Por do Sol

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Quando o garçom saiu, ele bateu com a mão no banco ao lado dele, pedindo para sentar ao seu lado.

- Venha ver o mar daqui, é lindo - ele disse;

Eu me virei e vi, é realmente lindo no fim da tarde, o sol bem próximo ao mar, o vento estava fresco, mas ainda estava quente, uma visão linda, e um clima agradável, perfeito...

- Não dai, venha ver daqui, ai você vai machucar seu pescoço, aqui é mais confortável - ele insistiu;

Isso seria realmente perigoso, ele não estava se preocupando com nada, se fosse reconhecido, aquilo realmente seria um prato cheio para quaisquer paparazzi que vissem, por mais que não houvesse nada, poderia dar problemas. Eu tinha que dizer algo.

- Acho que você já esta confortável demais comigo não é?

Escorei meu cotovelo na mesa e meu queixo sobre a mão, olhando para ele com um olhar de questionamento. Ele fez o mesmo movimento, olhando nos meus olhos. Cruzarmos nosso olhar com certa intensidade, daquela forma foi a primeira vez.

- Pois é, por que será?

Isso foi intenso, e diferente, estava acostumada com as atitudes dele, mas nunca havia sentido as borboletas no meu estomago.

Ele voltou a recostar no banco e bater com a mão para que eu sentasse ao seu lado.

- Você não vai vir? Esta perdendo o espetáculo.

Voltando aos meus sentidos respondi:

- Não tem medo de que alguém tire uma foto nossa vendo o por do sol, que barulho isso vai dar?

- Eu escolhi esta mesa porque fica embaixo dessa arvore, ela e o degrau da areia e mais a cobertura do quiosque nos escondem totalmente, o cara ia ter que vir na nossa frente para tirar uma foto boa que de o que falar. Eu já estou acostumado com isso, meus olhos são bons pra me esconder - Ele sorriu levemente arrogante convencido sobre suas habilidades - Venha logo, antes que acabe. Você não quer que eu vá ai te buscar, isso sim vai fazer alvoroço.

Meio hesitante eu fui ate lá, sentei ao seu lado com uma distancia adequada, porém rapidamente ele se aproximou e colocou seu braço sobre meu ombro.

As borboletas voltaram, porque isso agora?

Assustada eu tentei me afastar, mas seu braço sobre meu ombro me segurou, me dizendo para ficar ali.

- Por favor, fique assim comigo um pouco - Ele olhando para frente realmente admirando o que via continuou - Sempre quis fazer isso, ver o por do sol no mar, com uma garota que eu gostasse. Você pode me deixar aproveitar isso, só um pouco.

Uau, o que? Como? De que forma? O que ele falou? Eu escutei direito? De qualquer forma, não conseguia me mexer, meu coração na garganta, e os questionamentos em minha mente, e aquele cenário, e aquelas palavras, eram perfeitas demais, será que eu estava sonhando.

Ficamos assim um tempo, até que o garçom trouxe o suco. Quando o garçom chegou ele tirou o braço do meu ombro e me alcançou o suco que havia sido deixado do lado dele. Eu peguei o suco dei um gole, ele fez o mesmo e continuamos em silencio, admirando a vista, eu não sabia o que dizer, e ele não continuou o assunto. Será que ele havia falado algo de que se arrependia? Talvez tenha sido minha imaginação que foi longe demais. E aquelas malditas borboletas. Devo matar todas?

Tomamos o suco em silencio e em seguida já estava escurecendo. Ele se levantou e respirou fundo.

- Vamos, devemos voltar à realidade, temos um grande show de encerramento ainda hoje.

Começou a andar, colocou a mascara novamente, suas mãos no bolso, parecia um pouco decepcionado. Eu o segui um pouco atrás. Ainda não sabia o que falar, estava envergonhada, fosse pela situação, fosse pela minha imaginação fértil, eu estava realmente constrangida. Entramos no carro e o silencio continuou, quando chegamos ao hotel nos despedimos e cada um foi para o seu quarto. Logo deveríamos estar no local do show.

Não quero que me solteOnde histórias criam vida. Descubra agora