindo assim, pronto para atacar sua pressa sem pressão, apenas apreciando o momento e fazendo o que o momento pede, apreciando a arte de uma boa tortura para fazer alguém abrir a boca. Vegas, com certeza, iria fazer alguém falar, poderia ser hoje ou amanhã, iria ter respostas.

Era quase como um mantra que repetia para si mesmo. Estava louco para colocá-lo em prática, faltava apenas o momento certo mas, com certeza, ele iria chegar. Então, Vegas se controlou ao máximo naquele dia para não fazer nada de errado com aquela situação, queria apenas ir até o carro e falar de forma grosseira para o guarda-costa ir para o inferno e de brinde, levar Kinn junto.

Não podia entretanto, era um sentimento resistente em seu interior.

Vegas estava com a cabeça nas nuvens, atolado de trabalho sobre a empresa e negócios à parte que somente a segunda família sabia - esse, que seu pai havia o controle sobre quase tudo, se Vegas não ajudasse-o e tomasse algumas medidas de negócios. Papéis e mais papéis, estavam enchendo sua mente atordoada de um dia nada bom. Problemas pareciam apenas surgir mais e mais e, tudo parecia o fim do mundo e naquele momento, aquilo era crítico demais.

Um novo carregamento de armas havia chegado ao armazém e precisava verificar logo entretanto, agora que sabia da existência de um guarda da família maior os vigiando, ficava difícil e Vegas já estava vendo a dor de cabeça que teria para despista-lo. Pois, tráfico de armas não era um assunto que a primeira família conhecia da segunda, aliás, eles somente sabiam o que Gun queria que eles soubesse e ele era bom nesse jogo.

Contudo, Vegas se perguntava por quanto tempo às coisas iriam ser assim pois, parecia, cada vez mais, que a família menor estava caindo em um poço fundo e, ao menos, era por causa da primeira família e, sim, pela rivalidade de pai e filhos da segunda.

『SPECIALBOY』

Pete acordou assustado, de repete. Sua cabeça doía como nunca, amaldiçoou o primeiro santo que veio em sua cabeça e foi Buda, porque aquilo parecia ser carma e, ao menos, sabia o que havia feito de errado. Amaldiçoou a si mesmo também, quando percebeu em que situação se encontrava. Havia dormido no serviço e poderia até estar tudo bem, se o serviço fosse cuidar de Tankhun ainda mas, não era. Estava ali para vigiar Vegas e havia falhado já no primeiro dia, não saberia o que falaria à Kinn ou com que cara iria vê-lo e reportar toda a rotina de Vegas, já que não tinha realmente uma ali. Não soube, ao menos, dizer se Vegas ainda estava em casa.