Entre o Amor e a Razão

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Entre o amor e a razão

Em uma balança, qual pesa mais para você, o amor ou a razão ? Para Luiza, será uma escolha complicada, difícil . De uma hora para outra, terá sua vida remexida, sua estabilidade emocional abalada e suas escolhas em julgamento . Luiza estará entre a razão ( Mariana ) e o amor ( Cesar ) .

Luiza (Lucinha Lins ) : Uma mulher independente que aos quarenta e um anos, se imagina completa e realizada com a sua vida. Uma empresária, viúva e mãe de uma jovem . Tem um amor do passado ao qual se recorda todos os dias, nunca superou essa separação, evita lembrar o passado, por não ter boas lembranças .

Mariana ( Lavínia Vlasak)  : Uma jovem sonhadora que aos seus vinte e dois anos, julga estar vivendo a sua melhor fase . Vive na Inglaterra , onde cursa moda, sua faculdade dos sonhos. Tem o apoio de sua mãe Luiza, que custeia sua faculdade e sua residência . Se apaixonou perdidamente por um italiano , mas seu sonho logo se desfez ao perceber que nunca chegará ao fundo de seu coração, já que o mesmo, ama uma mulher misteriosa .

César ( Nicola Siri)  : Um homem de meia idade , empresário, vive um romance com a jovem Mariana, não a ama e sempre deixa isso bem claro. Não tem planos de formar uma família e abomina essa ideia. Tem um amor do passado que nunca superou e lamenta profundamente por ter se acovardado.

Rio de Janeiro.

Empresa Diniz.

