capitulo 2

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Essa foi a viagem mais curta e estranha de toda a minha vida!

Assim que peguei Mary, comecei a voar em direção ao hotel onde ficávamos. Durante o caminho pude reparar mais no deserto em que nos cercava, o amarelo reluzente, os animais que lutam para sobreviver nas altas e baixas temperaturas acostumados com sua mudança brusca, a vegetação quase escassa, os camelos passeando com seus donos.

Subo mais alto para que eles não me vejam e aperto mais minha garra ao redor de minha mais nova amiga.

Eu: cuidado com os grãos de areia nos seus olhos Mary, eles machucam muito - falo em sua cabeça.

Mary: Deus do céu, que susto garota - olho para baixo e a vejo com a mão por cima do coração - ta bom, obrigada por avisar. Minha visão já é ruim sem areia, imagina com ela - ri da própria piada.

Jesus, essa garota sou eu outra vez!

Dou risada mentalmente e volto a focar no percurso. Não posso me dar ao luxo de voar distraída com uma passageira.
Eu voar e trombar em alguma coisa é normal, comigo sozinha! Já com outra pessoa não ia ser legal, eu me curo mas ela provavelmente não tão rápido como eu.

Solto um suspiro e bato minhas asas com mais força, quero chegar em casa e tomar uma longo e relaxante banho. Estou toda suja de sangue e isso não está legal, depois quero comer alguma coisa e quem sabe Mary não se junta a mim e nos fazemos uma noite de garotas.

Depois de alguns minutos avistamos a cidade e subo para cima das poucas nuvens existentes.

Olhando para baixo percebo que as casas já estavam se fechando e percebo que já estava anoitecendo. Dou um suspiro cançado e logo a frente vejo nosso prédio, me aproximo devagar e me transformo em humana, envolvendo Mary em uma névoa de magia e pousando em cima dele.

Eu: prontinho, sãns e salvas em casa - digo sorrindo.

Mary: vamos de novo? - me pergunta sorrindo - isso foi incrível, eu nunca tinha voado desse geito. É libertador - me olha e eu concordo.

Eu: sim, é um dos momentos mais relaxantes para mim quando estou estressada ou sobrecarregada - digo olhando para o horizonte -mas agora vamos entrar antes que alguém veja agente aqui e eu quero te convidar para uma noite de garotas no meu apartamento.

Mary: claro, vai ser legal - anda até a porta e tenta abri-lá, mas não consegue - mas era só o que faltava mesmo - me olha indignada - há mas essa porta vai ver, não vá ser ela que vai me impedir de comer, ela vai ver! - se afasta e se inclina para frente, puxando ar e em seguida dá um mini grito que quebra a fechadura e quase joga a porta no chão - falei.

Eu: ai meu Deus garota, você é louca - murmuro com a mão na boca - se eles descobrirem isso agente vai ter que pagar.

Ela me olha com um sorriso travesso e faz o sinal de silêncio com uma mão.

Essa garota é doida de tudo.

Dou risada e a sigo escada abaixo, nós estávamos no terceiro andar e o prédio só tinha cinco,então não andamos muito e logo estávamos em frente à porta do meu quarto.

Eu: bem vinda ao meu quarto igual ao seu - falo e Mary começa a rir.

Mary: coloca igual nisso - olha em direção a um quadro na parede perto da porta.

Eu: pode ir tomar banho primeiro enquanto eu pego algumas coisas para agente ir comer. Pode pegar uma roupa minha, acho que elas te servem.

Ela concorda e vai para o quarto enquanto eu vou para a cozinha e começo a mexer dentro dos armários pegando qualquer coisa comestível pra gente.

O Egito e Eu (Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora