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Capítulo 2

Acordo já atrasada, meu celular despertou e eu tirei um cochilo, droga!
Me levanto correndo indo até o banheiro fazer minha higiene, lavo o rosto, escovo os dentes e penteei meus pequenos cabelos, termino e passo um hidratante no rosto e corpo.
Coloco uma calça jeans, blusa de mangas compridas e pego minha naquela jeans.
Coloco meu tênis preto e minha mochila cinza, coloco todos meus itens necessários na mochila e por último pego algumas frutas e bolachas colocando dentro e meu celular coloco no bolso da jaqueta.
Tranco meu apartamento e vou até o andar de baixo indo até a portaria.
Dou bom dia ao porteiro e vou até o ponto para pegar o ônibus.

Fico esperando e logo ele chega, e entro dentro.

***

Passando as horas, ajudei com a refeição da escola, e depois fui limpar a cozinha e nosso lugar de descansar, hoje fizemos o café da manhã e almoço, na parte da tarde eu revezo com outra garota, me sento na nossa salinha comendo um pouco da refeição que sempre fazemos a mais para todos da cozinha comer, hoje fizemos uma salada bem caprichada, coxinha assada com batatas e arroz com tutu de feijão, uma delícia mesmo, não comia isso a tempos. Após comer, fico no sofá esperando a outra garota chegar, para ir embora, agora de tarde, vou tentar arrumar um trampo de entregar comida nos bairros mesmo, porque não tenho condução, ou até mesmo, trabalhar em alguma loja durante a tarde, quem sabe.
Assim que a tal da Paula chega, me despeço das outras mulheres e aceno para Paula que sorri para mim, vou até a saída da escola e decidi caminhar um pouco na rua, vou ver se consigo um segundo emprego e depois vou buscar a Laura, ou talvez de noite, já vou avisar a minha avó, caso ela se preocupe.
– Oi vó.
Ela parece cansada, ela diz sorrindo para mim.
– Oi meu amor! Já saiu do trabalho?
– Sim vó, vou só ver se contratam um auxiliar na loja, ou algo assim, preciso de mais um emprego, quero avisar que vou pegar a Laura de noite, avise ela para arrumar a mochila dela, tá ?
– Tá bom, vou falar para ela, e Lilian, nossa vizinha aqui, conseguiu uma vaga para a Laura, mas, tem que amanhã com os documentos dela para fazer a matrícula, tudo bem? Vou deixar tudo arrumado, os documentos.
Nossa, isso me deixou super feliz, não acredito que ela vai estudar, minha garotinha precisa disso.
– Que maravilha vó, tá bom, eu pego ela hoje a noite e… Amanhã faço a matrícula dela, vou ver quem pode ficar com ela amanhã para mim, vou ver com alguma vizinha aqui do prédio, um beijo, vó, até mais tarde.
Ela me manda me cuidar e desliga.
Minha vó é um amor, me ajuda tanto, mas agora, preciso cuidar das duas.
Começo entrar nas lojas para perguntar se precisam de alguma ajudante, digo que faço de tudo, elas me pedem meu currículo e deixo com elas e mais em algumas lojas e até em Lan house, vou tentar de tudo, porque aqui, fica perto da escola, aí teria dos empregos perto um do outro.
Decido ir para o bar e depois para meu apê, acho que vou de apê, é um pouco longe, alguns bairros para frente, mas, eu amo caminhar, e também, acho que não tenho dinheiro para pegar outro ônibus.
Eu recebo toda sexta, e hoje é quinta, ainda bem que Fred pode me dar uma dose hoje e lago ele amanhã, ele me conhece a bastante tempo, eu só preciso relaxar e beber mais um pouco hoje.

