9. Sebastian Perrone

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- Bárbara Novaes.

Ele vestia camisa branca. O blazer estava sobre o encosto da cadeira. Era loiro, pele clara e a barba bem feita, que o deixava incrivelmente sedutor. Os olhos eram azuis e seu olhar profundo.

- Eu li seu currículo.

- Fico feliz em saber.

- Ainda não trabalhou em empresas de grande porte, não é mesmo?

- Não... Ainda não. Mas é o que mais desejo.

- Vou fazer algumas perguntas. Pode me responder sinceramente?

- Com certeza.

- O que sabe sobre a Perrone?

- Quer sinceridade?

- Por favor...

- Praticamente nada. A não ser que é nova em Noriah Norte e que é uma filial.

- O que sabe sobre vinhos?

- Que são muito bons... E uma das minhas bebidas prediletas. Mas depois do chope com sabor que provei na semana passada, deixou de ser o primeiro lugar da minha lista.

- Chope com sabor não está nem perto do que fabricamos. – Ele sorriu.

- Eu sei... Sinto muito.

- Eu pedi sinceridade. Se quer saber, estamos indo bem. Até agora ninguém foi tão sincero.

Ótimo. Por um momento eu achei que tinha botado tudo a perder ao falar do chope. Eu sabia que não podia falar tudo que eu pensava numa entrevista e sim o que queriam ouvir. Mas ele era um homem jovem. Talvez quisesse realmente alguém que dissesse o que pensava e não o que ele queria ouvir.

- Sabe sobre o processo de produção do vinho e se ele acontece aqui nesta filial?

- Não... Sinceramente, não deu tempo de pesquisar antes de vir.

- Se olhar para mim... O que lhe vem à cabeça?

- Um homem jovem... Para tocar um negócio tão grande quanto esta empresa.

Ele gargalhou:

- Na casa dos trinta, em breve.

- Não parece. – Quase completei com um "E eu não estou dando em cima de você, chefe".

- O que sabe sobre o fundador da Perrone?

- Nada... Mas creio que ele seja um homem de sorte... Por decidir fazer vinhos e ficar rico.

- Bem... Meu pai foi o fundador. Ele quis fazer a filial em Noriah Norte. Era um sonho que ele tinha há muito tempo. Infelizmente logo que ficou pronto o prédio, ele veio a falecer. Não chegou nem a ver tudo funcionando. E não, não há produção aqui. O vinho é feito diretamente na vinícola Perrone, que é onde a família mora.... Caso se interesse em saber.

- Sinto muito pela sua perda.

- Eu acabei ficando com o negócio lá e aqui. Complicado... Mas um desafio positivo. Quero mudar algumas coisas... Modernizar, por assim dizer.

- Posso lhe ajudar nisso... Tenho ótimas ideias.

Ele balançou a cabeça sorrindo, enquanto se recostava para trás na cadeira em couro:

- Sinto muito, Bárbara. Mas preciso de alguém mais experiente. Eu já sou aprendente... Não posso contratar alguém como eu... Infelizmente.

Não consegui disfarçar minha cara de decepção.

Como odiar um CEO em 48 horas (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora