Vermelho

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       O mundo me consumiu para um buraco negro, sem hora certa para retornar a realidade cruel da situação. Imagens vermelhas por todo lado consumiam minha mente. Paredes vermelhas, portas vermelhas. Tudo a minha volta com o brilhante e lindo vermelho incendiando o lugar.

    Um vermelho vislumbrante, lindo.

    Um vermelho sangue.

      Paralisado por segundos, retornei ao ouvir o som de minha própria voz clamando por socorro. Clamando com a angústia e o medo intalados em minha garganta. Sentia gosto de sal em minha boca. Salgado, úmido, vermelho.

    Tinha mordido meu lábio com força,e agora sentia o gosto de meu líquido.

    Sangue no chão. Sangue no tapete. Sangue no sofá.

   Muito, muito sangue.

     Tentei limpar as lágrimas, e ficar meus olhos ao máximo sobre a visão a minha frente.

     As mãos de Itachi vermelhas escaldantes. O peito de Naruto com o mesmo tom vermelho manchando sua camisa branca social. Eu realmente gostava daquela camisa... Eu realmente gos---

      Uma arma prateada jogada sobre o chão da sala. Tão prateada, que brilhava ardentemente com o reflexo da luz sobre ela. Aposto que se chegasse um pouco perto, poderia ver minha aparência sem nenhum problema.

   

        Sentia minha voz sufocando. Sentia meus sentidos aguçados e ao mesmo tempo parados. Consegui ver, mas não enxergava nada. Tentava mudar o foco de meu cérebro, prestar atenção no que acontecia a minha volta, mas tudo parecia parado. Quieto demais.

     Olhei para Itachi, que no momento estava deitado de bruços no chão, enquanto Naruto pressionava o corpo do moreno sobre o chão, segurando suas mãos com força enquanto gemia de dor.

     Seu braço estava ferido, e jorrava sangue em suas vestes. O chão já sujo com a coloração vermelha, ficou mais com o passar dos segundos.

   Naruto olhou para mim, com um sorriso doce em seus lábios, e foi nesse momento que o desespero novamente inundou minha mente. Não sabia o que fazer, e meu corpo não reagia a meus comandos. Minha única solução, foi me assustar com a própria dor angustiada de minha voz ao ouvir meu próprio grito sufocado.

     Corri até os pés de Naruto, olhando seu braço ferido, enquanto meu irmão se revirava sobre o chão em uma tentativa falha de se locomover.  Levantei com pressa, e dei um chuto em seu rosto sem medo das consequências, olhando para a forma como o corpo inconsciente caia sobre meus pés.

       Ao se livrar do tormento de ter que segurar o uchiha mais velho, Naruto caio sobre o chão realizado. Os olhos cansados e tristes olhando para os meus.

    Me juntei a seu corpo no chão, colocando seu rosto em minhas pernas. Chorando incontrolavelmente enquanto pegava meu celular. Não podia ficar parado, tinha que reagir.

    Com a pouca força que tinha Naruto apontou para a estante, e logo sussurrou algo que não passou a ser compreensível para mim de primeira. Segurei os soluções e juntei meu rosto a sua boca.

Com calma ele repetiu.

- Doutor.... número, Ali.

     Não precisei de tempo para raciocinar, logo corri para a estante ao lado da tv, procurando desesperado pelo número.

    990874

    Desesperado e ligou. Segurou suas lágrimas e falou com o homem que, por sorte, atendeu de primeira. Não precisou de explicação ou questionamentos, o homem nem perguntou a situação, simplesmente, e com calma, respondeu.

-Estou a Caminho.

     Sasuke desligou o telefone e correu ao encontro de seu amado. Abaixou e segurou Naruto em seus braços, e com carinho acariciou seus cabelos loiros, os olhos cansados olharam para ele, e logo um selinho foi depositado em seus lábios.

     Sasuke colocou a mão sobre o local sangrando em seu peito, tentando ao máximo estancar o sangramento. As lágrimas novamente preenchendo seus olhos, enquanto se punia mentalmente por não ter feito nada antes.

- Vai ficar tudo bem.

    Naruto falou, sem possuir muita convicção em suas palavras, muito menos forças para pronunciar mais coisas.

    E foi assim, nós braços do amado, que descansou seus olhos os fechando com calma, enquanto ao longe ouvia Sasuke implorar para que ele abrisse os olhos.

   Mas naquele momento, tudo que o loiro queria, era poder dormir um pouco.


Só um pouco....


Continua.....

Querido professor NARUXSASUOnde histórias criam vida. Descubra agora