Capítulo um: "O'que era aquilo?"

367 16 27
                                    

Laura

Max: Por que tirou a música? --- Diz Max enquanto continua dirigindo.

Laura: Acho que sabe o porquê. --- Digo o olhando e ele dá uma leve risada.

Max: Eu não sei não. --- Diz.

Laura: Começa com a letra L. --- Digo. --- Aquilo com L.

Max: Lésbicas? --- Diz me olhando franzindo a sobrancelha.

Laura: Local Max! Nós nos perdemos. --- Digo.

Max: Estamos indo pelo GPS. --- Diz.

Laura: Tá, então... estamos perdidos. --- Digo olhando para frente novamente.

Max: Isso é discutíveu.. --- Diz em um tom baixo e em seguida ficamos em silêncio.

Passamos por cima de um buraco e o celular quase caí, mas eu pego à tempo.

Max: Mandou bem amor. --- Diz dirigindo.

Laura: Não fui eu quem acertou o buraco, tá legal? --- Digo em um tom de sarcasmo e logo coloco o celular no lugar.

Max: Olha, vai vê o buraco que acertou a gente. Já pensou nisso? --- Diz Max em um tom brincalhão.

Laura: Uau, essa é a volta mais longa que eu já vi alguém fazer, impressionante. --- Digo dando um leve sorriso.

Max: Valeu. Obrigado. --- Diz.

Laura: Porém estamos perdidos. --- Digo enquanto olho para frente. --- Sabe de uma coisa Max? Tá tudo bem, você não vai ser menos homem por isso.

Max: Olha, se o Colombo não tivesse se perdido e vindo parar nessas bandas, os Estados Unidos não iriam existir. --- Diz. --- Tchau, tchau cachorro quente, flw torta de maçã...

Laura: Mas o Colombo nunca parou na América do Norte... --- Digo.

Max: Tá zuando né? --- Diz franzindo a sobrancelha.

Laura: Ele era só outro cara que não queria se admitir que se perde- --- Interrompida.

Max: Olha... ele é só outro cara que ficou com o nome marcado pra sempre. Apenas aceita que dói menos. --- Diz me olhando.

Laura: Aí meu Deus... só chega logo no acampamento por favor, antes que morra com tanto absurdo. --- Digo e Max da uma risada.

Max: Tô no caminho, tô no caminho. --- Diz com um sorriso no rosto e ficamos no silêncio novamente.

Olho para trás para pegar o folheto e pergunto:

Laura: Tinha... informação no panfleto? --- Pergunto.

Max: Não, só... crianças de mentira mentindo em uma fogueira de mentira. --- Diz ainda dirigindo.

Laura: Verdade. --- Digo.

Max: Tá tudo bem? --- Pergunta olhando para trás franzindo a sobrancelha.

Laura: Sim. --- Digo. --- Ei! Olha pra estrada senho- --- Interrompida.

Nós estávamos indo rápido demais quando vimos alguém ou algo na estrada. Max rapidamente desvia, porém nós batemos em um lugar e descemos ladeira a baixo com o carro.

Max: Você tá legal?? --- Pergunta me olhando rapidamente.

Laura: É, tô sim. Eu... ainda tô inteira. --- Digo ofegante.

Max: Ai caramba... o'que era aquilo? Um urso? --- Diz um pouco assustado.

Laura: O'quê? Não, não Max, não era um urso. --- Digo.

Max: O'que era?? --- Pergunta franzindo a sobrancelha.

Laura: Acho que era uma pessoa... --- Digo.

Max: Laura, é sério? --- Diz ele um pouco assustado. --- A gente atropelou alguém...? --- Pergunta franzindo a sobrancelha.

Laura: Eu não sei... A gente passou bem perto. Tipo, muito perto mesmo, mas acho que não... Eu não sei... --- Digo um pouco confusa com minhas próprias palavras, e Max saí do carro para conferir à frente do mesmo. --- O'que foi?? --- Pergunto.

Max: O carro tá todo fudido. --- Diz se levantando.

Laura: Será que... parece pior do que é? --- Pergunto engolindo seco.

Max: Ah... Vou dar uma olhada no estrago antes de tentar ligar novamente. Pode pegar a, hã... a caixa de ferramentas? Tá no porta-mala. --- Disse simples abrindo a parte da frente do carro.

Laura: Tá, tudo bem. --- Digo saindo do carro e indo até o porta-malas o abrindo.

Procuro a caixa de ferramentas, mas vejo um papel escrito: Rejeitado.

Laura: Max... --- Falo baixo para mim mesma lendo o papel. --- Por que você não me contou...? --- Fico meio triste porque descubro que Max não foi aceito na faculdade, logo guardo o papel novamente pegando a caixa de ferramentas, indo até Max.

Max: Valeu amor. --- Diz simples.

Laura: Ah... quer ajuda aí? --- Pergunto franzindo a sobrancelha.

Max: Preciso. Vem cá, ilumina isso aqui pra mim. --- Diz Max.

Laura: Pronto. --- Digo.

Max: Perfeito, valeu. --- Diz.

Laura: Quanto antes sairmos daqui, melhor será. --- Digo em um tom baixo.

Max: Só se imagine deitada bem na frente de uma fogueira, cantando várias músicas de acampamento. --- Diz me olhando.

Laura: Acho que ninguém se deita na frente de uma fogueira. --- Digo em um tom brincalhão.

Max: Por quê? --- Pergunta.

Laura: Hã... pra não acabar se queimando? --- Digo.

Max: Então, se imagine deitada na frente de um aquecedor grandão. --- Diz prestando atenção nas peças do carro.

Laura: Qualquer lugar é melhor do que aqui. --- Digo saindo um pouco de perto olhando ao redor.

Começo a andar para um lugar e Max fala:

Max: Onde você vai? --- Diz ele me olhando franzindo a sobrancelha.

Laura: Só tô olhando... --- Digo com a lanterna do celular na mão olhando em volta e andando.

Max: Só... espera aí um pouco, beleza? Tô quase acabando. --- Diz o mesmo.

Laura: Meu Deus, Max. Anda logo! --- Digo um pouco alto e Max vem andando até mim.

Max: O'que foi? --- Pergunta um pouco preocupado.

Laura: Acho que tem alguém ali na frente. --- Digo um pouco assustada.

Max: Tá falando sério? --- Pergunta ficando do meu lado.

Laura: É... Pode ser alguém ferido. Eu não sei. --- Falo.

Max: Eu acredito que a gente não atropelou ninguém não... --- Interrompido.

Laura: Eu não sei tá legal? Eu ouvi alguma coisa, tipo uma mulher... --- Digo o olhando.

Max: Atropelamos ela? --- Pergunta preocupado e ficamos em silêncio por alguns segundos.

Laura: Eu só quero dar uma olhada. --- Digo andando.

Max: Tudo bem. Só não se afasta demais, tá? Toma cuidado. --- Ele fala um pouco alto.

Laura: Ok. --- Digo simples. --- Boa sorte com o carro.

Digo e saio andando.

The Quarry - Livro Único Onde histórias criam vida. Descubra agora