- Dona Luiza, chegou esse fax para senhora! – Avisou Ana, entregando o documento.
- Fax? – A olho e dou um sorriso. – Quem ainda vive na era do fax? – Dou uma gargalhada, enquanto leio o documento. – Uma notificação. - Comento. – Sabia que iria a São Paulo, mas não tão cedo. – Reclamo. – Ana, marca uma viagem hoje para mim, vou a São Paulo, volto amanhã! – Peço entregando o fax.
- Tem um horário específico, senhora Luiza ? – Perguntei.
- Pode ser por volta das dezesseis horas , assim dá tempo de almoçar com calma. – Respondi concentrada em meu celular. Tinha uma chamada na tela, tirando a minha concentração.
Ligação On
- Boa tarde, minha princesa! – falei com empolgação
-Boa tarde, mãe! Na verdade, bom dia para você! – Respondi.
- A que se deve essa ligação? – Perguntei curiosa, sabia que algo tinha. Ela não é de me ligar a esse horário, geralmente às quatorze horas, ela está na academia.
- Só liguei para avisar, que chegarei ao Brasil amanhã! – Comentei, esperando as milhares de indagações, que Dona Luiza, vai me fazer, dou até um sorriso, minha mãe é tão previsível!
- Amanhã? – Indaguei preocupada, afastei minha cadeira da mesa e me levantei. - Mariana, o que aconteceu? Não me deixe nervosa aqui! – Pedi uma explicação, já estava aflita.
- Respira, dona Luiza! – Dou um sorriso. – Está tudo bem comigo, só resolvi ir ao Brasil amanhã, nada demais! – A tranquilizo.
- Como resolveu, Mariana!? – Já comecei a me alterar, tenho certeza que algo tem ai! – Você está na faculdade e do nada resolve vir ao Brasil, e quer que eu fique calma? – Falei alterada.
- Acho que alguém esqueceu que estamos em julho! – Dou um sorriso – Mãe, eu entrei de férias. – A recordei.
- Verdade, esqueci completamente! – Concordei sem graça, estava me alterando a toa. – A pombas, sou uma mãe preocupada Mariana, já pensei que tivesse acontecido algo sério! – Tento justificar minha alteração. – Que horas você chega amanhã ? – Perguntei.
- Vou sair daqui às oito da noite , devo chegar aí às sete da manhã. – Respondi
- Sete? Por que tão cedo ? – Perguntei.
- São onze horas de viagem mãe, quanto mais tarde chegar aí, mais tarde sairei daqui. Achei esse horário melhor, até para minha segurança! – Expliquei – Mas olha, se você tiver um compromisso, eu pego um táxi , fica tranquila! – Falei a deixando à vontade.
- Claro que não, eu faço questão de te buscar! – Respondi , chamando Ana com a mão. – Fique tranquila, amanhã estarei antes das sete te esperando no aeroporto! – Enfatizei.
- Te amo mãe! – Falei. – Vou ter que desligar, vou terminar de organizar tudo aqui.– Avisei.
- Venha com cuidado é qualquer coisa, me avise! - Pedi. – Te amo muito! – Falei me despedindo.
Ligação Of.
- Ana, mudei os planos, preciso voltar ainda hoje, pois minha princesinha chega amanhã! – Falei empolgada, nada me deixa mais feliz, do que ter minha filha ao meu lado.
- Tem um lugar aqui, saída de São Paulo às vinte horas, serve ? – Perguntei.
- Claro, compre essa! – Concordei. – Vou para minha casa, vou almoçar, arrumar algumas coisas e depois vou para Sampa! – Avisei pegando os comprovantes das passagens na impressora. – Qualquer coisa me ligue, meu celular está ligado o tempo todo! – A recordo.
- Pode deixar, dona Luiza. – Dou um sorriso. – Boa viagem! – Desejo antes dela sair.
[...]
Aeroporto
- Que saudade eu estava de você, minha princesinha! – A abraço bem forte. – Te amo tanto! – Beijo seu rosto e arrumei seu cabelo. – Em seis meses, você mudou tanto! – Acariciei seu rosto. – Cadê seu o namorado? – Perguntei olhando ao redor
- Ele não veio, mãe! – Tentei responder de forma normal, mas minha voz me entregou, sim, eu estava decepcionada.
- Querida, não entendo a relação de vocês, mas não vou me meter nisso. – a abraço – fique tranquila! – A conforto. – Vamos, já pedi para Maria preparar o nosso café! – Digo a ajudando com a mala.
Caminhamos até o carro, guardamos as malas no porta malas e seguimos para casa. Durante todo o caminho, conversamos sobre assuntos diversos , mas foi praticamente impossível não notar a decepção e tristeza da minha filha. Isso estava me cortando o coração, não queria ser invasiva, mas estou realmente preocupada, não sei como falar . Enquanto dirijo, a observo com o olhar distante muitas vezes .
Casa Diniz.
- Seja bem vinda! – Falou Maria, abrindo a porta para Mariana. – Que saudade eu estava de você, minha menina! – a abraçar
