Kage Bunshin no Jutsu

Epílogo

Sakura chegou cedo ao hospital, atravessando os corredores agitados já nas primeiras horas da manhã. Respirou fundo, preparando-se mentalmente para mais um plantão, mas sentia-se revigorada. Sasuke havia saído da vila em missão há dois dias, e, embora Sakura sentisse uma falta quase física de seu marido, precisava admitir que andava bem menos cansada nesses últimos dias do que nas semanas anteriores.

A verdade inegável da vida é que tudo tem um preço, e, para compensar todas aquelas noites longas e malucas com Sasuke, ela precisava pagar com preciosas horas de sono, que faziam bastante falta depois. Tudo bem se eles guardassem aqueles momentos intensos para as ocasiões especiais, ela pensava, seria até mais prazeroso assim.

Bem, Sakura tinha resolvido aquilo enquanto o marido estava longe, mas não estava muito certa se conseguiria concordar consigo mesma quando ele estivesse ao alcance de suas mãos. Ela estava até mesmo esperando que, em algum momento da semana seguinte, fosse receber uma visita rápida de Sasuke. Ele fazia isso as vezes, quando saia em missões muito longas, dava um jeito de fugir para encontrá-la. Aquele Rinegam já havia ser provado muito útil várias vezes.

Sorrindo meio boba, feliz como nunca imaginou que podia ser um dia, a garota de cabelos rosas alcançou a porta de sua sala. Ao abri-la, porém, deparou com longos cabelos negros cascateando por sobre ombros estreitos que se debruçavam sobre a mesa. Logo imaginou se não tinha entrado na sala errada, até voltou um passo para conferir a numeração na porta.

- Até que enfim você chegou – a garota em sua sala se virou inquisitiva.

- Ino?! - Sakura estava boquiaberta com a transformação capilar da amiga. Continuava lindíssima, é claro, os cabelos escuros faziam seus olhos azuis se destacarem ainda mais, mas ela sabia como Ino gostava de seus cabelos claros – o que aconteceu?

- Estou testando um novo look – ela sorriu sem graça.

- Sei – Sakura percorreu o caminho até o outro lado da mesa mantendo a amiga sob seu olhar afiado – conta outra.

Ino suspirou, só porque todo mundo no hospital havia caído naquele papinho, não significava que sua melhor amiga ia engolir aquilo.

- Ok, o que aconteceu foi um clone... de tinta.

Sakura piscou duas vezes antes de cair na gargalhada.

- A culpa é toda sua, fique sabendo! - Ino grunhiu – por ficar por ai fazendo vontade nos outros.

- Então você obrigou o Sai a fazer um clone de tinta? - Não era como se Sakura saísse por ai se vangloriando dos jutsus que seu marido conseguia fazer, mas bem, ela contou mesmo mais coisas que o normal para Ino.

- E eles estavam indo muito bem, obrigada. Até que tudo ficou intenso demais.

Sakura se lembrava bem de mais de como os clones de tinta de Sai explodiam quando eram derrotados. Espalhando tinta negra para todo o lado. Ela não podia ser culpada por gargalhar novamente ao imaginar a cena em que sua pobre amiga era coberta de tinta da cabeça os pés. Logo Ino estava rindo também em cumplicidade.

Ah, sim, Sakura tinha certeza que não poderia ser mais feliz.