Lua De Sangue (Irmã Do Baji)

O Demônio vermelho

2 anos 4 meses e 12 dias nos EUA

O dia amanheceu, eu comi pão que as meninas haviam levado ontem de café da manhã

Repassei por horas o que devia fazer, não deixei passar nenhum detalhe

Eu tinha uma última coisa pra fazer antes de tudo, então eu peguei a Arma que Luna havia conseguido pra mim e tudo mais que eu ia precisar

Escondi a pasta em uma árvore que ficava perto da balada em que eu beijei a Erika pela primeira vez, fui pra minha casa que eu morava com a Erika

Pulei a janela quebrada que tinha apenas algumas faixas de segurança

Já estava tudo no lugar, já tinha se passado tempo mesmo

Evitei olhar para o chão da sala, minha mente tinha fleshs estremanente reais da voz dela dizendo calmamente meu nome

Lutei contra a vontade de chorar e corri para o quarto, eu sentia o cheiro dela pelas roupas de cama mas eu não podia passar muito tempo lá dentro

Fui até o guarda roupa, usei uma cadeira para subir até a parte de cima e arrancar uma tábua dele, em baixo dessa tábua havia dinheiro, o dinheiro que usaríamos para nós mudar para Tokyo quando a Raquel ficasse mais velha, por causa das ameças achamos mesmo mais seguro deixar ali

Chorei lembrando de todos os nossos planos, e peguei o dinheiro enquanto tremia

Depois eu segui para casa do Senhor Fernando

Hesitei um pouco mas toquei a campainha

O velho atendeu me olhou pasmo, jurei que faria um escândalo

Fernando:Akyra...

O velho começou a chorar e me abraçou

Fernando:Entre antes que alguém te veja... Por favor...

Akyra:O-ok

Eu entrei e tentei não encostar em nada

Fernando:Que bom que você está bem

Me ajoelhei aos pés dele rapidamente me curvando

Akyra:Me desculpa Senhor Fernando... Eu não consegui proteger ela... Me desculpa!

Ele passou a mão sobre meus cabelos

Fernando:Você fez o que pode Akyra... Sei que fez... Inclusive fez algo que eu mesmo nunca consegui fazer

Me levantei lentamente olhando para ele confusa

Fernando:Ela nunca foi feliz desde que a mãe dela morreu, a mãe dela tinha uma personalidade forte e explosiva, sempre queria resolver tudo e proteger todo mundo, ela era a inspiração da Erika era como sua âncora... Eu já estava velho na época, nunca consegui ser essa âncora pra ela, nunca tive metade da determinação da minha filha... Mas você tem isso Akyra, você foi pra Erika uma inspiração, assim como minha filha foi

As palavras dele me deixaram imóvel, sentia o choro na minha garganta, quase não podia respirar

Fernando:Você fez a minha neta voltar a vida, você fez ela sorrir como eu não via a anos, você fez ela amar como ela nunca imaginou que amaria e posso ver nos seus olhos como isso foi recíproco

Ele respirou fundo

Fernando: Obrigado Akyra... Por ter feito a minha neta feliz, quando me juntar a ela vamos esperar juntos por você - sorri

Ele me abraçou... E eu desabei em seu abraço por longos minutos até conseguir me afastar

Akyra:Você sabe... Que vai ter que ir embora não sabe?

Fernando:Já escolhi até o lugar... A Raquel sempre quis conhecer o México

Akyra:A Raquel... Eu tenho que falar com ela

Entreguei parte do dinheiro a ele

Akyra: É pra ajudar vocês a irem embora... A outra eu preciso pra ir pra Tokyo

Fernando: Obrigada Akyra, vou chamar a Raquel

Ele me deu um último abraço e se virou lentamente

A Raquel entrou pela porta da sala, me olhou um segundo estática, depois correu pra me abraçar

Akyra:Aposto que você ficou muito brava comigo não ficou?

Raquel:Eu já sabia que não tinha sido você, eu sempre soube!

A menina chorava e me abraçava forte, mas eu a afastei

Akyra:Eu preciso que você se concentre Raquel

Ela concordou com a cabeça

Akyra:Eu prometi pra Erika que cuidaria de vocês, mas se eu for junto vai ser pior, então eu preciso que você cuide do seu avô

Raquel:T-ta bom...

Akyra: Você é boa de decorar não é?

Ela concordou com a cabeça

Akyra:Eu vou te passar quatro números, se algum dia você precisar muito de mim você vai ligar em algum deles e falar que precisa muito falar comigo, se perguntarem quem é você vai dizer que é a irmã da Erika

Raquel:Tudo bem

Passei pra ela os números do Keisuke, Mikey, Mitsuya e Senju

Raquel:Pra onde você vai agora?

Respirei fundo

Akyra:Eu nunca menti pra você... Eu vou dar um jeito em quem fez aquilo com a sua irmã e depois eu vou pra Tokyo com meu irmão

Raquel:Você vai ficar bem?

Akyra:Claro que eu vou! Prometi pra sua irmã que eu ficaria

Raquel: Não tá mentindo?

Akyra:Por que eu te passaria os números se achasse que eu não ficaria bem?

Ela revirou os olhos

Raquel:Eu te amo muito Akyra... Mas não tanto quanto a Erika

Eu abracei ela carinhosamente

Akyra:Eu sei disso Raquel...

Me afastei dela e dei um último aceno, depois sai pela porta secando minhas lágrimas, agora eu não tinha mais tempo pra chorar

A Erika nunca mataria ninguém, ela era realmente como um anjo... Mas a ideia de matar aquele homem nem mesmo me assustava, o Fernando disse que me esperaria junto com a Erika algum dia... Mas não acho que eu vá os encontrar, ao contrário dela que era um anjo azul como as águas puras do mar. Eu não passava de um demônio imundo sempre coberto de sangue vermelho