***
Após caminhar bastante tempo, me sinto exausta e sinto um suor na minha testa, limpo com as costas das mãos e sinto meus cabelos grudar um pouco na nuca, cansei bastante, mas, uma dose e depois um banho, vai me relaxar, amanhã é o último dia de trabalho, e preciso urgente de mais trabalhos, preciso pagar tantas coisas. Céus.
Avisto o bar, e um sorriso surge em meus lábios, mas, vejo aquele grupinho de novo entrando no bar, aquela mulher ruiva, que está usando agora um estudo preto bem curto, dá pra ver bem suas coxas, seus cabelos estão soltos e lisos, o loiro segurou na mão dela entrando, o outro garoto de cabelos claros de olhos verdes também entra no bar, e por último, aquele homem mais velho, de barba e cabelos negros e olhos escuros também, ele usa uma regata que mostra seu peitoral, e calças jeans, sem óculos hoje, seus cabelos caem um pouco no rosto, o deixando mais gato ainda, sim ele é gato, mas pelo seu estilo, parece bem como meu ex, deve ser um cara perigoso, por isso, quero distância, mas eu só vou beber, nem vou olhar para eles. O cara entra e sigo devagar entrando no bar, olho que tem vários caras nas mesas bebendo, tem alguns que já estão bêbados e rindo à toa, o som no bar está tocando um pagode, detesto pagode, mas, nem vou dar atenção a melodia.
Chego até o balcão e Fred me olha, ele dá um curto sorriso dizendo.
– O mesmo de sempre princesa rebelde?
Ele sorri para mim, se curvando para ficar na minha altura, eu sou bem baixa.
– Quero algo mais fraco, não vou de ônibus para casa, vou a pé, então vou beber bem pouco, quero… uma cerveja mesmo, duas latinhas.
Ele pisca para mim, se virando.
– É pra já.
Me sento nas cadeiras perto do balcão, e sinto meu celular vibrar, é uma mensagem.
Pego o celular no bolso menor da mochila e vejo a mensagem, da pessoa que faz meu coração tremer de medo.
" Oi, gracinha, quero te encontrar, mais tarde. Onde você tá? "
Que droga, ele tinha que me mandar mensagem e estragar meu dia? Bom, se não responder, ele pode mandar seus capangas atrás de mim, ele já fez isso antes, e eles… me machucaram… meus olhos enchem de lágrimas, mas não as deixo rolar por meu rosto eu as travo e solto um suspiro bem tenso, eu digito, meio nervosa.
" Oi, estou na rua, logo vou para casa, te aviso assim que chegar."
Não vou contar a verdade para ele, mas sei que corro grande risco por não dizer a verdade. Mas, irei fazer de tudo para me defender.
Ele visualiza e manda um beijo.
Eu não sei o que ele tem, Juliano age como se fossemos namorados, mas não somos, ele é um psicopata, mas, tenho medo de dizer não a ele, Juliano já me mostrou do que é capaz, ele realmente é mal, e se o denunciar, quem vai correr risco sou eu. Ele é mais poderoso do que eu. Então, não tenho opção.
Guardo o celular novamente e coloco o rosto nas mãos, apoiando no balcão e sinto que meu cabelo na parte da nuca está um pouco suado ainda, espero que não tenha suado em certas partes, isso seria horrível, porque caminhei demais.
Resmungo baixo colocando uma das mãos nos meus cabelos um pouco úmidos, quando noto um perfume ao meu lado, eu congelo, olho para frente vidrada. Consigo ver sua roupa preta, é ele… aquele cara… droga! Não sei porque estou me sentindo estranha assim, da última vez que senti qualquer arrepio por um cara, uma atração, olha no que deu, o meu ex é louco, e não me deixa em paz, eu vou o ignorar, isso mesmo.
Fred me chama atenção, tiro a mão dos cabelos olhando para ele.
– Aqui, sua bebida, garotinha.
Resmungo para ele, dizendo e pegando minhas bebidas.
– Pare de me tratar assim, já passei dos vinte, não sou uma garotinha.
Ele ri baixo, dizendo.
– Eu tenho o dobro da sua idade, então, é uma garotinha.
– Aff, pelo amor.
Abro a lata de cerveja e escuto a voz rouca do meu lado.
– Vou querer duas garrafas da sua melhor cerveja, e… uma taça de vinho para a Senhorita que está conosco.
– Anotado, Ethan, sem cigarros hoje?
– Hoje não, meu caro.
Ele deixa algumas notas na mesa e foco em olhar para minha lata, a segurando e tomando um gole.
O cara que se chama Ethan, vai até sua mesa e relaxo os ombros…
Fred manda um dos seus ajudantes entregar as bebidas para Ethan e seus amigos, ele se vira para mim me olhando, dizendo bem baixinho.
– Por que ficou assim? Travada, Lilian?
– Não fiquei.
