VI- FEELS

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-OLIVIA-

FIXO AO OLHAR do garoto, presa naquele momento, sem saber o que acontecia seu choque se presenciou quando ela se afastou do garoto, enquanto xingava seu cérebro pelo comando sem controle, ela perdeu a chance.

-LEO, LEO! -gritou assim que ele correu para algum lugar.


LEO.

ela encarou o horizonte, pensando no nome do garoto sendo gritado por ela, implorando para que ele voltasse e fizesse isso novamente, extremamente triste e insatisfeita consigo, seus olhos queriam muito se desfazer em lágrimas, mas não. Não aqui, não agora.

Ela não ia perturbar Will de novo, ele tinha seus compromissos e prioridades, não ocuparia o tempo tão valioso do irmão com uma ajuda para uma idiota que não sabe demonstrar e nem lidar com um sentimento tão bobo.

Ela apenas caminhou, olhando para baixo até que chegou em seu chalé, ela viu olhares curiosos quando ela se jogou na sua cama e se debruçou, a cabeça quase enfiada dentro do travesseiro, alguns de seus irmãos foram perguntar se tinha acontecido algo, ela não falou, não demonstrou, não respondeu.

Ficou deitada, pensando no que tinha acontecido. Droga, droga, droga, droga, droga, droga, por quê?

Ela não foi jantar, ela não participou do caça bandeira, ela não fez nada, ficou na mesma posição o resto do dia todo, e só voltou a encarar o céu quando já estava totalmente escuro, iluminado apenas pela luz da lua que vinha da janela do chalé.

Will a cutucava, enquanto sussurrava seu nome.

- Olivia, eu esperei o suficiente para que se acalmasse, agora vamos. - ele falou. - para a enfermaria, você vai me contar quem, quando, onde e o que fez, ao invés de ficar aí sozinha numa vibe péssima.

- will, por favor.

- eu já sou muito bonzinho com você, então, por favor. - ele falou, segurava um moletom para que a garota vestisse. - eu só quero ajudar.

- está bem. - ela suspirou derrotada, já nem estava com sono mais, todos dormiam, parecia ser bem tarde.

Ela vestiu o moletom e os dois saíram do chalé silenciosamente, indo para o lugar que eles consideravam "deles", certo que nem sempre era só eles naquele cômodo, mas na maior parte do tempo eles estavam lá.

Will andou com os braços nos ombros da irmã, de uma forma carinhosa.

- Conte-me. - falou entrando na enfermaria.

- Eu e Leo estávamos deitados na areia, era fim de tarde, e acabou que em algum momento rolou um clima, Leo estava próximo, eu queria, e queria mais. Mas quando ele estava quase lá, eu me afastei, e ele saiu correndo. Eu me odeio.

- Não fale assim, Oli. - ele falou. - Sei que é meio difícil se entregar tão facilmente, mas você sabe quem Leo é, sabe como ele é, você acha que ele a magoaria?

- Não, mas eu fui tão estúpida, acho que ele não vai querer mais falar comigo.

- Leo? Não falar mais com você? Você não percebe, mas ele é o maior pau mandado.

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