Um Sugar Daddy Em Minha Vida (Degustação, Completo Na Amazon)

Capítulo 24

GABRIEL 

      Preferi sair da casa de Burj Khalifa direto para o aeroporto. Depois do peso de todo o dia,  eu precisava estar na minha casa o mais rápido possível. Queria colocar minha cabeça no lugar. 

      Pedi para que nossas bagagens fossem levadas para o avião para não precisar voltar ao hotel e tão logo estávamos voando para casa. Júlia estava quieta e eu a entendia. O mesmo peso que estava sobre mim, estava sobre ela, talvez até pior. Não vou mentir e dizer que não gostei dos dias que passamos juntos em Dubai. Eu e Júlia criamos uma ligação emocional muito forte e o sexo entre nós estava sendo incrível. A mulher estava se tornando um furacão na cama e só de lembrar das noites quentes que tivemos eu já fico duro.

      — Já sabe o que vai fazer quando chegar no Rio de Janeiro? 

 Marcos que estava ao meu lado me ajudando com alguns assuntos de trabalho inquiriu. 

      — Não — respondi — Minha mãe vai me matar — falei bufando — Ela sempre mandou eu casar e agora eu vou aparecer na casa dela, casado e ela nem conhece a noiva— Marcos gargalhou. 

      — Boa sorte com isso — falou irônico — O importante é que as coisas estão acontecendo e Khalifa vai sair do seu encalço. 

      — Não foi certo o que ele fez e você sabe, ele manipulou tudo para sair como ele queria — falei exasperado. 

      — Ele é engenhoso. Porém não vamos mais falar disso, temos muita coisa para resolver — ele falou apontando para o computador. 

      Assenti e continuamos trabalhando até que ouvimos o piloto anunciar que em breve chegaremos ao nosso destino.

***

      Marcos e Mariana pegaram um táxi e foram para casa. Eu pedi a um de meus funcionários para me buscar, pois não estava em condições de dirigir e ainda tinha que deixar Júlia em seu apartamento. 

     Já no saguão, nos despedimos.

   — Amanhã vamos resolver como faremos sobre isso — segurei em seu dedo com a aliança — ela assentiu com um pequeno sorriso. 

      Segurei em sua nuca e a puxei para um beijo. Deveria ser um beijo casto, mas nossas línguas se entrelaçaram e se tornou primitivo, como se fosse uma despedida de dias e não de algumas horas. Nos separamos quando ouvimos o porteiro pigarrear e nos demos conta que estávamos no meio do saguão. 

Sorrimos e então acompanhei ela até o elevador e quando as portas se fecharam com Júlia dentro, meu coração apertou. Parecia que algo estava errado. Talvez fosse só impressão por todos os acontecimentos, por ter passado tantos dias junto com ela em Dubai.

       Entrei no carro e o motorista me levou até minha casa.

      Lion e Mel vieram ao meu encontro destilando sua saudade. Dou  atenção aos meus filhotes peludos por um longo tempo, até que preciso descansar. Amanhã de manhã preciso marcar um almoço com minha mãe para apresentar Júlia e claro que a imprensa vai cair em cima quando souber que estou casado. 

        Depois de um banho, eu só precisava dormir.

***

Júlia 

      Não avisei para Ana que estava chegando. Queria fazer uma surpresa e contar tudo que havia acontecido naqueles dias que estive fora. As luzes estavam apagadas, a casa silenciosa. Deduzi que ela não estava mas um barulho no quarto dela chamou minha atenção. Fiquei animada e me dirigi para lá. Quando levantei a mão para bater na porta, ouvi uma voz familiar.

"...Você não pode ficar aqui, a Júlia chega amanhã"

"Ela ainda vai me pagar. Por causa daquela vadia, eu quase morri"

"Não seja dissimulado, Heitor. Quem fez a dívida foi você"

"Ela tinha obrigação de me dar aquele dinheiro"

" Você não presta"

" Você me ama por causa disso"

"Convencido"

"Quando ela vai casar com o figurão?"

"Não sei, eles não tem data, pelo que ela contou"

"Quando ela casar, vou tirar até o último centavo dela, se ela se negar a me dar dinheiro, os pais dela vão pagar…"

      Eu estava em choque. Ana e Heitor estão juntos. 

Desde quando? 

Como?

Meu Deus!

      Eu não conseguia me mexer, eu não conseguia respirar. Mas eu precisava, pois se eles me vissem ali seria meu fim.

      Corri para a sala, peguei minha mala que ainda estava na porta junto com minha bolsa e corri para fora. Não sabia para onde ir, nem o que fazer. 

      O porteiro chamou meu nome quando me viu passar, praticamente correndo, mas não parei. Eu só precisava sair dali.

***

      Depois de não sei quanto tempo  andando arrastando a mala no chão eu me sentei em um banco de uma praça. Foi quando o choro veio com força. Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Ana foi minha amiga e confidente por todo esse tempo. Eu confiei minha vida à ela, para descobrir que ela estava mancomunada com Heitor. 

Há quanto tempo isso estava acontecendo?

Eles já se conheciam?

Meus Deus! 

      Eu não sabia o que pensar. Peguei o celular e liguei para a única pessoa que eu poderia confiar naquele momento. 

      — Júlia — Gabriel atendeu.

      —Desculpe ligar para você agora — falei soluçando.

      — Júlia, o que aconteceu? — Ele perguntou preocupado.

      — Eu preciso da sua ajuda, por favor. 

      — Júlia, onde você está? — Ele perguntou exasperado. 

      — Eu… eu…não

sei…eu só  andei… — Não conseguia falar, não conseguia pensar.

      —Consegue mandar sua localização por mensagem para mim? — Ele perguntou com a voz controlada.

      —Acho…acho que sim — solucei.

      — Faz isso para mim, Júlia. Fica calma. Estou aqui na linha esperando.

      — Tudo bem — falei tentando me acalmar. 

      Me obriguei a ficar calma e enviei a mensagem para Gabriel com minha localização. 

      — Pronto — comuniquei ainda chorando. 

      — Não sai daí, eu chego o mais rápido possível — ele falou desligando.

      Guardei o celular e olhei em volta me dando conta de onde eu estava. Uma praça que naquela hora da noite estava deserta. Implorei mentalmente para que Gabriel chegasse logo.