Retruco olhando para ele com raiva.
Mas, ele continua dizendo após secar uns copos.
– As mulheres agem assim, são atiradas quando vêem Ethan, ele mexe com a mulherada, mas você ficou envergonhada.
Ele começa a rir me olhando.
Esse descarado, nem sabe o que está dizendo.
Bebo mais um pouco da minha cerveja, sentindo o gosto amargo.
– Olha, você entendeu errado, ok? Eu só acho que… caras como ele agem errado, e em vez de o achar atraente, ele me fez sentir… Pavor.
Concluo e quando olho para Fred, ele sorri de nervoso, e diz olhando para cima, como se olhasse para atrás de mim.
– Quer algo mais, Ethan?
Porra!! Ele ouviu o que disse? Que não o acho bonito e sim que tenho pavor dele? Droga! Ele vai fazer o quê agora? Falar algo em relação a isso? Eu espero que não. Escuto sua voz bem atrás de mim, e ele parece estar perto.
– Quero uma seda da Zomo.
Consigo ver seu dedo esticado, apontando para a tal seda.
Fico olhando para baixo, esperando ele sair, assim que Fred entrega para ele a seda, escuto seus passos indo até a mesa. Eu digo baixo para Fred, morrendo de vergonha.
– Ei, devia ter me falado que ele estava atrás de mim.
Fred ri baixo e ajeita os copos.
Tomo a segunda latinha, e digo assim que finalizo.
– Fred, te pago amanhã. Vou receber amanhã do trabalho.
Ele se vira para mim, dizendo com a cara amarrada.
– Só hoje, viu. Vai lá, cuidado em voltar para casa.
Aceno para ele descendo da cadeira, ele acena de volta e me viro andando, estou bem alegrinha, sinto o álcool em todo meu organismo.
Ajeito a mochila nas costas, e passo pela mesa dos grupinhos, os garotos me olham e somente desvio o olhar, passando pela porta.
Assim que saio do bar, relaxo o corpo, está um frio gostoso aqui, sorrio e começo a caminhar pela rua, bem no canto, começo a cantarolar, e olhar para os lados, está bem vazio aqui, adoro a calmaria.
Atravesso a rua, e sinto passos do outro lado da rua, conheço quem são, os comparsas de Juliano, meu coração gela e os três homens vem até mim, segurando no meu braço com força, me levam até um beco ali próximo, e depois soltou meu braço, e um deles diz.
– Onde você estava, Lilian?
Droga! Se eu mentir, posso apanhar mais.
– Estava andando, estava indo para casa.
– Sua mentirosa, sinto o cheiro fedorento de cerveja na sua boca, o Juliano não vai gostar disso, Lilian.
O outro ri me olhando, o de cabelos castanhos vem até mim, segurando minha gola com força.
– Vamos te dar uma cobertura, querida, mas só hoje. Vamos dizer que você estava dormindo, por isso, não exigimos sua presença até o Juliano, mas amanhã, sem falta você vai encontrar com ele na suíte dele, me entendeu? Se não, a gente te arrebenta.
Ele continua a segurar minha gola da camiseta e sinto um medo horrendo desse cara, um deles fica do meu lado, e o outro atrás de mim.
– Podem disciplinar a coelhinha.
Diz o de cabelos castanhos, que segura minha gola e ri baixo me olhando. O que está atrás de mim, começa chutando minhas pernas, começo a gritar de dor. O que está do meu lado soca minha barriga. Grito mais uma vez, sentindo dores horríveis, o que está na minha frente, diz colocando a outra mão na minha boca.
– Sem gritar, coelhinha.
Eles continuam a me bater e depois de uns segundos, ele ordena que parem.
Ele solta a gola da minha camiseta e seguro meu choro, sinto meus olhos cheios de lágrimas, como eu os odeio.
– Agora é a minha vez.
Ele me olha sorrindo e bate no meu rosto três vezes.
Sinto minha bochecha e meus lábios arderem.
Ele chega bem perto da minha orelha dizendo.
– Nunca mais faça Juliano esperar. Que sirva de aviso.
– Ele se afasta ajeitando as roupas, dizendo.
– Vamos embora amigos, ela aprendeu a lição, isso que dá mexer com o poderoso, Juliano.
Ele ri alto e os outros os acompanham para fora do beco, eu sigo para o outro lado do beco, saindo dali, coloco a mão no rosto e sinto arder e um líquido quente saindo do canto da minha boca. É sangue, fecho meu punho com força, e sigo saindo do beco. Quando olho em volta, vejo os amigos daquele tal de Ethan, entrando em um carro e saem disparados, depois, logo a minha frente, vejo ele, Ethan falando ao telefone bem sério, ele encontra meus olhos e fica assustado por um momento, ele se despede da pessoa no telefone, e vem devagar até mim.

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