- Maria, eu também estava com saudades! – Retribuiu ao abraço. – Estou morrendo de fome – falei rindo e indo em direção a mesa – Nada como a casa da gente – olhei a mesa e sorri. – Você é a melhor! – A abracei e dei um beijo em sua cabeça.
- Vamos nos sentar. – Pedi apontando para a cadeira. – Maria, obrigada por essa linda mesa! – A olhei e agradeci. – O que você pretende fazer hoje, filha? – perguntei enquanto comia uma torrada.
- A primeira coisa que pretendo fazer, é dormir! – Respondi rindo. – Sério, não consegui dormir durante o vôo, fiquei assistindo uma série! – Confessei aos risos
- Então, vou à empresa e à tarde, damos um passeio no shopping, o que você acha ? – Proponho.
- Uma excelente ideia! – Concordei – Podíamos ir ao cinema, que tal? – Sugeri.
- Por mim, perfeito! – Concordei.
[...]
- Maria, faço algo saudável para essa mocinha comer, assim que acordar! – Pedi, enquanto terminava de me arrumar. – Não me espere, não venho para o almoço e não se preocupe com o jantar, comeremos no shopping! – Avisei, pegando a minha bolsa e saindo em seguida.
[...]
Dias depois.
Pov Luiza
Já tinham passado duas semanas da sua chegada; sentia a necessidade de uma conversa sincera com a minha filha, mas não estava conseguindo uma abertura, para entrar em um tema tão delicado. A escutava ao celular com o namorado, sua voz era sempre triste, de decepção. Não consigo entender, como a minha filha tem um relacionamento assim. Olho sua foto em minha sala, uma menina tão nova, tão linda e instruída. Quem será esse homem? Não tem fotos ou vídeos com ele, estou realmente preocupada.
- Oi mãe! – Me aproximo, beijo seu rosto e me sento ao seu lado. – O que faz aí, olhando minha foto? – Perguntei curiosa.
- Estou aqui admirando essa linda menina! – Respondi com um largo sorriso. – Estou tentando entender, como essa bela moça está mendigando o amor de alguém? Quando ela não precisa disso! – Falei olhando, minha voz estava embargada, trêmula mesmo.
- Ó mãezinha! – Ela me abraçou – Porque nas coisas do coração, ninguém manda! – Respondi me deitando em suas pernas.
- Eu sei que ninguém manda! – Suspiro fundo e faço um carinho em seus cabelos. - Quanto tempo não a tenho assim, tão pertinho de mim, entre minhas pernas!  – Dou um sorriso a olhando. – Você é linda, perfeita! – Acaricio seu rosto. – Não gosto de vê-la assim, triste, com essa dependência! Eu sei que é triste, mas ele não tem o mesmo sentimento que você nutre, minha filha! – A alerto.
- Eu sei disso mãe! – Ela respondeu me deixando completamente surpresa
- Você sabe e mesmo assim insiste ? – Indaguei incrédula.
- Ele ama outra mulher. – Falei a olhando – Mas eu ainda tenho esperança de alcançar seu coração! – Confessei.
- Minha filha… – Tentei falar sem alterar minha voz, algo bem difícil para o meu temperamento. – Como assim você sabe que ele ama outra mulher e mesmo assim insiste? – A olho perplexa. – Juro, não consigo entender, ele é um homem bem mais velho que você, o que já me preocupa e que ainda não te ama, filha, o que você espera dessa relação? – Perguntei olhando em seus olhos.
- Espero que ele enterre de vez, esse fantasma da vida dele ou que ela morra e me deixe ser feliz! – Respondi com sinceridade. – Já tentei descobrir quem é essa mulher, nunca consegui; ele não tem nada dela guardado, ela vive na memória dele, lugar inalcançável para mim! Ele fala dela, com tanto amor e dor ao mesmo tempo, eu só queria ele pra mim! – suspiro, enquanto uma lágrima corre pelo meu rosto. – Eu não sei viver sem ele, sem aquele sorriso encantador!
Pov Luiza:
Ouvir minha filha falar palavra por palavra, estava me cortando o coração. Ela estava sofrendo e eu não pude fazer nada. Ela quer estar nessa condição e isso me assusta mais. Queria tanto que minha filha fosse feliz, tal como não fui. Que ela sim, tivesse uma incrível história de amor, mas vejo que não é assim.
- Você sabe que de amor, ninguém morre! – Falei levantando e segurando a sua mão. Você é jovem, lindíssima, tem a vida toda pela frente. Não pode abdicar da sua vida, simplesmente porque um homem resolveu viver preso no passado, essa história não te pertence Mariana! - Respirei fundo. - Olha para essa menina… – Mostrei seu retrato. – Essa menina saiu daqui, com sonhos! – Limpo seu rosto. – Eu quero de volta essa menina, essa que tinha sonhos, que dizia que nada a iria parar! Eu quero a minha Marina de volta|! – Digo segurando seu rosto. – Vá viver sua juventude, vai viver seus sonhos! – Me levanto, já estava me alterando demais.

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